Buracos na estrada de acesso, ausência de sinalização, iluminação precária à noite, falta de saneamento, drenagem e segurança. Essa é a situação da Praia do Sol, localizada no Litoral Sul da Paraíba. Apesar de fazer parte da orla marítima de João Pessoa, situada a apenas 12 quilômetros de praias diariamente frequentadas por centenas de turistas, como Cabo Branco e Tambaú, a situação lá é bem diferente, segundo o relato de comerciantes, e ainda não há nenhuma previsão para reurbanização do local, de acordo com a Secretaria de Planejamento da capital.
Quem frequenta o local diz que a praia está esquecida. No acesso, buracos, e ao chegar, lama. Em frente aos quiosques, bancos de concreto fincados na areia demonstram que antigamente existia uma praça, que foi se deteriorando com o tempo. De acordo com os comerciantes, essa falta de estrutura faz com que os atrativos da praia diminuam, o que reflete na presença diária de apenas uma média de 30 turistas.
Ivan de Oliveira é um dos comerciantes que trabalham no local. Ele possui um quiosque na Praia do Seixas há 12 anos e conta que já faz mais de 30 anos que frequenta a praia. Ivan conta que a atratividade do local era tão grande que foi escolhida por ele para colocar um comércio e fazer disso sua fonte de renda.
E é esse mesmo amor pelo local que faz ele se entristecer quando começa a relatar a sua situação. “Olhe, há anos eu não vejo nada sendo feito por aqui, na verdade só fazem serviços pra tapar buraco e nada mais. Isso prejudica a gente”, lamentou.
Para o comerciante, é difícil conseguir encontrar uma explicação para o esquecimento de uma praia que faz parte da orla marítima de João Pessoa. Outro ponto ressaltado por ele é a falta de visibilidade turística dada à praia. “Como é que uma praia da capital fica assim? Abandonada, esquecida. À noite, é escuro, não tem drenagem, não tem esgoto, fora que a gente não vê ninguém trazendo turista para cá. Nem as agências de viagem nem propagandas, nem nada. Aqui é uma praia com quase zero de poluição, uma das mais limpas e bonitas e está assim, se perdendo”, comentou.
Assim como ele, o também comerciante Paulo Sérgio, que trabalha em um quiosque da praia há 16 anos, reconhece o baixo investimento no turismo da região. “A gente trabalha com o mínimo e, para piorar, a gente vê que nada vai mudar porque nunca ninguém faz nada por aqui. Eu não vejo melhora nesse tempo todo em que eu estou aqui. É uma pena”, completou.
Os turistas, por sua vez, dizem que sujeira e esgotos frequentes incomodam. “Eu sempre venho aqui e acho que isso incomoda demais, além disso aqui é muito inseguro. Eu ainda venho de dia, mas à noite, nem pensar”, disse o ajudante de pedreiro Erivaldo Lima.
Já sua irmã Erivânia Lima disse que acha a Praia do Sol muito agradável, porém falta de saneamento e drenagem são alguns dos problemas que impedem que o turismo seja mais frequente. “Eu nem sempre venho aqui justamente por isso, prefiro Gramame, mas tenho certeza que se aqui tivesse mais atrativos teria bem mais turistas”, frisou.
ENERGISA
A assessoria de comunicação da Energisa afirmou que a iluminação pública é de responsabilidade da Prefeitura, que decide os locais de instalação dos postes, além dos padrões e potências das lâmpadas.
Ainda segundo a assessoria, a empresa apenas tem como função seguir as orientações das secretarias e realizar as manutenções necessárias.
CAGEPA E PM
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato com a assessoria de comunicação da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) para saber das ações da empresa no que tange ao saneamento da região. Por e-mail a assessoria informou que a Praia do Sol "será uma das áreas beneficiadas pelo ‘Projeto de Universalização do Sistema de Esgotos Sanitários de João Pessoa, Cabedelo e Conde’, que se encontra em desenvolvimento. Após a conclusão da elaboração do Projeto de Universalização, a Cagepa e o Governo do Estado buscarão recursos junto ao Governo Federal para a execução da obra. Ao final, os três municípios serão dotados com 100% de cobertura de coleta e tratamento de esgotos", disse a nota.
Sobre a segurança no local, a reportagem entrou em contato com o responsável pelo policiamento da área, o major da Polícia Militar Carlos Sena, porém as chamadas não foram atendidas.
