Protesto dos caminhoneiros chega ao 9º dia com impacto em diferentes setores

Pelo menos 14 trechos de rodovias continuam com manifestações. Saiba quais serviços estão afetados no estado.

Protesto dos caminhoneiros chega ao 9º dia com impacto em diferentes setores
Br-101 em João Pessoa nesta terça-feira (29) (Foto: Walter Paparazzo/Tv Cabo Branco)

O protesto dos caminhoneiros contra o reajuste no valor do litro do diesel chega nesta terça-feira (29) ao 9º dia de mobilização e ocupação das rodovias federais com passagem pela Paraíba.  Os impactos causados pela greve afetam  diversos setores no estado, dentre eles, o transporte público das cidades, educação, abastecimento de alimentos, gás e combustíveis. O movimento também começa a gerar preocupação no funcionamento dos  serviços de saúde.

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Só às 10h45 desta terça-feira (29) que a Polícia Rodoviária Federal divulgou um novo boletim a respeito da paralisação dos caminhoneiros nas rodovias da Paraíba. De acordo com o boletim, não há registros de bloqueios totais no estado. “Em grande parte são manifestantes que se encontram em áreas as margens das rodovias, sem interferência livre ao trânsito daqueles que não participam das manifestações”, diz a nota.

A PRF também informou que realizará autuações, baseado no Código de Trânsito, caso algum motorista utilize do veículo para interromper ou dificultar o fluxo normal de veículos. Ainda de acordo com a nota, a PRF ainda aguarda a compilação dos dados para obter um balanço com o total de pontos de caminhoneiros na Paraíba.

Serviços de Saúde

No Complexo Hospitalar de Mangabeira, o Trauminha, em João Pessoa, as cirurgias eletivas que estavam marcadas para segunda-feira (28) foram suspensas. A unidade também suspendeu as refeições para acompanhantes e funcionários. Segundo a assessoria de imprensa da unidade hospitalar, apenas pacientes continuam recebendo as refeições.

Em Campina Grande, na região do Agreste, a direção do Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), referência para tratamentos de câncer, informou nesta terça-feira que as refeições servidas na unidade vão passar a ser controladas.  Conforme o diretor da unidade, Helder Macedo, a medida busca racionar o estoque de alimentos na unidade, priorizando os pacientes que estão em tratamento.

Transporte público

Nesta terça-feira, em João Pessoa, o serviço de transporte público está funcionando com 70% da frota de veículos, segundo informação do  Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa (Sintur-JP).

Na Estação Ferroviária, os trens estão funcionando normalmente, de acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos. No Terminal Rodoviário, nove empresas suspenderam todas as suas viagens.

Protesto dos caminhoneiros chega ao 9º dia com impacto em diferentes setores
Terminal de Integração em Campina Grande (Foto: Felipe Valentim/ Tv Paraíba)

Já em Campina Grande,  55% da frota total de ônibus foi liberada para trabalhar no serviço de transporte público, mesmo número autorizado na segunda-feira. A redução nas duas cidades acontece em função do desabastecimento de combustível para os veículos.

Rodoviária

Segundo o administrador do Terminal Rodoviário de João Pessoa, Reinaldo Brasil, das 16 empresas que operam no local, três continuam paradas nesta terça-feira (29). “A previsão é que elas voltem a funcionar ainda na tarde desta terça. Só estão se organizando para abastecer os ônibus. Ainda hoje tudo vai se normalizar”, diz.

Ainda de acordo com Reinaldo Brasil, todas as outras 13 empresas estão funcionando com 100% dos horários.

Já no Terminal Rodoviário de Campina Grande, ao todo operam 13 empresas de transporte. De acordo com o supervisor-geral do Terminal, Eduardo Lima, todas continuam funcionando com redução de frota.

Abastecimento de caixas eletrônicos

A Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV) não descarta o déficit de combustível caso o quatro de abastecimento permanece nos próximos dias. De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa, as empresas responsáveis por transportes de valores já acionaram seus planos de contingenciamento.

Ainda de acordo com a nota divulgada pela ABTV, no Nordeste, as operações conseguiram repor parte dos estoques. Não há informações sobre a situação específica na Paraíba.

Escolas e Universidades

Em João Pessoa, a Secretaria de Educação suspendeu as aulas devido a falta de gás de cozinha e o desabastecimento de outros itens, apenas as creches municipais vão funcionar durante esta semana, no entanto, atendendo  em apenas um expediente.

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) mantêm o ponto facultativo decretado desde sexta-feira (25). Os hospitais universitários da UFCG, no entanto, permanecem funcionando. E a UEPB segue com o expediente normal para os setores administrativos.

Já a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mantém a orientação de que professores não realizem chamadas e atividades avaliativas dos alunos. Apesar de não ter sido declarado ponto facultativo, os servidores que não conseguirem chegar ao trabalho vão ter as faltas abonadas. Serviços essenciais, especialmente os voltados a atender a comunidade, seguem funcionando.

Aeroportos continuam sem combustível

Conforme informação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) o Aeroporto João Suassuna na cidade de Campina Grande, na Paraíba, continua sem querosene para o reabastecimento de aeronaves nesta terça-feira. Apesar da falta do combustível, o aeroporto está aberto e tem condições de receber pousos e decolagens.

Falta de combustíveis e gás de cozinha

Pelo menos sete postos de combustíveis foram abastecidos em Campina Grande na noite da segunda-feira (28) até às 9h30 desta terça-feira. Os caminhões chegaram na cidade escoltados por viaturas da Polícia Militar. Apesar da chegada dos combustíveis em maior quantidade para o abastecimento de veículos, motoristas continuam formando filas.

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O Sindicato dos Revendedores de Gás na Paraíba, informou nesta terça-feira que as  pequenas revendedoras estão sem botijões cheios no estoque e mesmo após o fim da paralisação, a distribuição deve demorar um pouco até normalizar. Em Campina Grande, a população já enfrenta dificuldades  para encontrar o gás de cozinha, e em algumas situações, o valor do botijão chegou ser encontrado 90% mais caro que o preço normal, que custa em média entre R$ 60 a R$ 70.

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Em João Pessoa, o gás de cozinha continua em falta nos pontos de distribuição, mas as filas nos postos de combustíveis  começaram a reduzir, depois da liberação de vários caminhões no Porto de Cabedelo, na segunda-feira. Os motoristas que estão parados no Porto, estão liberando os motoristas que querem carregar os veículos e abastecer os postos.