A estreia de Marighella foi uma verdadeira novela. Entra em cartaz. Não entra em cartaz. Foi censurado. Não foi censurado. Nesta quinta-feira (04), o filme dirigido por Wagner Moura chega, afinal, aos cinemas. Conta uma história ainda tão recente (tem pouco mais de 50 anos), mas fadada cada vez mais ao esquecimento, não fossem iniciativas como esta de filmá-la.
Marighella é um grande filme? Talvez não chegue a tanto. Prefiro dizer que é um filme importante, muitíssimo necessário no Brasil sob Bolsonaro. Narra, sem meias palavras, uma história da ditadura militar, dizendo quanto é indesejável viver sob governos de exceção, no momento em que o Brasil é governado pela ultradireita, e que o presidente da República não esconde que é a favor da ditadura e – pior – de métodos abomináveis como a tortura.
Neste quatro de novembro, dia da estreia do filme, faz 52 anos que o guerrilheiro urbano Carlos Marighella foi executado em São Paulo. Lembro nitidamente do episódio e das fotos dele morto no banco traseiro de um fusca. Sem saber, os frades dominicanos ligados a Marighella foram usados pelas forças da repressão – à frente, o delegado Sérgio Fleury – que planejaram com êxito a execução.
Marighella é um filme muito bem realizado pelo ator Wagner Moura em seu primeiro trabalho como diretor. Não tem firulas narrativas. Pelo contrário, dirige-se com clareza ao grande público e tem tudo para ser um sucesso. Transita com fluência entre o drama – a relação de Marighella com o filho e com Clara – e as violentíssimas cenas de tortura, os horrores praticados pela ditadura e seus aparatos repressivos.
É possível dizer que Marighella exagera no tom apologético de sua figura central. Opção de quem fez o filme. Não faz mal. Veja e faça a sua leitura. A cena do Hino Nacional é muito forte. O hino é nosso, ele não pertence à ultradireita bolsonarista. A tradução é essa. Que o público, indo aos cinemas, saiba compensar essa novela tão longa que foi a estreia de Marighella.
Um filme que enaltece um terrorista não é necessário!
Terrorista, já disse Wagner Moura com propriedade, é quem contribui para a morte de mais de 600 mil pessoas, deixa mais de 19 milhões brasileiros (as) passarem fome, destrói deliberadamente o maior patrimônio ambiental do mundo.
Terrorista é ser aliado do Corona vírus, dos que desmatam, dizimam e promovem a fome e a miséria no Brasil.
O terror de Marighella foi a resposta violenta ao terror de Estado implantado por militares e civis a partir de 1968 com o AI-5. O regime militar promoveu a guerra civil. Bolsonaro e seus devotos a querem de novo.
O tema em questão é sobre o lançamento de um filme. Onde fala de uma prática totalmente desprovida de apoio por pessoas que sejam normais. O terrorismo, não pode em hipótese alguma, ser enxergado como uma maneira de oposição em nome de uma causa. Seja ela qual for! É lamentável ouvir comentários enaltecendo, mesmo que de forma subliminar, o que realmente representa a proposta do filme. Ou seja, um ” TERROR.”
Reflitam sobre suas opiniões!
ESSES INTELIGENTES QUE CRITICAM E CONDENAM O FILME DE MARIGHELA SÃO APENAS COVARDES. SABEM O QUE ACONTECEU NA DITADURA DE 64 E ACEITAM AQUELAS BARBARIDADES. AS PESSOAS NORMAIS SABEM A DIFERENÇA ENTRE A REAÇÃO DOS OPRIMIDOS E A VIOLÊNCIA DOS OPRESSORES. SIMPLES ASSIM.
Marighela é o grande herói nacional; assim como foram João Pedro Teixeira, Margarida Maria Alves, Zumbi dos Palmares, Luisa Mahin, Antônio Conselheiro, João Cândido, Neco de Barros, Alexandre Viveiros, Chico Mendes e tantos outros e outras ,anônimos ou conhecidos que um dia ousaram enfrentar a força bruta da grana que ergue e destrói coisas belas.