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CULTURA

Peça de Ariano inspirada em Shakespeare é encenada em JP

Grupo paraibano Ser Tão, ao lado do norte-rio-grandense Clowns de Shakespeare, apresentam a estreia nacional da Farsa da Boa Preguiça, às 17h deste sábado (27).

Publicado em 27/02/2010 às 10:41

Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba

A peça A Farsa da Boa Preguiça é um texto meio à parte na dramaturgia de Ariano Suassuna. Combate a idealização de um Nordeste puro. Seu trabalho teatral favorito, mais até do que Auto da Compadecida, a peça é de 1960 - exatamente dez anos antes da criação do Movimento Armorial, plataforma em que surgiu o Ariano defensor intransigente da cultura popular nordestina.

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Com patrocínio da Eletrobrás, o grupo paraibano Ser Tão, ao lado do norte-rio-grandense Clowns de Shakespeare, apresentam a estreia nacional da Farsa da Boa Preguiça. A produção, que é um espetáculo de rua, será encenada hoje no Ponto de Cem Réis, em João Pessoa, a partir das 17h e segue em turnê por todo o Nordeste. As próximas cidades visitadas ainda serão na Paraíba: Campina Grande e Cuité.

Na Farsa da Boa Preguiça, Ariano coloca dois mundos em conflito representados por dois casais: o burguês, representado pelo rico obstinado por trabalho Aderaldo Atacão e pela fútil Clarabela; o sertanejo, representado pelo poeta preguiçoso Simão e sua mulher Nevinha. A metáfora que se depreende da peça é: os ricos só querem se aproveitar dos pobres. Aderaldo quer um encontro amoroso com Nevinha e Clarabela quer “defender a cultura popular” dormindo com Simão.

Clarabela, que parece saída da peça As Sabichonas de Molière, pergunta se o Sertão não estaria perdendo a pureza por conta de as viagens agora serem feitas de ônibus. Joaquim Simão, ironicamente, responde que não:“Ônibus é mais macio (do que cavalo)”.

O desafio da rua

“O que seria um desafio para um grupo novo como o Ser Tão como o Sertão?”, perguntou a diretora Christina Streva. “Um espetáculo de rua! Antes mesmo de escolhermos que seria um texto de Ariano, o objetivo foi o de dar este desafio aos atores, de jogá-los na rua”, explicou.

A escolha por Ariano Suassuna vem numa perspectiva do próprio Ser Tão, que é o de revisitar a clássica dramaturgia brasileira. “Quando montamos, nem sabíamos dessa montagem do Rio (com direção de João das Neves). Achamos que A Farsa é uma peça muito boa, mas pouco montada e que ficou meio escondida pelo Auto da Compadecida”.

Há quatro anos, Fernando Yamamoto lamentava que o seu grupo, embora vizinho da Paraíba, já havia se apresentado mais vezes em São Paulo do que em João Pessoa. Agora isso mudou. E mudou devido às movimentações estabelecidas pelo próprio Clowns por meio do coletivo que agrega outros grupos do Nordeste, o Lapada.
“Sem dúvida esta é a consolidação de um processo buscado há algum tempo e em especial com a Paraíba”, atesta Fernando Yamamoto. Tanto Ser Tão Teatro como Clowns já estão com as próximas montagens definidas.

O grupo potiguar será dirigido pela primeira vez por Gabriel Vilela, encenador de sucesso que marcou época no teatro nacional por sua parceria com o Galpão, de Minas Gerais. A companhia paraibana, premiada no Myriam Muniz da Funarte, fará a montagem do espetáculo Coronel Macambira, texto do poeta e dramaturgo pernambucano Joaquim Cardozo.

Quem interpreta o personagem principal, o poeta Joaquim Simão, é o ator convidado Thardelly Lima. Ele vem de uma atuação muito parecida com a que fará amanhã, a do poeta Ferreirinha de A Farsa do Poder, do potiguar Racine Santos. “Esse foi o meu principal desafio: fugir do corpo e da voz do outro personagem”, contou.

Outro desafio que Thardelly terá de enfrentar será profissional. Em fase probatória na Piollin, que prepara um novo espetáculo sem ele - Thardelly passará por avaliação na Piollin, mas não descartou a possibilidade de participar da próxima montagem do ‘Ser Tão’.

Imagem

Jornal da Paraíba

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