A média normal da velocidade dos ventos durante o mês de julho, em João Pessoa, é de 2,9 metros por segundo (m/s), o que equivale a quase 10 quilômetros por horas (km/h), mas nos primeiros 15 dias do mês já foi registrada uma velocidade acima de 30 km/h e a previsão é que até o final do mês os ventos alcancem a casa dos 50 km/h, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com isso, a velocidade ficará 400% maior, em relação à velocidade normal para o período. A Capitania dos Portos informou que até o momento os ventos mais fortes não trouxeram problemas para os navegantes.
De acordo com o meteorologista e chefe do setor de Previsão do Tempo do Inmet Regional Ednaldo Correia, os ventos com maior velocidade surgem após dias de chuva, quando o sol aparece. “Na semana passada registramos ventos com 36 km/h no Litoral paraibano. Em julho a média dos ventos é mais amena, na faixa dos 10 km/h, mas é normal ter incidências mais fortes, em dias alternados e até o final do mês pode ocorrer ventos de 50 km/h”, afirmou.
Ednaldo Correia informou que os ventos começam a ficar mais fortes entre agosto e setembro, mas se estendem até meados de dezembro, cuja mudança é causada por um fenômeno chamado de ‘centro de alta pressão’, que surge no Oceano Atlântico e afeta o Litoral brasileiro. “Esse efeito também é chamado de anticiclone. Para entender melhor, ele se desenvolve como se houvesse uma piscina cheia e alguém jogasse uma pedra dentro dela. As ondas formadas criam rajada de ventos intensos que são direcionadas até as praias. As áreas de Natal, no Rio Grande do Norte, e João Pessoa, na Paraíba, estão sendo atingidas mais do que Recife, em Pernambuco”, explicou.
Segundo o meteorologista, a intensidade dos centos reduzem a temperatura e aumentam a sensação de bem-estar entra a população, principalmente as que vivem nas áreas próximas à praia, podendo sentir frio até mesmo em dias de sol. A velocidade dos ventos volta a cair em janeiro. “Em abril atinge a média mais baixa, de 2,4 m/s, que não chega nem aos 10 km/h. A alta das intensidades favorecem dias frequentes de chuva, ventos mais fortes e temperaturas amenas, podendo ser registradas medidas inferior a 15°C em algumas áreas do Estado”, afirmou.
Conforme o comandante da Capitania dos Portos da Paraíba, capitão de fragata Victor Buarque, as equipes da instituição militar emitem, rotineiramente, o aviso aos navegantes com informações sobre a situação do vento e do mar. “Até o momento não tivemos nenhum problema, mas os ventos mais fortes chamam a atenção, pois a probabilidade do mar ficar agitado é maior”, disse.
Entretanto, ele observou que as chamadas ‘ressacas’ do mar dependem da interação do vento com a água do mar. “As marés têm relação com as fases da lua, que normalmente registram maré alta e baixa duas vezes por dia, mas o agito do mar tem haver com o estado em que ele se encontra, que depende da pressão, da velocidade dos ventos e dessa interação com o mar”, frisou.
Apesar dos ventos fortes proporcionarem a intensidade das ondas, as mais altas intensidades registradas até agora não foram suficientes para causar grandes problemas no Estado.
Mas para orientar os navegantes e banhistas, o site oficial da Capitania dos Portos disponibiliza um aviso diário sobre as condições do vento e do mar. “Nossa recomendação é que as pessoas deem uma olhada nesses avisos antes de entrarem no mar”, concluiu.
