Milton solta a voz em JP

Infelizmente, Milton Nascimento vem pouco à Paraíba. Estado, aliás, que ele diz que gosta muito. Sua última passagem por João Pessoa foi em 1999, quando lançou o disco Crooner. Antes disso, em 1989.

Treze anos depois, ele volta à capital paraibana como uma das grandes atrações da primeira edição do Extremo Cultural, festival da Prefeitura de João Pessoa nas areias da praia de Tambaú, a partir das 20h, com entrada gratuita.

“Eu tenho muitas lembranças da Paraíba, não somente da capital, João Pessoa, onde sempre fui muito bem recebido, e isso desde minha primeira vez na cidade. Mas eu também gosto bastante de outras cidades, como, por exemplo, Campina Grande, que é um dos lugares onde eu mais gosto de fazer apresentações. E não é à toa que este é um dos estados mais queridos do Brasil”, revela Milton Nascimento ao JORNAL DA PARAÍBA.

Milton, que ano passado celebrou 70 anos de vida e 50 de carreira, chega com a turnê ‘Uma Travessia’, show que celebra não só meio século de estrada, como também os 45 anos do hino ‘Travessia’ e os 40 do disco Clube da Esquina completados em 2012.

“Vou fazer uma apresentação com os maiores sucessos da minha carreira. E, como este é um ano muito especial, não podem ficar de fora músicas como ‘Coração de estudante’, ‘Nos bailes da vida’, ‘Maria Maria’ e ‘Caçador de mim’”, avisa.

Acompanham o músico carioca mais mineiro do país o guitarrista Wilson Lopes, o baterista Lincoln Cheib, o pianista Kiko Continentino e o baixista Gastão Villero, além de Widor Santiago nos sopros.

“O repertório foi escolhido em conjunto com todos que trabalham comigo, e isso foi uma das primeiras coisas que decidimos, antes mesmo de reunir a equipe para discutir a concepção do show”, explica Milton, admitindo que foi difícil chegar à seleção final em um conjunto de canções tão marcantes.

SHOW AO AR LIVRE
Até abril, as lojas deverão receber o DVD Milton Nascimento - 50 Anos de Voz nas Estradas (a ser lançado pela Universal Music, com patrocínio do Natura Musical). O show foi gravado em dezembro do ano passado no Vivo Rio e conta com as participações de Lô Borges e Wagner Tiso.

“Ainda ontem eu estava no estúdio finalizando a mixagem e o trabalho está ficando muito além do que eu esperava”, comenta rapidamente.

Apesar de frequentar bastante os palcos de teatros e casas fechadas, Milton Nascimento diz que gosta muito quando tem a chance de se apresentar ao ar livre, sobretudo com entrada gratuita, como na apresentação de logo mais, à noite.

“Dessa forma, o acesso das pessoas é muito maior, e aqueles fãs que nunca tiveram a oportunidade de ver um show meu podem ir com muito mais facilidade e ainda levar a família inteira e os amigos junto”, comenta, para arrematar: “Agora, quando o show acontece numa praia como Tambaú, a emoção é indescritível, e eu não vejo a hora de estar com minha banda em cima do palco. Vai ser uma noite maravilhosa”.

HOMENAGENS
Milton volta à Paraíba em um momento intenso de celebração. Quinta-feira mesmo, prestigiou o lançamento da trilha sonora do musical Nada Será Como Antes, espetáculo de Charles Möeller e Cláudio Botelho que celebra a vida e a obra do músico, em cartaz no Rio de Janeiro.

O musical é apenas uma das homenagens que Milton Nascimento vem recebendo pelos seus 70 anos (completados em 26 de outubro de 2012), além dos 50 de carreira.

“Ano passado foi, sem dúvida, um ano bastante agitado”, admite. “Paralelo aos shows, recebi muitas homenagens, fiz gravações com músicos maravilhosos e tive o privilégio de ter recebido um musical de presente do Cláudio Botelho e do Charles Möeller.

Além disso, teve a cerimônia do Grammy, em Las Vegas, que foi uma das coisas mais emocionantes que eu já vivi”.

Além disso, foi a oportunidade de Milton ter sua discografia revisitada com o lançamento de 20 de seus álbuns em bancas de revista, via a editora Abril.

O acervo, aliás, será digitalizado este ano pelo Instituto Antônio Carlos Jobim, uma das grandes novidades sobre a carreira do músico para este ano, junto com o livro provisoriamente chamado de A Música de Milton Nascimento, fruto dos bate-papos entre o autor de ‘Travessia’ e o compositor mineiro Chico Amaral e que deverá ser lançado já nos próximos meses.

ABERTURA
A cantora paraibana Renata Arruda abre a noite com show de uma hora e meia. Nele, ela mostrará sucessos como ‘Ouro pra mim’, ‘Fique à vontade’, ‘Canudinho’ e ‘Porta do sol’, além de um set list de sambas e versões para 'É o amor' e 'Espumas ao vento', entre outras surpresas.