Pássaro da Noite, com Luana Piovani, está em cartaz em JP

Horácio Roque, especial para o Jornal da Paraíba

Com Pássaro da Noite, a atriz Luana Piovani encarou o desafio de abandonar as peças infantis e embarcou na aventura de atuar em um monólogo voltado ao público adulto. No espetáculo, que tem apresentações amanhã (às 21h) e domingo (às 20h), no teatro Paulo Pontes, em João Pessoa, Luana vivencia as crises existenciais de uma jovem ao fim de mais uma noite de festa.

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O texto passeia pelo humor e pelo trágico, pincelado por cenas de nudez parcial, em que propõe, além de tudo, a retomada da antiga empatia com o público mais velho. Longe da inocência dos personagens infantis, o novo papel de Luana se apresenta despida de preconceitos morais e inatingível às opiniões de terceiros – o que, de fato, se parece bastante com a intérprete.

“Quando eu me apaixono pelas histórias, me dá vontade de contá-las. E eu me apaixonei por esta. O que ela transmite é pertinente e verdadeiro”, disse Luana ao JORNAL DA PARAÍBA, por telefone. “Fala verdades que podem ser as verdades de qualquer um”, acrescentou.

A paixão que acometeu Luana foi por uma mulher sem nome – o que dá brechas para criar uma identificação com indivíduos reais de qualquer idade e lugar. A situação pela qual ela passa no enredo também é curiosa. Mesmo em uma festa, a personagem se sente sozinha, em um estado de solidão absoluta. Introspectiva, ela começa a dialogar consigo mesma e, através do humor, busca incessantemente uma orientação sobre quem ela realmente é.

“Todo mundo já se sentiu sozinho, mesmo cercado de gente. Então, a peça convida o público a encontrar sua bússola tal como a personagem encontra a sua, que foi através do humor. Ela está sempre rindo de si mesma, independente da situação. Cada um de nós leva as coisas muito a sério”, explicou Luana.

A atriz esteve em cartaz há pouco tempo com filme Mulher Invisível, de Cláudio Torres, em que contracena com o ator Selton Mello. Ela também filmou, recentemente, os longas Insônia, de Beto Souza, e Família Vende Tudo, de Allan Fresnot. Apesar disso, ela viu no monólogo um desafio maior do que as grandes telas.

“O monólogo, em si, já traz grandes dificuldades. A segurança para estar, sozinha, em cima dos palcos é algo difícil de ser alcançado”, ponderou Luana. “Eu mesmo me senti insegura e só vim a ter segurança no texto, no que ele quer transmitir, há pouco tempo. E este texto do ‘Pássaros da Noite’ tem algumas complicações, pois tem partes rimadas e não há como passá-las em branco”, completou.

A atriz, paralelo ao espetáculo em cartaz, começa a pré-produzir a sua próxima incursão no teatro, que vai ser, novamente, um espetáculo infantil. Luana pretende fazer uma adaptação do clássico Soldadinho de Chumbo, escrito em 1838 pelo dinamarquês Hans Christian Andersen. A peça infantil vai se chamar O Soldadinho e a Bailarina e vai ser dirigida pelo mineiro Gabriel Vilela, que no currículo dirigiu peças como Os Saltimbancos, de Chico Buarque. O novo espetáculo deve estrear em março do próximo ano.