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ECONOMIA

Mais modernos, porém com menor durabilidade

Apesar da nova tecnologia e recursos, aparelhos celulares e notebooks estão mais sensíveis, em comparação com os produtos mais antigos.

Publicado em 05/06/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 12:11


A cada lançamento, celulares e notebooks ganham novos recursos e formas. Entretanto, essa riqueza funcional, que traz beleza estética e potência técnica, traz consigo uma série de novas implicações, tanto para consumidores quanto produtores de hardware. Comparados aos produtos de alguns anos atrás, como os conhecidos celulares apelidados de 'tijolão', os novos possuem uma grande desvantagem: se tornaram mais perecíveis.

O especialista em Sistemas Embarcados Alisson Brito, pesquisador e professor do curso de Engenharia da Computação, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ressalta que alguns fatores contribuem para que os produtos atuais possam ser mais sensíveis, em comparação com os produtos mais antigos.

“A diminuição de tamanho aumenta a susceptibilidade do produto apresentar defeito, mas isso geralmente não é causado só pela redução, mas pela quantidade de periféricos que os produtos trazem hoje em dia. Os celulares, por exemplo, possuem dentro deles diversos componentes que geralmente são produzidos por empresas diferentes e depois montados num sistema único”, explicou o especialista.

Dentro desses componentes estão câmeras de foto e vídeo, tela de LCD (do inglês Liquid Crystal Display), bateria, Wi-Fi, Bluetooth, além de processador e memória para executar os jogos e aplicativos. “As chances de um desses componentes apresentar defeito, ou de incompatibilidade entre eles é muito grande, e quanto mais componentes, maior essa chance. Isso também resulta numa maior fragilidade do produto”, destacou o especialista.

De acordo com o professor de Telecomunicações Joabson Nogueira, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), os componentes dos aparelhos são um dos responsáveis por essa fragilidade. “Esses aparelhos estão ficando mais complexos. A quantidade de tecnologias no desenvolvimento dos novos produtos está muito maior hoje, isso os torna mais suscetíveis a problemas. Essa tendência é vista na grande parte dos novos eletrônicos”, comentou.

Esse novo 'esqueleto', ou seja, os componentes internos dos computadores e celulares, têm diminuído em grande escala, trazendo implicações na forma desses produtos. Exemplo desse impacto foi visto com o iPhone 5, o mais leve dos smartphones já produzidos pela Apple. No início deste ano, diversos consumidores foram às redes sociais protestar contra a pouca resistência dos aparelhos. Segundo relatos, o produto entortava ao ser guardado nos bolsos das calças, devido à pressão do jeans em contraposição ao material leve do celular.

A durabilidade menor, segundo o professor Alisson Brito, é explicada também pela atual lógica de mercado, muito mais interessada na troca e descarte de produtos. “Um fabricante sabe exatamente o quão resistente é o seu produto e é capaz de gerar linhas diferenciadas para produtos mais resistentes e outros mais frágeis. Não é incomum nos queixarmos de azar quando um produto quebra assim que a garantia dele termina.

Isso não tem muito a ver com falta de sorte. Geralmente as companhias não têm interesse que os produtos durem para sempre”, apontou.

Seguindo essa lógica, a ideia é incentivar a compra de produtos novos e mais modernos, ressaltou Alisson Brito.

“É muito interessante para elas (as empresas) que os produtos quebrem assim que a garantia termina, para que possamos comprar um novo modelo”, acrescentou.

DIMINUIÇÃO DE TAMANHO É TENDÊNCIA

A tendência do encolhimento de produtos não é novidade e deve perdurar por muitos anos, acredita Alisson Brito. “Esse fenômeno é bem conhecido e até natural. O curioso é que os dispositivos reduzidos de hoje possuem muito mais poder computacional do que seus antecessores de grande porte. Para se ter uma ideia, hoje temos muito mais poder computacional em nossos celulares do que os astronautas da Nasa (agência de aviação espacial americana) tiveram a sua disposição quando foram à lua pela primeira vez em 1969”.

De acordo com o especialista, aos profissionais da área, é essencial acompanhar o ritmo dos avanços tecnológicos, sendo este o segredo para a criação de bons produtos. “Para quem trabalha no projeto de dispositivos de hardware, o desafio é sempre agregar o máximo de funcionalidades sem aumentar o custo, consumindo o mínimo de energia e com alta confiabilidade. Não é uma tarefa fácil. O profissional na área de TI nunca deve parar de buscar conhecimentos”, disse. (Especial para o JP)

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Jornal da Paraíba

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