Em tempos de guerra ou paz, nos é escassa e imprescindível a existência de referenciais. Flui, nos países da América Latina, subterraneamente, uma riqueza incomensurável de Arte e fazeres que a contemporaneidade pós-moderna, tenta, a grande custo, liquefazer: ao achatar toda e qualquer forma de criação humana, procurando igualá-la indistintamente. Em música é urgente que se brade em alto e bom som: nem toda música é Arte! E isso precisa ser esclarecido, sobretudo nos ambientes acadêmicos, pois é lá, seja por fins de estudos, seja por interesses seculares de alimento do mau gosto, onde se nutrem e se perpassam os mais esdrúxulos e maléficos equívocos.
A cultura artística sul-americana precisa de vozes tenazes para que sejam ouvidas em meio a um disseminado discurso preconceituoso de esquecimento do que é Bom, Belo e Justo. Vendem desmúsica como se música fosse, e acima disto, como se esta fosse a autêntica música dos povos abaixo da linha do Equador. O ensino musical carece daqueles que professam Música que alimente a alma! No Brasil, mesmo os bem vocacionados intérpretes do momento ainda são tímidos ao defenderem a Música Artística nossa.
Enquanto jazem esquecidos nomes de suma importância artística, em todas as vertentes da criação, a indústria cultural empurra-nos, goela – ou ouvidos – abaixo, uma infinidade de “produtos” midiáticos que levam multidões ao erro. As massas sucumbem nessa produção sonora feita justamente para achatar e nivelar, sempre por baixo, o consumo, fazendo, assim, com que se crie dependência desses tais produtos sonoros.
Há gêneros em que a depreciação da figura feminina é explícita e mote único para seu existir, e, paradoxalmente, nem todo o movimento de busca por ‘igualdade de gênero’, desde o século passado, tem sido capaz de refrear. O porquê de não existir crítica contundente em abundância, um contraponto suficientemente audível, o acesso à Arte autêntica, e um ensino compromissado com um verdadeiro movimento de mudança repousa em causas mais intrincadas e complexas que estão entranhadas na sociedade pós-moderna, possivelmente, de forma indissociável.
O primeiro aspecto no caso musical é o uso sistemático e reiterado, de forma deliberada, do pulso: o funk, tanto norte-americano como o poderoso subgênero brasileiro, é o exemplo-mor do momento. Nele ouve-se o repicar monótono de pulsos graves, sempre em grande volume; essa extravagância é reforçada pelas letras com rima paupérrima, nas quais se escancara a depreciação não só do feminino, mas, sobretudo, a banalização do sexo.
Que entendamos, quiçá de uma vez por todas: há muito mais que belos rebolados, ou meras lacrações a se escutar: a Vida Interior agradecerá!
Sou a favor da musica, de uma boa musica.
Concordo em gênero, número e grau! O meio acadêmico endossa a desmúsica há pelo menos duas décadas!!! Sob o pretexto de inclusão, abraçaram até as piores porcarias vomitadas pela mídia de massa como manifestação autêntica e as igualaram à Arte de gênios cujas obras perduram por séculos. Nada disso é acidente, existe um esforço generalizado para o emburrecimento da nossa sociedade, para que se esqueça de sua grandeza e de seus grandes, se lambuze nos prazeres mais nefastos aos sons mais animalescos e hipnotizadores. Mataram a Arte na Academia!!! Mataram também o ensino. Inviabilizaram o acesso ao aprendizado da Música, tornado-o virtualmente impossível, para gerar o cancelamento de toda uma poupança cultural que querem lançar no esquecimento. Não é que as pessoas não tenha capacidade de aprender, mas que a Academia tornou-se inapta em ensinar, aderiu a um processo destrutivo importado de universidades inglesas e americanas. É um afronta ao legado dos grandes brasileiros do passado, um entreguismo BARATO, propagado por Fundações Americanas, aos quais alguns pesquisadores venderam-se por migalhas e prestígio. É um entreguismo disfarçado de defesa da diversidade. Ora, onde estão os grandes compositores, pintores e escritores brasileiros??? Foram esquecidos pela Academia que prefere debruçar-se sobre os últimos hits do TikTok. A Academia que outrora combatia ferozmente a massificação da cultura e os esforços das elites em imbecilizar o povo, agora se une às tropas reboladoras. Tudo isso ainda tem um agravante. A saber, gerar um endosso que serve inclusive para direcionar recursos públicos. O dinheiro que deveria ir para os cantadores, para os artistas e artesãos, vai muitas vezes para funkeiros apadrinhados de Redes de TV, um estilo importando pelo DJ Marlboro, que foi se ‘abrasileirando’ e ganhando vulto com injeção de recurso e público.
