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SILVIO OSIAS

Música preferida de Fernando Haddad é de Gilberto Gil. Ouça

Publicado em 23/10/2018 às 7:45 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:37


				
					Música preferida de Fernando Haddad é de Gilberto Gil. Ouça

Qual a música preferida de Fernando Haddad, o candidato do PT à presidência da República?

Não é Blackbird, dos Beatles, que ele costuma tocar ao violão ou à guitarra.

Ela se chama O Fim da História.

É de Gilberto Gil e está no álbum Parabolicamará, de 1991.

Haddad revelou a preferência no final da entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (22).

Eis a letra:

O FIM DA HISTÓRIA

Não creio que o tempo Venha comprovar Nem negar que a História Possa se acabar

Basta ver que um povo

Derruba um czar

Derruba de novo

Quem pôs no lugar

É como se o livro dos tempos pudesse

Ser lido trás pra frente, frente pra trás

Vem a História, escreve um capítulo

Cujo título pode ser "Nunca Mais"

Vem o tempo e elege outra história, que escreve

Outra parte, que se chama "Nunca É Demais"

"Nunca Mais", "Nunca É Demais", "Nunca Mais"

"Nunca É Demais", e assim por diante, tanto faz

Indiferente se o livro é lido

De trás pra frente ou lido de frente pra trás

Quantos muros ergam

Como o de Berlim

Por mais que perdurem

Sempre terão fim

E assim por diante

Nunca vai parar

Seja neste mundo

Ou em qualquer lugar

Por isso é que um cangaceiro

Será sempre anjo e capeta, bandido e herói

Deu-se notícia do fim do cangaço

E a notícia foi o estardalhaço que foi

Passaram-se os anos, eis que um plebiscito

Ressuscita o mito que não se destrói

Oi, Lampião sim, Lampião não, Lampião talvez

Lampião faz bem, Lampião dói

Sempre o pirão de farinha da História

E a farinha e o moinho do tempo que mói

Tantos cangaceiros

Como Lampião

Por mais que se matem

Sempre voltarão

E assim por diante

Nunca vai parar

Inferno de Dante

Céu de Jeová

Eis o que Gilberto Gil diz da canção:

A canção foi composta para responder à colocação do scholar nipo-americano Francis Fukuyama, que num artigo publicado um pouco antes defendeu a tese neo-liberalista de que, com o final do comunismo - que, segundo ele, teria desaparecido -, a história teria também acabado. O artigo se chamou justamente 'O fim da História', e foi escrito para provar o término da marcha das utopias. Para lançar minha contestação frontal a isso, eu fiz a advocacia do 'eterno retorno', tratando exatamente da questão de que tratava Fukuyama (a derrocada do socialismo enquanto configuração dos conjuntos nacionais do leste europeu), e trazendo à discussão o mito de Lampião (havia então a notícia de que, numa cidadezinha do Nordeste, tinham tentado tirar a sua estátua, o que gerou polêmica, sugerindo-se um plebiscito em que o povo acabou preferindo mantê-la).

Ouça O Fim da História:

Imagem ilustrativa da imagem Música preferida de Fernando Haddad é de Gilberto Gil. Ouça

Silvio Osias

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