Como na letra da canção, Janis Joplin era uma pequena garota triste

Se estivesse viva, Janis Joplin teria completado 80 anos nesta quinta-feira, 19 de janeiro de 2023. Quando morreu, no dia quatro de outubro de 1970, vítima de uma dose excessiva de heroína, tinha somente 27 anos e estava terminando a gravação do álbum Pearl, no qual era acompanhada pela Full Tilt Boogie Band. O disco foi lançado postumamente em janeiro de 1971.

Há outros livros, mas, se você quer conhecer a história de Janis Joplin, sugiro duas biografias. Enterrada Viva, de 1973, foi escrita ainda no calor dos acontecimentos. Myra Friedman, a autora, fora secretária de Albert Grossman, empresário da cantora. Também é de uma mulher, Holly George-Warren, a outra biografia que indico: Janis Joplin, Sua Vida, Sua Música, lançado no Brasil em 2020.

Texana de Port Arthur, Janis Joplin trocou sua cidade por São Francisco. Foi lá que encontrou a liberdade que procurava e de onde se projetou. O primeiro disco que gravou não era dela, mas da banda Big Brother and The Holding Company. No segundo, Cheap Thrills, o protagonismo era dividido entre o grupo e a cantora, embora esta começasse a se sobrepor. I Got Dem Ol Kozmic Blues Again, Mama foi o único disco solo que gravou e lançou em vida. Pearl estava praticamente pronto quando morreu.

Muita gente diz que Janis Joplin era uma cantora de blues. Não era exatamente isso, ainda que tenha gravado números do gênero e que tivesse um forte sentimento bluesy no seu modo de cantar. Também tinha muito de soul. Cantava ainda rocks, baladas e música country. Na voz rouca de Janis tanto era possível identificar a influência de uma cantora de blues como Bessie Smith quanto a força vocal do soul man Otis Redding.

Janis Joplin era um diamante em estado bruto que o tempo não pôde lapidar. Sua música era expressão de uma busca inútil pela felicidade, tema universal que garante a sobrevivência do seu legado. Tal como na letra da canção, ela não conseguiu deixar de ser uma pequena garota triste. Ouça.