Concordo em gênero, número e grau! O meio acadêmico endossa a desmúsica há pelo menos duas décadas!!! Sob o pretexto de inclusão, abraçaram até as piores porcarias vomitadas pela mídia de massa como manifestação autêntica e as igualaram à Arte de gênios cujas obras perduram por séculos. Nada disso é acidente, existe um esforço generalizado para o emburrecimento da nossa sociedade, para que se esqueça de sua grandeza e de seus grandes, se lambuze nos prazeres mais nefastos aos sons mais animalescos e hipnotizadores. Mataram a Arte na Academia!!! Mataram também o ensino. Inviabilizaram o acesso ao aprendizado da Música, tornado-o virtualmente impossível, para gerar o cancelamento de toda uma poupança cultural que querem lançar no esquecimento. Não é que as pessoas não tenham capacidade de aprender, mas é a Academia que tornou-se inapta em ensinar, aderiu a um processo destrutivo importado de universidades inglesas e americanas. É um afronta ao legado dos grandes brasileiros do passado, um entreguismo BARATO, propagado por Fundações Americanas, às quais alguns pesquisadores venderam-se por migalhas e prestígio. É um entreguismo disfarçado de defesa da diversidade. Ora, onde estão os grandes compositores, pintores e escritores brasileiros??? Foram esquecidos pela Academia que prefere debruçar-se sobre os últimos hits do TikTok. A Academia que outrora combatia ferozmente a massificação da cultura e os esforços das elites em imbecilizar o povo, agora se une às tropas reboladoras. Tudo isso ainda tem um agravante. A saber, gerar um endosso que serve inclusive para direcionar recursos públicos. O dinheiro que deveria ir para os cantadores, para os artistas e artesãos, vai muitas vezes para funkeiros apadrinhados de Redes de TV, um estilo importando pelo DJ Marlboro, que foi se ‘abrasileirando’ e ganhando vulto com injeção de recurso e público.
Costumo pensar que a sociedade como conhecemos hoje não se sustenta mais e, como é de se esperar de toda época de ouro que entra em declínio, os valores que regem a vida e também a arte estão um tanto nebulosos. O texto do Samuel vem trazer um pouco de luz para os leitores desta página colocando cada coisa no seu devido lugar. Obrigado por compartilhar conosco um pouco do pensamento desse músico sensacional.
Caro Silvio Osias, boa tarde! Seria Interessante que pudesse estender o debate sobre o tema “desmúsica”, tendo em vista a profundidade sobre o assunto. Certamente o Professor Sam Cavalcanti, poderá nos trazer muito mais conhecimento, não somente sobre esse complexo tema, mas também sobre a riqueza da música! Segue a minha sugestão! Obrigado!
Ouvi em uma entrevista algum tempo atrás de uma doutoranda justificando o funk como o som das periferias (favelas) que, segundo ela precisam ser ouvidas. Sim, concordei com ela, as periferias precisam ser ouvidas. Aprecio as batidas e parcas letras com alguma alegria. Trago essa escrita pra ampliar a discussão do tema. Nem tudo é lixo, mas seria muito bom saber que há muito além da desmúsica que hoje se ouve por aí.
Parabéns ao Jornal da Paraíba por promover essa importante reflexão. O texto de Sam Cavalcanti traz muitas verdades. É uma raridade, considerando as mídias informativas atuais… Obrigado!
Amei o texto. Com certeza, é desmúsica. Inutilidade, futilidade.
Excelente reflexão ! Uma lúcida descrição sobre nossa atualidade . Nos convida a admirar o belo pelo qual nossas mentes tanto anseia.
Obrigada!
CONCORDO PLENAMENTE COM O MESTRE SAM CAVALCANTI, EM SUAS SABIAS PALAVRAS PODE EXPRESSAR O QUE VERDADEIRAMENTE O BRASIL PRECISA, DE MÚSICA BOA, OS OUVIDOS BRASILEIROS PRECISAM SER AGRACIADOS COM A BOA MÚSICA. QUEM DERA TODOS OU A MAIORIA PENSASSEM ASSIM.
