Edu Lobo e Dori Caymmi não saem bem do documentário O Canto Livre de Nara Leão. Mais de 40 anos se passaram desde que a cantora dedicou um álbum inteiro ao repertório de Roberto e Erasmo Carlos, e seus colegas ainda não entenderam o motivo. Música de motel? Botões da blusa? Na voz de Nara? Não pode! – imaginem!
Com Chico Buarque, a conversa é outra. Até porque ele é muito mais arejado do que Edu Lobo e Dori Caymmi. Mas acho que Chico também escorregou numa casca de banana no belo documentário de Renato Terra que está disponível no canal Globoplay.
O assunto é Com Açúcar, Com Afeto. Chico compôs o samba a pedido de Nara para o disco dela de 1967 (Vento de Maio). É um daqueles sambas de mulher submissa, como Camisa Amarela, de Ary Barroso, cada um mais lindo do que o outro.
Chico diz que Nara gostava desse tipo de samba e explica que o contexto era outro em 1967. Diz ainda que as feministas precisam entender que o contexto era outro, mas que estará sempre do lado delas.
Agora sabemos que Chico Buarque não pretende mais cantar Com Açúcar, Com Afeto. Que pena. O autor se autocensurou. Não seria melhor entender o samba não como um elogio à mulher submissa, mas como a confirmação de que elas, infelizmente, existem?
Emburrecemos. É a palavra que me ocorre. Continuarei a ouvir Com Açúcar, Com Afeto. Com Nara, com Jane (dos Três Moraes) e com o próprio Chico.
Nessa linha de raciocínio, não se entra em museus, p.x., que expõem a história da escravidão. Ou vai riscar a faixa da música no LP.
O Chico se autocensurou porque quis e, também, por causa dessa mídia machista que inventa coisas onde não tem. Nunca existiu mobilização feminista que o impedisse de cantar qualquer que fosse a música. Nenhuma mulher nesse país tem uma voz tão potente capaz de calar um homem. Parem de sensacionalismo barato.
A música é realmente linda. Não acho que denigre a mulher. Nem á imagem de Nara. Nem a Chico Buarque de Holanda, pois este possui um crédito muito elevado para ser condenado por causa dessa música.
Existem coisas piores. A música Disritmia, de Martinho da Vila, me causa gastura:
“Vem logo, vem curar seu nego, que chegou de porre lá boemia…”
PQP! Infame!
Chico nos deixou estarrecidos quando apareceu cantando “Atrás da Porta”, aquele dilacerante adeus na voz feminina. Mas as feministas não se aborreceram tanto com o açúcar e o afeto quanto com “Mulheres de Atenas”. Da minha parte, só critico “Com açúcar, com afeto” num verso que precisa ser melhorado. Se o marido está presente e ela vai esquentar seu prato, por que daria um beijo em seu retrato? Eu escreveria: “Logo vou esquentar seu prato/esqueço todo recato/e abro meus braços pra você”.
Lindos inteligentissimos comentários. Vejo Chico acima de qualquer dúvida com açúcar e com afeto é ainda uma música do momento sim muitas Marias e Clarisses pregam este tipo de relacionamento porque amam seus amados como o são, não violentos isto nunca não, mais por serem boêmios mais estas mulheres de hoje ainda amam o homem boêmio nem todas e respeito a todas cada uma ama ao seu jeito.
Logo digo Caro Chico esqueça isto meu poeta e continua cantando as mulheres… com açúcar e com afeto, as atenas, a Luizas.
Isto é um presente para nós. Homens e mulheres ou será o inverso.
Pra mim ele só tá querendo atenção visto que acabou a lei Rouanet e ele tá fora da mídia atual kkk
Chico e sua turminha ultimamente tá mais sujo com o povo que pau de galinheiro com seu comunismo lulista petista ! Toda essa baboseira é pra tentar desviar o foco da sua traição a essa pátria junto com outros lacradores ! Grandes poeta, péssimos patriotas!
Chico Buarque está ridículo com essa autocensura. Está com saudades da censura dos tempos antigos e querendo se mostrar “modernoso” para suas coleguinhas. A música “Com açúcar, com afeto” fala de um tipo de relacionamento conjugal que ainda existe, ela é atemporal.
Que Chiquinho bobão e absurdo!