Autores paraibanos na Bienal Internacional do Livro em Olinda

De novidade, o que a Bienal de Pernambuco trouxe foi uma manifesta inquietação de seus frequentadores, que pareceram preocupados com os rumos que a literatura está tomando após a difusão dos dispositivos móveis de leitura, como os tablets e os e-books.

No domingo, data da visita de Carola Saavedra à Bienal, as perguntas de quem viu a sua passagem pelo Auditório Brum pouco trataram de seu romance Paisagem com Dromedário (Companhia das Letras, 2010), finalista deste ano dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura. Quase todas diziam respeito a um breve trecho de seu depoimento em que a escritora se imaginava escrevendo, futuramente, um texto no qual fosse possível a inclusão de hiperlinks para gravações sonoras.

O burburinho em torno da 'morte do livro' durou até a mesa seguinte, composta pelos escritores e editores Marcelino Freire, Allan da Rosa e Fábio Andrade. Diante da militância da tríade pelas edições independentes de obras literárias, o público parece ter restaurado a esperança em torno de uma possível 'sobrevida' do livro.

O Auditório Brum e o Círculo das Ideias serviram também de 'creche' para alguns escritores: foi o caso de Talitha Rebouças, que reuniu crianças e adolescentes numa concorrida sessão de autógrafos; ou do jovem Antônio Prata, que falou dos 'genes crônicos' herdados do pai, o cronista Mário Prata; ou mesmo da roteirista Inez Cabral, que comentou os projetos com a obra de outro genitor ilustre, o poeta João Cabral de Melo Neto; ou até de Pedro Motta, filho de Mauro Motta (também um nome homenageado pela Bienal), que contestou a reverência a um centenário, segundo ele, ficcional do pai, que coleciona diferentes registros de nascimento.

A cena paraibana também se integrou ao calendário: Lau Siqueira fez sua aparição sábado, no Café Cultural. Agendadas para os próximos dias estão as participações de Andrea Nunes, autora de O Código Numeratti, e Mayana Neiva, que viaja para divulgar Sofia.