Já na chegada ao pequeno município de Pilões, localizado no Brejo paraibano, é possível perceber que a cidade guarda boas surpresas para quem a visita. O acesso feito pela PB-087 é margeado por paisagens bucólicas, com direito a obras remanescentes do período colonial. Situada no Planalto da Borborema, a 118 km da capital e a cerca de 400 metros acima do nível do mar, Pilões possui clima ameno e está incrustada em um vale entre montanhas sempre verdes, cuja beleza dispensa adjetivos.

Com a consultoria do Sebrae Paraíba, foram instituídas 15 atividades criativas, que têm no turismo rural e de experiência seu principal trunfo. Conforme destacou a gestora de Turismo do Sebrae-PB, Regina Amorim, muito mais do que ver, o visitante vivencia situações que são, na prática, uma viagem ao passado, através de passeios nos engenhos, casas de farinha, no cultivo de flores, na cachoeira do Ouricuri e no centro histórico, onde a cidade se revela mais charmosa.

Com casario preservado do século XIX, como a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, o município guarda alguns tesouros arquitetônicos. Em estilo colonial, a Matriz foi construída na mesma encosta de montanha onde os fundadores ergueram a primeira capela do lugar há cerca de 300 anos e preserva fachada original de 1.928, segundo informou o secretário de Turismo do município, Márcio Andrade. “É considerada uma das mais belas da Paraíba e conta com um conjunto de 47 degraus, que desafia a todos e deixa a igreja em destaque, ainda mais imponente”, enfatizou. É do topo da escadaria que se tem a vista panorâmica do vale, uma das mais bonitas da região.

Experiências fundamentais

Entre as boas experiências do roteiro em Pilões estão as visitas aos engenhos. O Memorial Espaço Garimpo, no Engenho Olho D’água, é um bom exemplo, todo ambientado como nos primórdios de seu funcionamento. Hoje não há mais produção. Os responsáveis transformaram o local num pequeno museu, que conta com uma comedoria e um espaço para venda de derivados de cana e artesanato. A surpresa está no cardápio. Além do tradicional rubacão servido no almoço, há fondue de queijo coalho no jantar, que acontece ao som de um sax e acompanhado por boas opções de vinhos. O atendimento é feito por agendamento (9983-8882).

Também vale a pena visitar o Assentamento Veneza, pelo deslumbre das paisagens durante o trajeto e para conhecer o trabalho da Associação Mulheres em Ação, composta por 12 agricultoras que desenvolvem além da produção rural, artesanato e iguarias como o bife de casa de macaxeira, que tem sabor de carne de verdade. O passeio, com direito a degustação e banho de bica de água mineral, também pode ser feito por agendamento (9915-6780).

Para o final da tarde, a opção é o “Café na Varanda – Espaço de Vivência Flores para Sempre”, inaugurado há dois meses, o projeto já está mudando a vida das mulheres envolvidas na ação. “Nos reuníamos aqui para confeccionar as flores de tecido, mas a consultoria do Sebrae mostrou que a gente podia usar o que a gente sabia fazer para incrementar o que oferecíamos aos turistas. Então a varanda foi transformada no café e servimos bolos, tapioca, café, e também vendemos nosso artesanato. Transformamos a varandinha num espaço bonito, que está agradando”, frisou Maria das Dores, uma das artesãs envolvidas na ação. Para agendar uma visita, o contato pode ser feito por telefone: 9639-1827 ou 3276-1089.

Em julho, a cidade se transforma em centro cultural a céu aberto. O período é ideal para os amantes das artes cênicas, música e dança conhecerem a região, quando acontece o roteiro cultural Caminhos do Frio, com atrações musicais de vários lugares do país. As apresentações acontecem na Praça João Pessoa, com vista privilegiada da Matriz. Ao lado da praça, o Casarão Vila Antonieta oferece durante o festival, um Chá Cultural, que mistura mais uma vez arte e gastronomia, o forte do roteiro.