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VIDA URBANA

Violência de gênero ataca mulheres de todas as classes, idades e etnias

Este ano, até o mês de outubro, já foram registrados 62 casos de estupro e 15 tentativas de estupro. Fora isso, 32 mulheres foram assassinadas, 18 sofreram tentativas de homicídio, 28 sofreram agressão e 16 mulheres do tráfico foram assassinadas. 

Publicado em 25/11/2014 às 17:02

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2014, em todo o Brasil foram registrados 50.320 estupros em 2013, mostrando uma leve oscilação no número de registros em relação a 2012, quando foram relatados 50.224 casos. Já que, de acordo com pesquisas internacionais, 35% das vítimas de estupro costumam relatar o episódio às polícias, é possível, portanto, que o Brasil tenha convivido no ano passado com cerca de 143 mil estupros.

Já de acordo com o relatório de monitoramento de crimes contra a mulher na Paraíba realizado pela ONG Centro da Mulher 8 de março, este ano, até o mês de outubro, já foram registrados 62 casos de estupro e 15 tentativas de estupro. Fora isso, 32 mulheres foram assassinadas, 18 sofreram tentativas de homicídio, 28 sofreram agressão e 16 mulheres do tráfico foram assassinadas.
Já no ranking do número de ligações recebidas pelo 180, a Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a Paraíba aparece em 19º lugar, tendo recebido 818 ligações no primeiro semestre de 2014, o que representa uma taxa de 42,11 mulheres por grupo de 100 mil.
A violência de gênero ataca mulheres de todas as classes, idades e etnias. De acordo com Liliane Oliveira, coordenadora geral do Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, não há como traçar um perfil das mulheres que sofrem violência doméstica. Há, no entanto, um número maior de mulheres de classes mais baixas que procuram o Centro. O que não quer dizer, porém, que sejam elas as maiores vítimas da violência. Embora a conta pareça complicada de início, é fácil de entender: acontece que mulheres que são de classes sociais mais altas costumam também demorar mais a fazer a denúncia. A vergonha e o medo de serem julgadas tapam-lhe a boca, evitando que peçam socorro. "Essa mulher só procura a ajuda quando já está no limite. Mas é preciso lembrar que o serviço de proteção é para todas. E não é ela quem deve sentir vergonha. É o homem", alerta Liliane.
O ciclo da violência geralmente começa através de insultos e ameaças. Muitas mulheres, no entanto, não percebem que estão sendo violentadas, o que deixa o ciclo chegar a seu próximo ponto: a violência física. "Muitas vezes o homem começa dizendo que a mulher tá traindo, que tá feia, que não presta mais pra ele. Até o dia em que ele a ameaça verbalmente. Depois disso, vem a violência física. Por trás de uma violência física sempre tem uma violência psicológica", argumenta a coordenadora.
De acordo com a psicóloga Patrícia Quaresma, o agressor dificilmente se apresenta como tal no primeiro momento. "A mulher cria um laço afetivo com aquela pessoa e esse vínculo vem muito do sonho que essa relação traz", pontua. Através do laço afetivo, portanto, cria-se uma dependência mais que financeira, emocional. "Muitas vezes a mulher acaba acreditando que é um cuidado, um ciúme. Somente quando ela começa a ouvir outras histórias de violência ou tem acesso a informação, começa a perceber que ela, na verdade, está sendo mais uma vítima da violência", diz a psicóloga.
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Jornal da Paraíba

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