CULTURA
Cores usadas no luto são diferentes ao redor do mundo
Colunista Agda Aquino fala sobre moda e comportamento para o Dia de Finados. Saiba quais são as cores usadas para expressar o luto em diversas culturas do mundo.
Publicado em 31/10/2009 às 7:31
Agda Aquino*
Especial para o Paraíba1
Segunda-feira que vem é dois de novembro, dia de finados, feriado nacional. É o dia em que, tradicionalmente, nos recordamos e homenageamos aqueles que se foram. Para nós, ocidentais, colonizados por portugueses, o luto é um tempo de privação e tristeza e a cor que marca esse período é o preto.
O preto como cor do luto nas culturas ocidentais tem sua origem nos povos romanos, que usavam uma espécie de toga preta básica nessas situações. Depois foi adotada pela Igreja Católica e daí para se espalhar foi um pulo.
A cor preta está associada à escuridão, falta de luz, cor da noite, da tristeza e do sofrimento pela perda de um ente querido. Vale lembrar que o roxo durante muito tempo também esteve associado aos hábitos de luto na nossa cultura, só que vem sumindo gradativamente.
Mas se engana quem pensa que é assim por toda parte. As cores das roupas usadas no luto variam muito em diferentes lugares. Em algumas culturas orientais, como a indiana, o branco é que representa o luto e que evoca o silêncio. Isso foi mostrado recentemente na novela Caminho das Índias, da Rede Globo. Quem também adota essa cor são os povos da China e do Japão.
Mas a variedade não para por aí. No Egito, por exemplo, é comum se usar o amarelo – a cor das folhas secas - para sinalizar que se chora a morte de alguém. Na Tailândia se adota o roxo e no Iran o azul.
Na Síria é o azul celeste, a cor do céu para onde se deseja que os mortos vão. Já na África do Sul, alguns povos costumam usar o vermelho para simbolizar a perda de membro da comunidade.
Hoje em dia o uso do preto no Brasil tem caído em desuso, apesar de ainda estar presente. Ele vem sendo substituído aos poucos pelo branco, que para nós simboliza a cor da paz, principalmente em casos de mortes violentas. É cada vez mais comum reparar pessoas com camisetas brancas com alguma mensagem de paz em enterros e celebrações religiosas. Nos resta torcer para que esses pedidos de paz surtam efeito.
Se você é curioso por moda na televisão, acesse meu blog, o T.e.V.i. www.blogtevi.blogspot.com.
* Agda Aquino é jornalista formada pela UFPB com formação em Design de Moda. Fez especialização pela Universidade Potiguar, onde pesquisou a relação da moda com a comunicação e com a credibilidade. É mestranda em Estudos da Mídia pela UFRN, onde estuda a moda utilizada pelo jornalista de televisão.
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