Comerciantes 'invadem' ruas com Natal fraco

A 2 dias para o Natal, o movimento nos shoppings populares de João Pessoa ainda deixa a desejar. Para 'salvar' as vendas na data, alguns comerciantes estão fechando os seus boxes e 'invadindo' as ruas do Centro da capital para vender seus produtos, ainda que a prática contrarie a lei.

A denúncia veio de Vanuza Silva, administradora do Shopping Varadouro. Segundo ela, alguns comerciantes da parte de baixo do prédio estão vendendo os produtos na rua e não nas suas lojas, o que diminui o movimento no interior do local. “O pessoal reclama muito disso porque diminui nosso movimento aqui. Está ficando muita loja fechada na parte de baixo”, denunciou.

Apesar do problema, a administradora afirmou que as vendas apresentaram melhora na reta final de dezembro, mas o crescimento é de apenas 5% em relação ao mesmo período do ano passado. “Na parte de cima as vendas estão boas”, disse.

Vanuza atribui a melhora nas vendas a uma promoção que deixou vários produtos custando R$10,00. “Criamos essa promoção e muitos lojistas aderiram. Temos muitos produtos com preço unificado de R$10,00, conjuntos de calcinha e sutiã, kit de cuecas, relógios, coisas para presentear”, explicou.

A concorrência desleal dos vendedores ambulantes também preocupa os comerciantes dos shoppings Terceirão e do Centro Comercial de Passagem (CCP). “Eles pegam o mesmo produto que a gente tem e vendem mais barato, porque eles não têm despesa nenhuma, e a gente paga água, luz, funcionários. É desleal”, lamentou a presidente da Associação dos Comerciantes do Shopping Terceirão, Josinete Costa.

Para ela, apesar de o movimento no shopping estar bom, as vendas estão cerca de 10% abaixo do ano passado. “Eu vejo muito movimento mas ninguém comprando. Pelo menos na minha loja está assim, talvez em outras lojas esteja melhor”.

Josinete fez questão de destacar, que apesar de oferecerem preços mais em conta, fazer as compras com o ambulante nem sempre é o melhor negócio. “Eles vendem ali, vão embora e nem sempre voltam para o mesmo ponto. Se o cliente precisar fazer uma reclamação, no outro dia não encontra mais o vendedor”.

A vendedora Viviane Félix, que trabalha com capas para celulares no Centro Comercial de Passagem (CCP), foi outra que afirmou que os ambulantes atrapalham as vendas. “Eles vendem mais barato porque não têm que pagar aluguel. A gente tem responsabilidades, contas, não dá pra fazer o preço que eles fazem”, disse.

A encarregada do CCP, Cícera Dantas, afirmou que as opiniões dos comerciantes do centro estão divididas. Enquanto alguns dizem que o movimento está ótimo, muitos reclamam que as vendas estão abaixo do que foi no ano passado.