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VIDA URBANA

Prédios põem população em risco

Com início do período chuvoso, edificações representam perigo a quem passa ao lado de paredes e marquises mal conservadas.

Publicado em 11/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 14:01

Pelo menos 85 prédios possuem risco iminente de desmoronamento em João Pessoa e 229 em Campina Grande não possuem condições físicas de funcionamento regulares. Seja por infiltrações, rachaduras ou problemas estruturais devido à falta de manutenção, essas edificações apresentam risco para quem mora ou trabalha próximo ao local e também para quem transita nas suas redondezas.

De acordo com a Defesa Civil, esses locais são monitorados, no entanto há um alerta ainda maior para o período chuvoso, quando a probabilidade de queda pode aumentar em até 50%. A população cobra providências.

Em João Pessoa, o problema é observado principalmente no Centro Histórico. Lá, há quem relembre as épocas em que os casarões antigos faziam parte da moradia e da rede comercial da cidade. O empresário Nilton Rodrigues, que possui uma metalúrgica na rua Cândido Pessoa há 29 anos, já se mudou quatro vezes devido aos riscos de desabamento dos prédios.

“A estrutura começa a ruir. Você olha pela frente, elas até estão bem, mas se lá dentro cair alguma parede, certeza que é quase um efeito dominó. O risco mesmo é para os motoristas e pedestres que passam por aqui”, comentou.

A doméstica Katiene Duarte trabalha nas proximidades da rua em que o empresário possui seu comércio. Ela relatou que um de seus cunhados trabalha como mecânico ao lado de um desses prédios históricos e um dia um desabamento quase o atingiu.

“Ele estava trabalhando em um carro quando a parede que era colada no prédio do lado caiu e quase bate nele. Fora que a gente passa e se uma parede dessas cair pra frente a gente corre um grave risco. Acho que deveriam ser feitas manutenções para evitar esse risco, já que não se pode reformar”, opinou.

Assim como o cunhado da doméstica Katiana Duarte, o microempresário Nelson Dias também quase foi vítima do desabamento de uma dessas edificações. Ele possui uma oficina na rua Gama e Melo, na frente da qual a fachada de um casarão tombado desabou no mês de julho do ano passado. Ele relembrou que, ao chegar ao trabalho, viu os tijolos na sua calçada e percebeu que, se tivesse chegado algumas horas antes, poderia ter sido uma das vítimas do incidente.

“Eu trabalho aqui há nove anos e eu vi literalmente cair alguns edifícios daqui. Da última vez que caiu, essa parede veio bater na minha calçada. Se fosse no período da manhã, quando o trânsito é bem intenso aqui, se não matasse poderia machucar bastante gente. Outro problema é que não realizam manutenção e só fizeram interditar aqui com folhas de zinco, o que atrapalha o trânsito e a visibilidade dos motoristas”, declarou.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil da capital, Noé Estrela, todos os prédios que correm risco de desabamento em João Pessoa estão desocupados e sinalizados pela Defesa Civil. Ele explicou que o grande problema são os proprietários, que não querem realizar a manutenção das estruturas, que não podem ser alteradas por serem tombadas, e ficam esperando que elas desabem para poderem construir prédios mais modernos no local.

“Isso, inclusive, tem sido alvo de conversas entre nós e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o Iphaep (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba) e o Ministério Público, inclusive com a aplicação de notificações aos donos com a perspectiva de que possamos realizar a manutenção desses locais”, afirmou.

Estrela destacou que essas edificações são resistentes, no entanto a manutenção as compromete. Ele orientou a população a auxiliar no trabalho de fiscalização. “Não se pode demolir, porque é uma estrutura tombada, então fazemos a nossa parte e chamamos a população a nos ajudar a fiscalizar. Basta entrar em conosco pelo 0800-2859020. Nós iremos até a localidade, faremos uma vistoria e sinalizaremos, com mais rapidez, uma posição a ser tomada”, assegurou.

MANUTENÇÃO PREVINE ACIDENTES
Além dos prédios tombados e que já possuem sérios riscos de desmoronamento, é necessário que todo tipo de edificação passe por manutenções rotineiras. Seja pelo Corpo de Bombeiros ou por outro órgão, a medida permite que as construções possuam longevidade e sem acarretar riscos para os condôminos ou frequentadores do local.

De acordo com o superintendente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Carlos Antônio Aragão, as obras precisam passar por manutenções periódicas. “É preciso que se observe, primeiramente, se não há fissuras ou rachaduras, se não tem nenhum ferro aparecendo ou revestimento caindo. Em segundo lugar, tem que se observar a instalação elétrica, para prevenir incêndio, pois todo equipamento elétrico tem uma vida útil. A terceira coisa é a rede hidráulica, para que não haja vazamentos, assim como a coberta, os equipamentos de segurança, extintores, mangueiras, toda a parte de prevenção e combate a incêndio”, explicou.

O superintendente destacou a necessidade de se procurar um profissional de engenharia para a realização tanto da construção quanto da manutenção. “Todas as regras de manutenção são estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas e é tanto de responsabilidade dos donos dos domicílios quanto dos síndicos estarem sempre atentos quanto às inspeções periódicas, que precisam ser realizadas por um profissional de engenharia”, alertou.

O Corpo de Bombeiros também alertou quanto à necessidade de atentar para os equipamentos de combate a incêndio das casas e edifícios. De acordo com o capitão Marcone Osório, da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros, somente este ano 8.965 vistorias técnicas foram realizadas pelo órgão. Dentre os itens fiscalizados estão a validade e acessibilidade dos extintores, escadas, pararraios, a sinalização, a iluminação de emergência, a rede de hidrantes e alarmes.

“Nós atuamos de forma preventiva e por meio de denúncias, que, quando chegam ao nosso conhecimento, passam para um fiscal, que se dirige ao local e dá um prazo de até 30 dias para que as observações sejam corrigidas. Não temos como identificar todos os prédios de João Pessoa que estão irregulares, mas pedimos que os proprietários atentem para isso e nos procurem”, orientou.

O Corpo de Bombeiros está realizando ações que visam à regularização dessas edificações. “Temos uma equipe pequena, então pretendemos ir atrás, inicialmente, de prédios comerciais para que eles se regularizem, se prevenindo contra pequenos e até grandes incêndios”, adiantou.

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Jornal da Paraíba

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