VIDA URBANA
Presos acusados de clonar cartões
Grupo atuava há mais de 2 anos, principalmente com a implantação de equipamentos, em caixas eletrônicos, para a clonagem de cartões.
Publicado em 24/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 17:08
Dezoito pessoas foram presas durante a operação 'Firewall', da Polícia Civil da Paraíba, que desarticulou uma quadrilha acusada de clonar cartões de crédito e aplicar golpes milionários em vários Estados do país e na Bolívia. Os 18 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão foram cumpridos ontem, em João Pessoa, Cabedelo, Belém, na região do Agreste, e em Patos, no Sertão do Estado. Todos os acusados deverão responder pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, estelionato e receptação qualificada de produtos roubados. Entre eles, está um vereador do município de Serra da Raiz, no Brejo.
De acordo com as investigações, o grupo atuava há mais de 2 anos, principalmente com a implantação de equipamentos, em caixas eletrônicos, para a clonagem de cartões de crédito e falsificação de documentos. Os policiais estimam que o grupo tenha causado um prejuízo acima de R$ 1 milhão, principalmente a bancos e lojas de eletrodomésticos, nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Bolívia.
O titular da Delegacia de Defraudações da capital, Gustavo Carletto, explicou que as investigações duraram 8 meses e a operação para desarticular a quadrilha empregou 150 policiais.
As primeiras apurações começaram a partir de queixas que chegavam à delegacia sobre clonagem dos cartões de crédito. “A partir do fato da clonagem de cartões, que estava existindo em João Pessoa, em número muito grande, nós começamos as apurações e descobrimos que esse grupo tinha ramificações em vários Estados do país”, completa.
O gerente da Polícia Civil (PC) Metropolitana, Wagner Dorta, explicou que havia uma subdivisão de tarefas dentro do bando, em que uma parte do grupo implantava os “chupa-cabras” para conseguir dados dos cartões das vítimas, outros produziam os cartões falsos, outra parte comprava os equipamentos, como eletrodomésticos, computadores e até veículos e, posteriormente revendia os produtos. “Esses grupos eram distintos, mas em certo momento, eles se interligavam, trocando dados sobre as vítimas, viajavam para outros Estados para aplicar o mesmo golpe. O lucro de tudo eles investiam em benefício próprio, com viagens, festas e objetos de luxo”, revela.
Ainda sobre o golpe, Wagner Dorta explicou que apesar da estimativa de que o golpe tenha causado prejuízos milionários ainda não dá para estimar quanto foi o dano gerado apenas por Estado. “A Polícia Civil sabe que o golpe foi milionário, mas só quando o inquérito for encerrado teremos o levantamento do prejuízo causado na Paraíba”, afirmou. Acrescentou ainda que “a Federação Nacional dos Bancos estima que os prejuízos podem chegar a R$ 8 milhões”.
Um dos acusados presos foi o vereador Jean Teixeira, da cidade de Serra da Raiz. Na casa do vereador, no bairro Jardim Cidade Universitária, na capital, os policiais encontraram documentos falsos e uma máquina impressora de cartões de crédito. “Encontramos um documento de identidade em branco.
Achamos que por ele ser vereador, pode ter a facilidade de conseguir esse formulário. Além disso, ele obtinha os cartões de crédito clonados e fazia compras também. Estamos investigando se ele e o grupo abriram contas correntes utilizando documentos falsos”, disse o delegado Carletto.
Ainda de acordo com a polícia, além das lojas e bancos, três integrantes da quadrilha são frentistas de uma rede de postos de gasolina, na capital, e teriam clonado cartões de clientes, sem o conhecimento dos proprietários dos estabelecimentos.
Além disso, o grupo também comprava equipamentos eletrônicos pela internet, utilizando cartões falsos. “Eles revendiam os objetos com nota fiscal. Então, quem comprava não tinha conhecimento que a origem dos produtos era criminosa”, explicou Gustavo Carletto.
Todos os acusados foram transferidos ainda ontem para o Presídio do Róger e Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, na capital.
A ação policial ganhou o nome de 'Firewall' em referência a um dispositivo tecnológico de que tem por objetivo aplicar uma política de segurança de rede na internet. “Firewall é uma barreira para impedir arquivos maliciosos na internet”, explicou Wagner Dorta.
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