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CULTURA

Pintor paraibano restaura obra de Picasso avaliada em 289 milhões de euros

Dentre as obras restauradoras por Flavio Capitulino estão Mulher com Rosa, de Gauguin e Vista de Ponte Neuf, de Cézanne.

Publicado em 21/02/2016 às 7:00

Em Sousa, no Alto Sertão, o primeiro contato que o paraibano Flavio Capitulino teve com o artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973) foi nos anos 1970, quando era um garoto de seis anos. Na sua casa, entre seus desenhos e tarefas escolares, seus amigos o apontava como “nosso Picasso brasileiro”. Tal elogio causava repreensão da sua mãe, que era analfabeta: “Sem palavrões na minha casa!”.

Mal ela saberia que seu filho iria se tornar o restaurador oficial da obra de Picasso, com as bênçãos da família do famoso pintor espanhol.
Sua aventura pelo Velho Mundo começou nos anos 1980, quando ele se mudou para a capital francesa, cidade onde reside até hoje.
“Saí daqui quando tinha 17 anos ‘sem pau pra dar em cachorro’, como dizem”, relembrou Capitulino, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA quando estava visitando Campina Grande recentemente. “Como aqui não tinha referência e as pessoas dizem que você é um ‘grande artista’, fiz minhas malas e parti para Paris. Quando cheguei lá, vi que não era bem assim...”
Sem falar francês nem para fazer ‘biquinho’, Capitulino fez de tudo na ‘Cidade Luz’, desde faxineiro a babá de crianças e cuidador de velhos.
Segundo o paraibano, foi num desses empregos que ele se deparou com uma maltratada mesa de laca chinesa. Insistiu em restaurar o objeto e, quando o fez, seus patrões ficaram tão encantados que mostraram a mesa à uma restauradora do Louvre. Mesmo com um currículo curtíssimo, ele foi indicado para trabalhar num ateliê privado.
Depois de 30 anos desenvolvendo e aprimorando técnicas de restauração – “meu primeiro quadro de renome foi um Renoir” –, Flavio Capitulino afirma que o apogeu da sua carreira aconteceu no final de 2014, quando Catherine Hutin-Blay, enteada de Picasso, convidou o paraibano a cuidar do acervo do artista através da Picasso Administration, organização sediada em Paris que administra os direitos dos herdeiros.
“Aproveite cada segundo” foi o recado de um amigo galerista parisiense quando Capitulino visitou os espaços fechados para o público do Castelo de Vauvenargues, ao sul da França, lugar onde Picasso viveu e mantinha seu ateliê.
‘SEVERINO BUCHUDO’
Dentre as obras restauradoras por Flavio Capitulino estão Mulher com Rosa, de Gauguin (1848-1903), Vista de Ponte Neuf, de Cézanne (1839-1906) e diversos trabalhos de Renoir (1841-1919), a exemplo do quadro A Dançarina.
“O mais caro que restaurei foi justamente de Picasso: O Casamento de Pierrette, orçado em 289 milhões de euros”, contabiliza o paraibano.
Mas como manter o profissionalismo e o sangue frio diante da importância cultural e histórica de uma obra como essa? “Depois de muito tempo, você acaba se blindando”, revela. “Quando um quadro chega em minhas mãos, a partir dali eu esqueço a assinatura. Pode ser quem for, ‘Severino Buchudo’ ou Picasso”.
Capitulino está organizando para abril e maio, respectivamente, uma exposição de Picasso em Veneza, na Itália, e em Barcelona, na Espanha.
Em solo paraibano, o artista e restaurador foi o responsável por promover em agosto de 2001, no Tribunal de Justiça da Paraíba, na capital, uma mostra internacional que tinha obras de Picasso, Renoir, Magritte (1898-1967) e Ziem (1821-1911), dentre outros.
Capitulino chegou a ser convidado para ser o diretor do Museu Assis Chateaubriand (MAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. O convite não foi consolidado quando o equipamento foi inaugurado em 2012.
Atualmente o MAC se encontra de portas fechadas devido ao corte de verbas em virtude da crise. Para o experiente paraibano, um problema que poderia ser evitado. “O museu não pode viver sozinho. Você vê uma vez e não volta mais”, aponta. “A reserva técnica de vários museus podem ser disponíveis para outros”.
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Jornal da Paraíba

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