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SILVIO OSIAS

Yoko Ono no céu com diamantes

Artista de vanguarda, ela mudou a vida de John Lennon, que, se vivo fosse, estaria com 85 anos.

Publicado em 08/10/2025 às 7:13


				
					Yoko Ono no céu com diamantes
Foto/Reprodução. Silvio Osias

Os Beatles se separaram há 55 anos, mas milhares de fãs ainda abominam Yoko Ono por atribuir a ela o fim do quarteto. Nunca fiz parte dos que viam a mulher de John Lennon com maus olhos. Sempre achei que ela, como artista de vanguarda, apontou novos caminhos para ele. Alguns, ainda na época do grupo. Outros, depois da separação.

Yoko ia para o estúdio com John (as imagens dos documentários Let It Be e Get Back registram) e o influenciava em ousadias como Revolution 9. A tentativa de fazer música avant-garde - ou musique concrète - que temos no White Album certamente não existiria sem Ono, que, embora não creditada, é, de fato, coautora da faixa.

John Lennon era sete anos mais novo do que Yoko Ono. Ele, nascido em outubro de 1940. Ela, em fevereiro de 1933. Os dois, crianças da guerra, conforme assinalava o livro A Balada de John & Yoko, editado há mais de 40 anos pela revista Rolling Stone.

No momento em que John Lennon nasceu, Liverpool era bombardeada pelos alemães. Yoko Ono cresceu num país que seria mais tarde devastado pela guerra.

Filha de uma família abastada, Yoko foi criada longe do pai, entre um professor que lhe apresentou a Bíblia e um criado que dava aulas de budismo à menina.

No meio de tudo isso, havia um piano. Quando os dois se conheceram, em meados dos anos 1960, Yoko não parecia destinada a se aproximar do universo do rock.

John Lennon e Yoko Ono se encontraram pela primeira vez em novembro de 1966 na Indica Gallery, em Londres. Ele foi à pré-inauguração da exposição dela.

John Lennon subiu numa escada no meio da sala, olhou por um pequeno telescópio preso a uma tela pendurada no teto e, usando uma lupa, leu a palavra “sim”. Também estava escrito: "pregue um prego".

Ele perguntou se poderia fazer isto. Ela disse que não. Afinal, a exposição ainda não estava aberta ao público. A história está no livro da Rolling Stone. E em muitos outros. Lenda ou realidade? Se for lenda, que prevaleça sobre a realidade.

Antes que os Beatles acabassem, o casal gravou três discos experimentais. Two Virgins, Life with the Lions e Wedding Album são trabalhos radicais que se contrapõem ao que John Lennon fazia ao lado de Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

Mas que enriquecem a trajetória do artista que ele era e, indiretamente, a do grupo ao qual seu nome esteve vinculado durante a década de 1960 do século passado.

John não era o melhor músico dos Beatles, mas a personalidade mais importante, inquieta, polêmica e controvertida. Yoko desempenhou papel fundamental na consolidação da sua figura pública e do que o mundo guarda da sua memória.

Yoko conduziu John por caminhos que talvez ele não tivesse trilhado sem ela. Nas exposições, nos filmes experimentais. Mas Lennon também levou Ono para os rocks e baladas do seu mundo. O disco duplo Sometime in New York City, de 1972, confirma.

É panfletário e ingênuo, mas irresistível. Flagra o casal Ono-Lennon em seu momento de mais intensa militância política em Nova York, sonhando com um mundo melhor.

“A guerra acabou, se você quiser”, dizem os versos da canção natalina que ouvimos até hoje. John Lennon foi assassinado em 1980. Yoko envelheceu cuidando da memória dele.

*****

Esse texto não é inédito. Foi escrito em 2013, nos 80 anos de Yoko Ono, e atualizado ao longo desses 12 anos. Reposto porque, se estivesse vivo, John Lennon faria 85 anos nesta quinta-feira, nove de outubro de 2025, o dia em que Sean, o único filho dele com Yoko, faz 50 anos. É também a data do lançamento do box Power to the People, que se debruça sobre os trabalhos de John e Yoko quando foram morar em Nova York.

Foto/Reprodução

Silvio Osias

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