Texto que deveria ser lido por muitos!
É inacreditável como a sociedade está sendo alienada.
A reflexão sobre o que é desmúsica traz de forma corajosa para o debate público um tema que pouco se ouve falar nas mídias tradicionais e nas redes sociais, mas que é de extrema importância, que é o compor, ouvir, reproduzir, interpretar, ensinar, aprender, produzir, entre outros, a Música que engrandece o ser humano e alimenta a alma.
Ao ver esse tema entrar no debate, fico me perguntado como estamos em nossa cidade em relação à desmúsica e a música? O que poderia ser feito localmente para que a riqueza da Música local, nacional, latino-americana e mundial venha à tona e fique audível aos ouvidos das crianças, dos jovens e adultos?
Sabe-se que existem pessoas que procuram ouvir e proporcionar boa música para os filhos, mas é como nadar contra uma forte correnteza, pois a massa está ouvindo o que é produzido e tocado pela indústria cultural.
Enfim, é possível ter acesso à Música e desviar-se da desmúsica em nossa cidade?
Concordo plenamente com o Mestre Sam Cavalcanti!
Quisera eu que muitas pessoas pensassem assim. O Brasil precisa ouvir músicas de qualidade com maior frequência,
É possível desviar-se da desmúsica sim, basta procurar nas fontes corretas.
O funk é legítimo. E o é por mérito próprio. Sua legitimidade carece da aprovação ou reconhecimento de outrem ou da “academia.” É fruto do seu tempo e contexto social, como toda arte. O funk é.
Da mesma maneira que não se aborda Mozart tendo como referência a complexidade rítmica “[d]a música percussiva Yorubá do oeste africano” (@canaldothiagson, recomendo!), por exemplo, o inverso deve ser observado. Isso é condição sine qua non para um debate minimamente sério.
A acusação genérica “[d]a depreciação da figura feminina,” por exemplo, pode ser igualmente feita sobre a “música erudita.” Ora, como fica a “figura feminina” em O Rapto do Serralho, de Mozart? Ou em Rigoletto ou La Traviata (a “transgressora,” a “mulher caída”) de Verdi? A depreciação da mulher é onipresente e independe da linguagem, o que não a justifica mas exime o funk de abordá-la.
Não é de hoje que o funk recebe críticas e que se questiona sua legitimidade. Por regra, é o que acontece com manifestações artísticas de pretos, pobres e periféricos. Aconteceu (acontece) com o blues, o jazz, o samba, o axé… Tais críticas, no entanto, tornam evidente mais um posicionamento elitista enviesado, galgado em preconceitos historicamente construídos, racismo estrutural e classismo do que em um posicionamento estético ou achado acadêmico. Críticas são possíveis e necessárias, mas não se pode julgar um peixe por sua habilidade de subir em árvores…
Pessoalmente, não conheço funk em geral ou em específico, nem tenho muito interesse acadêmico ou estético no mesmo. Contudo, meu posicionamento pessoal não tem a mínima relação com a legitimidade dessa expressão artística. Em outras palavras, o funk não tá nem aí para mim. O funk é.
O funk é legítimo. E o é por mérito próprio. Sua legitimidade carece da aprovação ou reconhecimento de outrem ou da “academia.” É fruto do seu tempo e contexto social, como toda arte. O funk é.
Da mesma maneira que não se aborda Mozart tendo como referência a complexidade rítmica “[d]a música percussiva Yorubá do oeste africano” (@canaldothiagson, recomendo!), por exemplo, o inverso deve ser observado. Isso é condição sine qua non para um debate minimamente sério.
A acusação genérica “[d]a depreciação da figura feminina” pode ser igualmente feita sobre a “música erudita.” Ora, como fica a “figura feminina” em O Rapto do Serralho, de Mozart? Ou em Rigoletto ou La Traviata (a “transgressora,” a “mulher caída”) de Verdi? A depreciação da mulher é onipresente e independe da linguagem, o que não a justifica mas exime o funk de abordá-la.
