Jô Cortez vai buscar inspiração na poesia de Manoel Barros para exposição

“Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão - antes que das coisas celestiais”. A simplicidade dos poemas de Manoel de Barros (1916 - 2014) servem como pontes de inspiração para a artista plástica paraibana Jô Cortez.

Está em cartaz desde sexta-feira, em João Pessoa, a exposição Ninhos, Poemas e Poemas, na galeria Louro & Canela (Av. João Maurício, em Manaíra). A visitação é gratuita e pode ser feita das 9h às 18h, até o dia 18 de maio.

Das relações afetivas entre familiares, ela imortalizou a imagem através de seus traços. Numa espécie de poemas pintados, a artista coloca na tela a sua interpretação sobre o canto ‘Retrato do artista quando coisa’, de Manoel Barros.

Desde que iniciou sua carreira nas artes visuais, Jô Cortez desenha a convivência entre pais e filhos. “Eu sempre busquei expor na minha arte a simplicidade do viver. Por isso trago a figura da criança no sentido de encontrar a pureza e a alegria de viver”.

A escolha de fazer uma ligação com os poemas de Manoel de Barros veio da
simplicidade das palavras do poeta. “Os seus versos são muito ligados à natureza, eles são doces, livres e dão valor às coisas mais simples da vida”, explica a artista.

Além das relações humanas, as ações da natureza como o cantar dos passarinhos e as folhas caindo no chão também estão bem presentes nas obras de Jô Cortez.

Ainda sobre a temática em questão, Jô Cortez adianta que no mês de julho irá ministrar um workshop de pintura com a participação de pais e filhos. "Assim como na minha arte, com esse projeto quero aproximar as famílias, fazer com que pais e filhos valorizem o tempo juntos".