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CULTURA

Professor Iveraldo Lucena lança livro em João Pessoa

Iveraldo Lucena vira personagem de documentário e estreia na ficção com o lançamento de 'Contos que Conto e Outras Histórias'.

Publicado em 16/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 29/02/2024 às 10:29

Certa vez, Iveraldo Lucena homenageou Valter Carvalho com uma plaquete. “Ainda bem que estão chamando de plaquete e não de livro”, disse o diretor de O País de São Saruê (1971), com sua sinceridade incorrigível. “Livro só é aquele que para em pé na vertical”. Quando, em 2003, o escritor lançou Na Vereda de um Andarilho, um calhamaço de 586 páginas sobre educação, o amigo cineasta foi o primeiro a saber: “Pronto, agora você pode dizer que eu escrevi um livro.”

Estreia na ficção de Iveraldo Lucena, Contos que Conto e Outras Histórias (Independente, 170 páginas, R$ 30,00) só virou ficção por causa dessa historinha. Com lançamento marcado para hoje em João Pessoa, a coletânea inspira-se em fatos narrados pelos familiares do professor de história que foi secretário de educação e pró-reitor de extensão e assuntos comunitários da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

"Eu nunca pensei em trabalhar com ficção, mas queria dar o testemunho das histórias familiares, que os meus antepassados contavam, e elas sozinhas não paravam em pé", brinca o autor, que assina o livro na sala Aruanda, do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA). Durante a sessão de autógrafos será exibido o documentário Andarilho, um média-metragem de João de Lima e Marcus Vilar inspirado na vida do escritor de 80 anos nascido em Bananeiras (Brejo).

É o terceiro livro de Iveraldo Lucena. O primeiro, Revolução Interrompida (1999), surgiu literalmente de uma batalha contra as traças: "Eu tinha um conjunto de textos publicados ao longo da vida, alguns escritos ainda como estudante, e conservava as cópias datilografadas que já estavam esmaecidas e sendo corroídas pelas traças", explica o colaborador de periódicos como o jornal católico 'A Imprensa'.

Ao primeiro volume de textos sobre educação seguiu-se outro, que teria o título inicial de Balaio de Textos. "Mas eu mudei para Na Vereda do Andarilho por influência do (historiador) José Octávio, que disse que se recusava a escrever o prefácio de um livro com esse título", lembra. A mudança do título causou uma confusão: em 1988, depois de uma caminhada na praia com a esposa e o filho, Iveraldo teve a ideia de fundar um grupo de andarilhos. O segundo livro não trata destas histórias, que ele guarda para um próximo título, que pretende escrever futuramente.

"Em todas as grandes caminhadas, sempre fiz anotações em cadernetas que eu carregava comigo", relata o aventureiro que percorreu a pé o litoral de quase todo o Nordeste, utilizando os terraços de casas abandonadas como pouso.

O futuro relato vai se apoiar em um lema do grupo de andarilhos: o de que nenhum participante pode contestar as histórias do outro. "Então pode ser que no meio do relato tenha muita ficção também", ele avisa.

Contos que Conto e Outras Histórias foi ilustrado pelo artista naïf Clóvis Júnior, representante de uma estética da qual, em sua trajetória, Iveraldo Lucena foi grande incentivador. "Sempre tive uma relação muito boa com os artistas primitivistas", conta. "Era um segmento que não tinha muito espaço, o que não é o caso de Clóvis Júnior, que já nasceu com este espaço. Ele tem um grande talento em captar as coisas do universo popular e foi muito delicado no traço."

DOCUMENTÁRIO É EXIBIDO NA UFPB
Iveraldo Lucena também teve os seus dias de Humphrey Bogart.

"Eu achei que seria apenas um vídeo de homenagem da família e dos amigos mais próximos. Só depois entendi que estavam me dirigindo e que o negócio ia ser sério e profissional", diz o protagonista de Andarilho, documentário dirigido por João de Lima e Marcus Vilar que tem produção do Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc) e da TV UFPB e estreia hoje na sala Aruanda.

O filme começou a ser produzido em março do ano passado e traça um perfil profissional e humano de Iveraldo Lucena, com locações em Bananeiras, em João Pessoa e em Brasília (DF), além de depoimentos de personalidades como Manfredo Caldas e Vladimir Carvalho.

"Não me lembro de quantas vezes eu tive que ir e vir do túnel de Bananeiras', diverte-se Iveraldo Lucena, recordando-se da viagem em comboio que fez à terra natal com João de Lima e Marcus Vilar.
"Procuramos enfatizar não apenas o lado profissional, mas também o lado humano de Iveraldo", justifica João de Lima, um dos diretores. "A ideia partiu do filho dele, Ricardo Lucena, e nós acolhemos pela generosidade de Iveraldo e pela sua carreira na área pública."

Um dado importante mencionado por João de Lima é que o Nudoc foi criado na UFPB em 1979, no último ano de gestão de Iveraldo Lucena como pró-reitor de extensão para assuntos comunitários, durante o reitorado de Lynaldo Cavalcanti (1932-2011).

Imagem

Jornal da Paraíba

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