Não é de hoje que o funk recebe críticas e que se questiona sua legitimidade. Por regra, é o que acontece com manifestações artísticas de pretos, pobres e periféricos. Aconteceu (acontece) com o blues, o jazz, o samba, o axé… Tais críticas, no entanto, tornam evidente mais um posicionamento elitista enviesado, galgado em preconceitos historicamente construídos, racismo estrutural e classismo do que em um posicionamento estético ou achado acadêmico. Críticas são possíveis e necessárias, mas não se pode julgar um peixe por sua habilidade de subir em árvores…
Pessoalmente, não conheço funk em geral ou em específico, nem tenho muito interesse acadêmico ou estético no mesmo. Contudo, meu posicionamento pessoal não tem a mínima relação com a legitimidade dessa expressão artística. Em outras palavras, o funk não tá nem aí para mim. O funk é.
Comparo a desmúsica, como uma mentira falada por pessoas, diversas vezes!
Termina, muitos achando que é verdade.
INFELIZMENTE!!!
Concordo absolutamente o que Sam Cavalcanti escreveu. Há um movimento para tornar a música banal, ou melhor, essa desmúsica. Imbecilizam o cidadão tanto quem consome quanto quem produz, ao ponto de se tornar cíclico, uma imbecilidade coletiva que ganha cada vez mais adeptos. É necessário frear, sem dúvida!
Como gostei de ler, palavras firmes e sinceras, reais e interessantes para as pessoas que fazem parte do contexto musical verdadeiro. Que vale a pena ouvir. Parabéns, escritor Samuel! Deus lhe abençoe ricamente! Abraços!!!
Perfeitamente..caro Silvio!! a contextualização do Professor Sam Cavalcanti é Perfeitíssimo.. essa “desmúsica” …vejo e sinto como um autêntico “Funeral da estética musical”.
Parabenizo ao ao Professor Sam ..bela brilhante explanação de suas ideias conclusivas.
Muita sensatez !!! Obrigada ao Jornal da Paraíba !!!! Obrigada , Sam Cavalcanti!!
Perfeitamente..caro Silvio!! a contextualização do Professor Sam Cavalcanti é Perfeitíssimo.. essa “desmúsica” …vejo e sinto como um autêntico “Funeral da estética musical”.
Parabenizo ao ao Professor Sam ..bela brilhante explanação de suas ideias conclusivas.
Venho de um processo de ver funk como desmusica( tomando conceito da materia). Mas depois de participar de uma live sobre funk como cultura e depois que uma paciente me mostrou versões de funk melod, essas experiencias me levaram a aceitar o funk como um estilo em contrução. O preconceito e a desvalorização da mulher evidenciados no funk ou as horríveis letras dos funk proibidos, são expresão dos relacionamentos, da maioria dos adolescentes e jovens de hoje, por isso vejo o funk como construção, pois se queremos letras menos racistas, homofobicas e machistas vamos,primeiro, desconstruir isso na mente e nos relacionamentos cotidianos. A musica fala do que a realidade encarna.
Com CERTEZA.
O funk é uma desmúsica desnecessária aos ouvidos e aos sentimentos que emanam paz interior tão carentes na atualidade deste mundo caótico de barulhos sem fim.
Com CERTEZA, Professor Sam.
O funk é uma desmúsica desnecessária aos ouvidos e aos sentimentos que emanam paz interior tão carentes na atualidade deste mundo caótico de barulhos sem fim.
Vale reforçar. “Nem toda música é arte”.
Fico com a música. Essa quebeleva os bons sentimentos, que na sua beleza e qualidade suscita a presença de Deus e nós faz sentir amados e compartilha o amor do Criador pelas Suas criaturas.
Concordo com o grande Sam Cavalcanti. Scrutiny já dizia isso faz tempo, em relação ao cultivo do trash, do escracho, em detrimento da Arte, do cultivo do belo e do que faz bem ao ser humano. No Brasil, o funk domina a cena e só veio destruir o que de bom havia na música.
Acho que nossos representantes, a saber, a Academia Brasileira de Música, dentre outras entidades, deveriam se manifestar e promover uma campanha de conscientização da população.
