icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Quadrinista vencedor do prêmio Jabuti fala sobre trabalho de criação

Wagner Willian conta ao JORNAL DA PARAÍBA como foi o processo criativo da novela gráfica 'Bulldogma'.

Publicado em 22/03/2016 às 8:00

Quadrinhos, cervejas, alienígenas e um cachorro são elementos da aventura urbana Bulldogma (Editora Veneta, 320 páginas, R$ 59,90), álbum de Wagner Willian – potiguar radicado em São Paulo há mais de 20 anos.

Autor de Lobisomem Sem Barba (Balão Editorial), segundo lugar na categoria Ilustração do prêmio Jabuti 2015, a protagonista de Bulldogma surge justamente de um dos contos ilustrados dessa obra anterior: Deisy Mantovani é uma ilustradora freelancer de embalagens, livros infantis e histórias em quadrinhos.

“É baseado na realidade”, atenta o quadrinista. “De certa forma, ela é um alter ego, tem um pouco disso. Levantar uma problemática para trazer o que acontece nesse mercado, que nem tudo que reluz é ouro”.

Até o tema de abduções alienígenas partiu do mundo real: enquanto folheava os classificados, o autor se deparou com um anúncio no qual o indivíduo estava vendendo o imóvel por estar cansado de ser abduzido. É para um apartamento localizado numa dessas regiões que a Deisy Mantovani se muda com seu buldogue Lino.

“O elemento sobrenatural existe só para questionar a realidade em si. Serve para traduzir melhor essa realidade emocional dela”, explica. “O buldogue é um valor afetivo, como se fosse um refúgio para ela”.
Mantovani passa seu tempo entre filmes de ficção científica, vídeos do Youtube sobre ufologia e questões filosóficas sobre a realidade. Além da busca frenética por freelas, festas e romances complicados. “Trabalhar em casa significa trabalhar muito mais. A vida social vai pras cucuias”, analisa Willian.

Juntamente com a sci-fi, o quadrinista coloca no caldeirão da sua aventura urbana um clima de Nouvelle Vague – movimento cinematográfico francês dos anos 1960. “Tem isso das coisas irem ao sabor do vento”, aponta.

Outra influência que pode-se traçar um paralelo em Bulldogma, segundo Wagner Willian, é uma pitada do nonsense do norte-americano Daniel Clowes, quadrinista de Como uma Mão de Veludo Moldada em Ferro (lançada no Brasil pela Conrad, em 2002).

Falando em moldar, Wagner conta que o processo criativo foi complicado, no qual a estrutura narrativa inicial se estendia em causalidades. Ele trabalhava com um personagem que se encontrava com outro; esse outro passava a ser acompanhado pelo autor e assim por diante.

No caos de idas e vindas de personagens, Deisy Mantovani apareceu em três monólogos. Decidindo colocá-la como protagonista, outras partes da sua extensa narrativa viraram Deus é o Jiraiya, publicada no site Nébula (medium.com/nebula) e O Homem que Era Um Javali, ainda em desenvolvimento.

“Foi complicado porque fui escrevendo e desenhando. À medida que a narrativa foi se alargando, o primeiro monólogo foi pro fim, o segundo foi pra não sei onde... Criar e destruir. Se for para resumir, o processo criativo foi esse”.
E sobre o calhamaço que é Bulldogma afetar os leitores? “Se não for pela leitura, será pelo seu peso”, brinca.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp