Educação financeira: como começar a investir?

Primeiro pré-requisito para saber como começar a investir é querer iniciar o investimento. Além disso, é importante ser uma compreensão básica do funcionamento dos investimentos.

É normal que, ao decidir dar os primeiros passos no mundo dos investimentos, sentir-se perdido diante da variedade de opções disponíveis. Com o crescente interesse das pessoas em buscar formas de fazer o dinheiro trabalhar a seu favor, começar a investir pode parecer intimidante para muitos. No entanto, compreender os fundamentos e adotar uma abordagem estratégica pode tornar esse processo não apenas acessível, mas também empolgante. O Jornal da Paraíba conversou com Felipe Pontes, diretor de Gestão de Patrimônio da Avantgarde, para entender algumas dicas sobre como começar a investir.

O pré-requisito para começar a investir, de acordo com Felipe Pontes, é querer. “Hoje em dia é muito fácil. Basta escolher uma corretora, ou por meio do seu banco (que geralmente não é a melhor opção), transferir o dinheiro que você tem disponível e começar. É uma boa ideia que você tenha alguma compreensão básica do funcionamento dos investimentos, para acabar não sendo enganado por gerentes, assessores ou consultores financeiros”, explica.

Quanto dinheiro é necessário para começar a investir?

De acordo com Felipe Pontes, não existe um valor mínimo obrigatório para começar a investir. A escolha vai depender do tipo de investimento.

“Eu, por exemplo, comecei com cerca de R$ 300 e era todo o dinheiro que eu tinha na época, quase 15 anos atrás”, conta.

Ele explica que é possível começar, em um outro exemplo, a investir em ações com poucas centenas de reais ou em fundos de investimento com contribuições iniciais menores. “Títulos do Tesouro Nacional (“Tesouro Direto“) é possível investir com cerca de R$ 30”, revela Felipe.

O valor escolhido para começar a investir não é tão relevante. “O importante mesmo é dar o primeiro passo e persistir ao longo do tempo. Você vai se agradecer muito por ter começado, mesmo com pouco, daqui a alguns anos”, detalha Felipe Pontes.

Por que começar a investir?

Felipe Pontes entende que investir é crucial para construir e aumentar o patrimônio ao longo do tempo, de modo que oferece uma possibilidade de alcançar e realizar objetivos de curto, médio e longo prazo, como uma viagem internacional, a compra de um apartamento e até mesmo a aposentadoria.

“Investir é um ato revolucionário. Sua vida começará a mudar completamente a partir do seu primeiro investimento. Investir também pode ajudar a proteger o dinheiro da inflação, preservando ou aumentando seu poder de compra. A inflação corrói o nosso poder de comprar e se deixamos o dinheiro parado, sem investir, estamos ficando, na verdade, mais pobres e não menos pobres. Existem investimentos específicos para isso, inclusive”, ressalta o especialista.

Quais são os benefícios de investir a longo prazo?

Alguns benefícios de investir a longo prazo, conforme Felipe Pontes, são:

  • potencial de retorno composto (“juros sobre juros”, para formar a “bola de neve”);
  • possibilidade de construir uma reserva de emergência, para usar quando precisar.

“Imagina você se aposentar contando com o INSS e depois descobrir, quando você mais precisa, que o dinheiro não é suficiente? Quem investe pensando no futuro não terá esse problema”. expõe Felipe.

Opções de investimento mais adequadas para começar a investir

Na opinião de Felipe Pontes, não existe investimentos mais adequados para iniciantes. Ele explica que, na verdade, é muito importante montar uma “carteira” de investimentos diversificada, com renda fixa, ações, fundos imobiliários, ativos no exterior, etc.

“Cada investimento específico tem uma função na carteira do investidor. Alguns são mais de curto prazo, outros mais de médio prazo e outros mais de longo prazo”, detalha. “Tudo vai depender dos objetivos do investidor. Os objetivos é que guiarão a alocação do dinheiro e não a experiência”, completa.

No entanto, há algumas opções para levar em consideração, de acordo com Felipe Pontes:

  1. Tesouro Direto: títulos públicos que são considerados seguros pelo aval do governo. Ou seja, a chance de você perder o dinheiro investido lá é apenas se o governo brasileiro der calote.
  2. Fundos de Renda Fixa: onde o gestor do fundo administra os investimentos em títulos que rendem de acordo com uma taxa pré-fixada ou pós-fixada. Tem que ter cuidado com as taxas cobradas. Esse tipo de fundo geralmente só faz sentido se as taxas cobradas pela gestão forem bem baixas.
  3. CDBs (Certificados de Depósito Bancário): emitidos por bancos e com rendimento geralmente atrelado ao CDI.
  4. ETFs: são fundos negociados em bolsa como se fossem ações. Comprando o BOVA11, por exemplo, você está comprando cerca de 70 das maiores empresas do Brasil em um único ativo (cada um custa hoje por volta dos R$ 120,00). Para diversificar internacionalmente, temos por exemplo o IVVB11, que em um único ativo você está comprando as 500 maiores empresas dos EUA (hoje dá para comprar 1 cota por cerca de R$ 294,72). Os ETFs são uma ótima opção para diversificar a carteira facilmente e com um baixo custo.

Quais são as recompensas de investir?

O especialista explica que as recompensas de começar a investir variam conforme o tipo de investimento e o nível de risco assumido. “De modo geral, começar a investir pode oferecer retornos financeiros superiores aos da poupança tradicional, contribuindo para a acumulação de capital”, detalha.

“Investimentos bem-sucedidos também podem te levar a tão sonhada independência financeira e a possibilidade de aposentadoria antecipada – ou uma aposentadoria complementar àquela do INSS. Contudo, é fundamental estar ciente de que todos os investimentos carregam algum nível de risco, e o retorno não é garantido. Se alguém te prometer retornos altos ou risco inexistente… fuja o mais rápido que puder. Não existe mágica!”, explica Felipe Pontes.