São John e São Paul se conheceram há 65 anos, e nunca mais o mundo foi o mesmo

São John e São Paul se conheceram há 65 anos, e nunca mais o mundo foi o mesmo

São John e São Paul. Foi assim que os dois foram chamados pelo maestro Leonard Bernstein no prefácio de um livro publicado há 40 anos. Exagero? Pode ser, mas Bernstein sabia de música muitíssimo mais do que milhões de nós reunidos pelo mundo. Sabia mais, inclusive, do que São John e São Paul.

Se você não conhece Bernstein, lá vai. O cara era um judeu americano. Um dos maiores regentes de orquestra do século XX, exímio pianista, compositor dos grandes da música erudita contemporânea. Amava o jazz e também o rock dos Beatles e dos Rolling Stones. A ele, foi atribuída a frase: “Me respeitem, sou um veado vermelho!”.

Pois bem, assim Bernstein classificou os integrantes de uma célebre dupla de compositores de música popular dos anos 1960: “John e Paul, São John e São Paul, eram, e fizeram, e aureolaram, beatificaram e eternizaram o conceito que será sempre conhecido, lembrado e profundamente amado como The Beatles”.

Não por acaso, São John e São Paul – ou melhor, John Lennon e Paul McCartney – se conheceram no salão paroquial de uma igreja. Seis de julho de 1957. John acabara de se apresentar com sua primeira banda, os Quarrymen, nos jardins da Igreja de St. Peter, em Liverpool. Nesta quarta-feira, seis de julho de 2022, faz 65 anos.

John estava a três meses de completar 17 anos. Paul acabara de fazer 15. Eram loucos por rock and roll e, àquela altura, pouco sabiam de composição e dos seus instrumentos. Nada indicava ainda que, alguns anos mais tarde, se transformariam num gigantesco fenômeno da canção popular mundial.

Contam os biógrafos, que, no palco, John tocou e cantou Be-Bop-a-Lula, de Gene Vincent. Quando foi apresentado a Paul, já no salão da igreja, este pegou a guitarra, tocou e cantou Twenty Flight Rock, de Eddie Cochran. Também contam os biógrafos que Paul “mandou bem”, impressionando o egocêntrico John.

O resto é História. John Lennon e Paul McCartney se tornaram amigos, companheiros de banda, parceiros de composição, e assim os Beatles começaram a nascer.

Fecho com música. Primeiro, Lennon cantando Be-Bop-a-Lula numa gravação dos anos 1970. Depois, McCartney fazendo Twenty Flight Rock num registro da década de 1980.