Bom debate! Vou tentar escrever com calma agora, para que o texto não fique cheio de pequenos erros. Infelizmente, há MUITA confusão, inclusive com os próprios termos, tais como cultura e arte. É óbvio que Funk é cultura!!! Isso é indiscutível! Parece que muitos ainda não alcançaram o “X” da questão, levantado de forma provocativa por Samuel. A música, em sua forma máxima e suprema, sustenta-se por si só. A música, como ARTE, não requer justificativa política, ideológica, social ou econômica. Por mais que queiram colocar certas cartas na mesa, colocando a chamada “Música Erudita” como um produto dos ricos, o fato é outro. Uma grande parcela dos compositores aclamados da música de concerto tiveram uma vida financeira difícil, vários passaram necessidade, outros até tiveram casamentos impedidos por sua condição socioeconômica e uma parcela considerável lutou para que sua música saísse das Cortes e atingisse o povo. Então, querer legitimar o funk por ser supostamente a voz da pobreza contra a música dos ricos não se sustenta. O funk SE TORNOU a voz da periferia, não NASCEU como voz da periferia, diferentemente do samba e do pagode posteriormente. Foi um enxerto, feito por meio da importação de uma batida em voga nas baladas dos latinos em Miami. Nada contra isso, os processos de hibridização e fluxos culturais são inerentes às sociedades humanas (basta olhar para os helênicos).
Agora vou direto ao ponto, ou ao X da questão, conforme compreendi do texto de Samuel.
Não se pode confundir ARTE com ENTRETENIMENTO. Um é produto do trabalho de um compositor, que a partir da matéria-prima escolhida, busca exprimir – com o domínio das ferramentas que possui – e exteriorizar seu “universo” psicológico, emocional e intelectual. O entretenimento, de modo contrário, busca captar aquilo que está em movimento na superfície social, para se servir disso na criação de produtos culturais que farão sucesso e irão entreter as massas.
O X da questão levantado por Samuel é: MÚSICA (ARTE) versus DESMÚSICA (ENTRETENIMENTO).
Se falou acima que não se pode comparar um peixe pela capacidade de subir em árvores… pois bem! Por isso mesmo, confundir ARTE com ENTRETENIMENTO é um erro crasso! Confundir ritmo e batida com GÊNERO e ESTILO musical também o é! Pertecem a categorias diferentes. Por isso mesmo, não se pode comparar Bach com Mc Kevin. Sugiro o capítulo sobre “usos e funções da música” de Merriam. O funk é uma batida, um ritmo, nada contra isso. Nas mãos de hábeis compositores e músicos pode se tornar algo fantástico. O problema está quando a crítica é suprimida pois simplesmente não se pode mais criticar nada. Ora, absurdo dos absurdos!!! Existem bons cantores e maus cantores, bons instrumentistas e péssimos instrumentistas, grandes compositores e compositores medíocres. Então, dentro de cada esfera, é possível comparar, analisar e falar o que se pensa de QUALQUER tipo de música. O que não se pode haver é censura prévia por qualquer motivo que seja. Nada mata mais a arte que isso. Um artista tolhido já em pensamento jamais poderá exercer sua atividade. Sou pardo e de origem pobre, vou ter que deixar de ouvir Alberto Nepomuceno e passar a ouvir Anitta? Quando se começa a dizer que cor de pele e condição econômica tem a ver com música, entramos num terreno MUITO perigoso.
O problema é vasto e não adianta pensar em solução pra isso, afinal de contas, no Brasil se chama qualquer um que aparece na TV de artista. Enquanto isso, José Siqueira foi apagado por ser comunista e Villa-Lobos cancelado por ter trabalhado para o governo na Era Vargas.
Por essas e outras, é um ABSURDO que a academia, que outrora lutava contra a massificação cultural imposta pelos imperialistas da indústria fonográfica, endosse isso de forma genérica, colocando tudo na mesma panela junto com Cartola, Noel Rosa, Luiz Gonzaga, Orquestra Tabajara, Capiba, Egberto Gismonti, Camargo Guarnieri e etc.
Cada um continue ouvindo o que bem quiser, mas que não se arranque o direito, SAGRADO, de se dizer que gosta ou não de algo. Silenciar a crítica musical é TIRANO, DITATORIAL e ESTÚPIDO!!!
Ótimo assunto trazido pelo professor Sam. Esse tema merece grande reflexão da sociedade, que anda inconsciente consumindo apenas tudo o que a indústria cultural hegemônica lhe apresenta.
