Inovação é 'arma' de restaurantes para driblar crise na economia

As ações inovadoras, sejam de baixo ou alto custo, são responsáveis pela manutenção ou expansão das receitas dos restaurantes da Paraíba. Na busca por um diferencial neste quadro recessivo da economia, os empresários aperfeiçoam o conhecimento sobre o negócio e adotam ações criativas para corrigir erros e despertar ideias inteligentes.

No leque de práticas adotadas estão desde mudanças no cardápio, foco em determinados nichos de clientes, investimento em tecnologia e até nas tradicionais campanhas promocionais. O resultado pode surpreender e chegar a uma alta de 20% do faturamento.

O momento não é de ficar parado lamentando as perdas, dizem os especialistas, mas de se movimentar na busca por melhores desempenhos. Isso vale para qualquer porte de empreendimento e setor. E os empresários do ramo já começaram a reagir.

Segundo o consultor e administrador de empresas Paulo Henrique Lima, a busca por suas orientações na área de gestão de custo e estoque aumentou 35% do final de 2014 até agora, comparado ao mesmo período do ano anterior.

“As pessoas que querem sair da crise têm que inovar, buscar o cliente, interpretar o momento econômico e saber as exigências do mercado. Para isso basta ter criatividade, gerar menos custo para aumentar receita. Isso é possível sem necessariamente exigir grande investimento”, enfocou Paulo Henrique Lima, que há mais de 10 anos presta consultoria a estabelecimentos gastronômicos na Paraíba e em outros Estados do país.

Experiência positiva
Um desses exemplos é o restaurante à la carte China Shanghai, no bairro pessoense do Bessa. Segundo a empresária Geyse Miranda, para incrementar o número de clientes eles implantaram no final do ano passado pratos individuais a preços mais acessíveis. Inicialmente eram duas opções e cada uma custava R$ 10. Mas com a grande aceitação do público, foi adicionada mais uma alternativa, o macarrão Chop Suey. Com a alta dos insumos, o valor da refeição passou a custar R$ 11, mas isso não abalou a receptividade do público.

Além disso, os empresários do China Shanghai implementaram o sistema de controle de estoque, reduzindo o volume de produtos que compunham pratos com pouca saída. “Não há motivo para estocar grande quantidade de produto se o prato não tem muita procura. O acréscimo dos pratos individuais e melhoria do controle do estoque não necessitaram de grande investimento, mas nos renderam um aumento de 20% na receita”, revelou Geyse Miranda.

O restaurante Forno de Pizza, em Campina Grande, também se modernizou. Mas neste caso houve grande dispêndio de recursos. Segundo o proprietário Marinaldo Barreto dos Santos, do final de 2014 até agora foram realizadas mudanças na parte estrutural do estabelecimento e incremento de tecnologia. Em cada uma das 30 mesas do restaurante foram colocados cardápios digitais, que possibilitam o cliente fazer seu próprio pedido na hora que desejar. Com isso, investiu-se também em um software específico.

Entre as alterações, também foram comprados equipamentos modernos para cozinha como embaladores a vácuo e resfriador de última geração para dar maior agilidade ao processo de produção dos pratos. Somente na área tecnológica foram gastos cerca de R$ 90 mil. “Com isso, conseguimos manter nossa receita. O que já é importante neste momento”, frisou Marinaldo Barreto.

Dicas de como se diferenciar da concorrência
- Busque conhecimento para melhorar a gestão, finanças, estoque, serviço ao cliente e eficiência energética;
- Renegocie preço de insumos com fornecedores para abater gastos;
- Evite qualquer forma de desperdício, desde produtos usados nos pratos até energia e água;
- Saiba interpretar o que o cliente necessita e se precisar aperfeiçoe o cardápio e lance promoções;
- Não comece os cortes dispensando pessoal porque isso pode gerar resultado negativo.

Saiba mais
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Paraíba (Abrasel-PB), Paulo Amaral, afirmou que como em todo momento difícil as empresas buscam ferramentas para atrair clientes e reduzir gastos. Com isso, lançam promoções e mudam o tipo de serviço. “As fórmulas para se contornar a crise vão depender das mudanças implantadas por cada um”, salientou.