icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Rio Paraiba não suporta retirada de areia

Associação alerta para degradação do meio ambiente por meio da retirada descontrolada de recursos não renováveis.

Publicado em 04/12/2011 às 8:00


Para o ambientalista João Batista Silva, membro da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), o rio Paraíba não suporta o excesso de retirada de areia. “Esses recursos naturais não são renováveis e sua retirada descontrolada degrada o meio ambiente”, disse. Ele explicou que a areia se comporta como uma esponja que segura a água, principalmente nos períodos de seca. “Sem a areia, quando o rio seca, fica só pedra. Isso contribui para o aumento da área de desertificação do Estado”, disse o ambientalista.

João Batista esclareceu ainda que nessa região do semiárido, diversos fatores estão contribuindo para a desertificação: a chuva que cai é pouca, com o intenso calor evapora rapidamente, e a ausência da “esponja” natural (areia) para segurar a água. “Portanto, com esse uso desordenado do solo, aumenta o processo de desertificação na Paraíba, que já tem 75% de sua área nesse processo”, afirmou. Ele lembrou também que em maio deste ano, o governo estadual lançou o Plano de Ações Contra a Desertificação. “O que está sendo feito no rio Paraíba é totalmente contra esse plano. É um contrassenso”, disse o ambientalista.

Negócio lucrativo
Apesar dos funcionários e proprietários das empresas de extração de areia não confirmarem os valores, agricultores e moradores da região afirmam que a procura pela areia do rio Paraíba tem crescido por ser um negócio altamente lucrativo.

Segundo especulações de moradores, o negócio funciona da seguinte forma: o proprietário da terra por onde passa o rio concede a extração de areia a uma empresa, que instala as dragas, faz a retirada e paga R$ 150,00 por cada caminhão caçamba retirado ao dono da terra.

Essas caçambas são vendidas em Pernambuco por cerca de R$ 600,00. Os moradores estimam que apenas em uma das áreas de Pilar, a que está sendo mais explorada e onde há as montanhas de mais de dez metros de areia, sejam retiradas diariamente em torno de 15 caçambas.

No entanto, o artigo 99 do Código Civil classifica os bens públicos em: bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. Dessa forma, apesar dos proprietários terem a terra, o rio não pertence a eles.

João Batista explica que para um empreendimento promover o desenvolvimento sustentável, precisa estar embasado em quatro pilares: ser ambientalmente correto, ser socialmente justo, respeitar a cultura local e ser economicamente viável. “O caso da extração de areia no rio Paraíba só atende o último pilar: economicamente viável. Além do problema ambiental, essa exploração causa problemas sociais, pois está prejudicando os moradores da região”, disse.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp