Francês Amour ganha Cannes

"Vamos tentar ser felizes, nem que seja só para dar o exemplo", discursou na noite do último domingo o ator de 81 anos Jean-Louis Trintignant, protagonista ao lado de Emmanuelle Riva, de 85 anos, no longa Amour, que ganhou a Palma de Ouro da 65ª edição do Festival de Cannes, na França.

É o segundo prêmio do diretor austríaco Michael Haneke, depois de A Fita Branca (2009), que agradeceu a dupla de atores pelo filme francês.

Amour aborda os caminhos e descaminhos da velhice, através da vida de dois velhinhos aposentados, que costumavam dar aulas de música.

O Melhor Diretor foi o argentino Carlos Reygadas, de Post Tenebras Lux, filme vaiado na sessão para a imprensa.

O dinamarquês Mads Mikkelsen foi o Melhor Ator por The Hunt, em que interpreta um professor acusado de pedofilia.

O prêmio de Melhor Atriz foi dividido entre as romenas Cosmina Stratan e Christina Flutur, pelo filme baseado em fatos Beyond the Hills, que levou também Roteiro do diretor Cristian Mungiu, que já tinha ganhado a Palma com 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (2007).

BRASIL 'OFF'
De acordo com o presidente do festival, Nanni Moretti, as decisões do júri foram guiadas para representar “todas as sensibilidades” do que foi projetado. A sensibilidade da comissão deixou de fora filmes como Na Estrada, do brasileiro Walter Salles, com base no homônimo clássico beat de Jack Kerouac (1922-1969), e o Cosmopolis, de David Cronenberg, baseado no livro sobre a crise capitalista de Don DeLillo.

Uma curiosidade com os dois é a presença da dupla teen de Crepúsculo (Kristen Stewart e Robert Pattinson, respectivamente), além de serem 'road movies' (Cosmopolis é a ida de um multimilionário de Wall Street ao cabeleireiro durante protestos no dia em que o Presidente está na cidade).