Débito ou crédito? Saiba como usar o cartão ao seu favor

Maneira como o cartão é utilizado pelos consumidores pode ser fundamental para a saúde financeira. Saiba em quais situações é melhor utilizar a modalidade de débito ou crédito nas transações financeiras.

A educação financeira é cada vez mais importante na vida das pessoas. Ter consciência dos gastos e capacidade de gerenciar os recursos para as diferentes despesas vem sendo demandado cada vez mais para que exista saúde financeira no bolso do consumidor. Um dos grandes impasses de quem busca estabalecer um controle financeiro é responder a seguinte pergunta: débito ou crédito? O que é melhor?

Um dos principais gargalos em relação a manter uma saúde financeira dentro de parâmetros razoáveis é a forma como as pessoas usam o cartão, seja de débito ou crédito, uma das principais ferramentas de transação utilizadas em todo o Brasil. 

Pela importância da educação financeira atualmente e também pela grande utilização dos consumidores sobre os cartões, o Jornal da Paraíba conversou com uma economista que explicou a melhor forma de administrar essa ferramenta e como identificar quais circunstâncias se adequa melhor ao pagamento em débito ou crédito. 

Débito ou crédito?

A economista e professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Juliana Pereira, explicou inicialmente que a função do cartão, seja débito ou crédito, foi facilitar os pagamentos bancários e trouxe também a facilidade de não haver a necessidade de se levar dinheiro físico consigo, evitando possíveis inseguranças. 

“O cartão foi uma invenção maravilhosa, porque fez com que a gente evitasse andar com dinheiro físico, depois veio o PIX, e hoje é até difícil de ver dinheiro (físico) circulando. O cartão é um aliado a mais quando soubermos utilizar, mas a questão é que não utilizamos ele muitas vezes de forma responsável”, disse. 

Sobre a responsabilidade que é preciso ter com o cartão, a economista explica que o consumidor precisa ter em mente que o recurso é uma opção a mais no mercado para receber crédito e não deve ser considerada uma renda além do que é ganho com salário e outros benefícios. 

“Usamos o cartão, sobretudo o cartão de crédito, como se aquele crédito, aquele limite, fosse uma renda extra. Então eu recebo R$ 2 mil de salário e tenho R$ 3 mil de limite, logo minha renda é de R$ 5 mil. Não, isto está errado. O cartão é um crédito que aquele banco está concedendo, então eu vou pagar por ele”, explica. 

A especialista conta ainda que, por isso, o cartão pode ser um “herói” ou “vilão” na vida do consumidor e que o conhecimento sobre o que é a própria natureza do cartão – seja débito ou crédito – pode ajudar na forma como gastar o dinheiro mais conscientemente. 

Quando o débito é mais viável que o crédito ou vice-versa

Tendo em vista as responsabilidades que são necessárias com o cartão, a economista Juliana Pereira também explicou que há tipos de transações e transferências que a modalidade de crédito ou débito se aplicam mais adequadamente.

“Essa escolha de qual usar, vai muito de cada um, pois cada um sabe as suas necessidades. O ideal é que a gente evite ao máximo usar cartão de crédito, o débito é o dinheiro, quem usa débito hoje tem o PIX, mas é preferível que se evite o cartão de crédito, porque ele é um crédito, diferente do débito, que é um dinheiro seu, que está na sua conta ou na poupança e pode usar a qualquer momento. Já o crédito não, é o banco que está lhe emprestando e você vai pagar isso em algum momento”, disse. 

Outro ponto levantado pela especialista foi o de que a renda do consumidor influencia também na escolha do uso entre o débito ou crédito e que, por conta do caráter de pagamento a longo prazo com o cartão de crédito, muitas pessoas podem imaginar dispor de mais recursos do que realmente elas têm com esta ferramenta, o que pode influenciar negativamente no bolso de quem está comprando.  

Dicas para utilizar o cartão de crédito 

Devido o caráter do cartão de crédito ser um “empréstimo” de um dinheiro do banco para o consumidor fazer determinadas compras, a economista Juliana Pereira ressalta que algumas dicas podem ser seguidas para driblar os problemas que eventualmente essa modalidade pode trazer. Veja as dicas para escolher como usar débito ou crédito. 

  • Saber se o que vai ser comprado é realmente essencial; 
  • Estabelecer uma meta de gastos no cartão de crédito por mês (diferente do limite); 
  • Fazer planilha de gastos parcelados no cartão.

Além das dicas, de maneira geral, ela aponta como é possível ter saúde financeira, usando débito ou crédito. “É como se você estivesse traçando uma meta para os seus gastos. Isso não vale só para o cartão de crédito, mas também para todas as suas despesas. A minha meta de gasto do mês vai ser x e eu só vou poder gastar aquilo ali e, claro, quando você traça essa meta você se sente quase que na obrigação de seguir, então, tem aquilo como objetivo de verdade e se você tiver aquilo como objetivo de verdade você não vai burlar aquela tua meta”, recomendou.