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VIDA URBANA

Presidiário diz que máscara era para chamar atenção

Detento disse que começou a fazer artesanato com sabonete e sabão para chamar a atenção do filho de 8 anos.

Publicado em 15/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 17:52

O preso que fez uma máscara com as feições semelhantes ao rosto de um agente penitenciário disse ontem que começou a fazer artesanato com sabonete e sabão para chamar a atenção do filho de 8 anos. “Eu acordei com a ideia de trabalhar fazendo artes com esse tipo de material para presentear meu filho, que não vejo há mais de 2 anos”, declarou Micherlan Breno Cruz Dantas, que cumpre pena por roubo no Presídio Padrão de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa.

O apenado contou que o primeiro trabalho com sabão foi um leão, para o filho. “Fiz com muitos detalhes, tanto que chamou a atenção de muitas pessoas. Todo mundo queria comprar, mas eu preferi mandar para o meu menino. Foi uma forma de dizer o quanto o amo”, afirmou. Segundo ele, dentro do presídio, chegaram a oferecer R$ 250,00 pelo leão, mas ele não aceitou.

“O diretor me pediu para mandar minha arte para o salão de artesanato, mas eu fiquei com medo de danificar”, destacou.

Sobre a máscara com as feições do agente penitenciário, encontrada na semana passada pela gerência de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária, o apenado disse que esta foi a maneira que ele encontrou para chamar a atenção do sistema carcerário. “Eu trabalhava de forma precária, queria material. Meus colegas de cela deixaram de lavar roupa para me ceder o sabão”, frisou. Ele também utilizou palito e o cabo de uma escova de dente.

Segundo o apenado, a máscara foi feita no intervalo de 15 dias.

Ele usou três barras de sabão neutro. As cores utilizadas nos olhos foram obtidas após uma mistura feita com sabonete branco, conforme explicou o preso. A escolha do agente se deu porque ele era o que mais frequentava as celas, por ser o chefe de disciplina do presídio. O detento negou que houvesse algum plano de fuga, como foi cogitado inicialmente. Diariamente o preso dedicava cerca de três horas para fazer a máscara. “Eu demorei porque tinha que esperar o plantão dele para observar as características”, disse.

No domingo passado, o preso fez um jarro de flores, também com sabão. Ele disse que agora se considera um artista, e que pretende seguir na carreira de artesão quando sair da prisão e não mais errar. “Quase metade do pessoal da cadeia já me pediu para fazer uma máscara para presentear alguém. Estão dizendo que sou artista, estou feliz”, declarou.

O secretário de Administração Penitenciária da Paraíba, Wallber Virgolino, disse que o preso já está inserido no programa de ressocialização do sistema carcerário. “Ele vai ser incluído para receber pelo trabalho desenvolvido no presídio. É uma arte que ele vai ensinar para outros detentos. É um exemplo da ressocialização no nosso Estado, vamos trazer o material e iniciar a oficina”.

Micherlan foi preso pela primeira vez em 2005, por assalto a mão armada. Em 2009 foi para o regime semiaberto, mas acabou caindo novamente no crime, dessa vez por furto. De acordo com o diretor da unidade prisional, Edmilson Alves de Sousa, o preso sempre teve bom comportamento.

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Jornal da Paraíba

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