Após leitura de texto agradabilíssimo igual a este, sinto-me honrada em ter acesso a matéria tão nobre. Parabenizo o Jornal da Paraíba, por abrilhantar a Coluna com ideias fantásticas iguais as do Mestre Sam. Espero ter o prazer de ler outras.
Pof Sam falou tudo o que penso. Gostei do desmusica que de ora em diante usarei. Não gosto de funk, não porque é som da periferia, mas porque para mim são letras faladas ao som de um barulho que nunca foi música. Nunca para ouvir do que falam. Mas pelas danças que vejo é bem degradante para as mulheres e um mau exemplo para as crianças. Parabéns aos envolvidos com o assunto deste texto.
Concordo em parte com Sam Cavalcanti
Infelizmente as gerações mudam, e também a cultura musical acompanha a evolução da internet e a falta de censura na música atualmente é o principal fator. Esse polêmico tema “Desmúsica”.
O funk é um gênero musical que se originou nos Estados Unidos na segunda metade da década de 1960, quando músicos afro-americanos, misturando soul, Jazz e rhythm and blues, criaram uma nova forma de música rítmicas dançante. O Funk tira o ênfase da melodia da harmonia é traz um Groove rítmico forte de baixo elétrico e bateria no fundo. Músicas de funk são comumente baseadas em um acorde apenas, distinguindo-se de outras músicas que são centradas nas progressões de acordes. O funk pode ser melhor reconhecido por seu ritmo de batidas repetitivas sincopado, pelos vocais de alguns de seus cantores e grupos (como Cameo, ou The Bar-Kays). E ainda pela forte e rítmica seção de metais, pela percussão marcante e ritmo dançante.
Nos anos 1970, o funk foi influência para músicos de Jazz (como exemplos, as músicas de Miles Davis, Herbie Hancok, George Duke, Eddie Harris, entre outros). E a partir desse mesmo ano foi criado o Funk carioca que é diferente do Funk originário dos Estados Unidos, começaram a ser realizados bailes blak, soul, shatt e funk no Rio de Janeiro, com o tempo os DJs foram buscando outros ritmos, mas o nome original permaneceu. O termo “baile funk” é usado para se referir a festas em que se toca o funk carioca. Basicamente ligado ao público jovem, se tornou um dos maiores fenômenos de massa no Brasil na década de 1980 e em 1990 criou sua identidade própria.
Continuou evoluindo em 2000 conseguiu máscara seu ritmo e integrando-se mais as demais classes sociais, denominadas “pancadão” ou “tamborzão” movimentando muito a economia do estado do Rio de Janeiro. 2007 e 2008.
A partir daí com algumas letras eróticas e de duplo sentido, normalmente desvalorizando o gênero feminino, também revelaram uma não originalidade, ao copiar outros estilos musicais populares no Brasil, como o axé music e o forró… Não vou me aprofundar muito.
Até chegar ao ano de 2022 onde causou na sua evolução uma enorme destruição no caráter de muitos Jovens com a ajuda da internet e das redes sociais.
O Funk é música e faz parte da nossa cultura, Apesar da música ser composta por 3 elementos = melodia, rítmo e harmonia.
Nós como cidadãos do bem e estudiosos da música, consideramos uma “Desmúsica” principalmente por seu formato e letras ofensivas que agride e desqualifica a mulher, banaliza o sexo…
Parabéns mestre Sam Cavalcante
Realmente o funk é Desmúsica
O que é música? Música é composta por 3 elementos = melodia, rítmo e harmonia.
O que é desmúsica ? Ausência de música ou de harmonia
O que é funk? Funk tira o ênfase da melodia da harmonia é traz um Groove rítmico forte de baixo elétrico e bateria no fundo.
Acabou se não é música com certeza é desmúsica.
É desmusica também o gênero sertanejo universitário que fere nossos pobres ouvidos aqui no sul do Brasil.
se tiver que escolher, ouço mas não faz o meu gênero preferido. ouço para mexer o esqueleto como o resto da turma faz, embora umas letras sejam tremendamente agressivas, deprimentes e fazem apologia às drogas, à marginalidade, à banalização da mulher e desafios à moral e aos bons costumes.
O texto de Sam é tão claro como a escala de dó maior e tão profundo como sua tônica. Que pena que tem um bocado de funkeiro que sabe disso e produz desmúsica! Lamentável tem é outra massa que consome, uma elite que aliena, e artistas que padecem