Salário de mulheres é 10% menor que o dos homens na Paraíba, diz Dieese

Mulheres negras recebem menos, representando 72,5% das pessoas que ganham até um salário mínimo.

Empresas que incentivam mulheres vítimas de violência ao mercado de trabalho podem receber selo (Foto: Agência Brasil)

O salário das mulheres paraibanas é 10% menor comparado ao que recebem os trabalhores do sexo masculino, afirma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (6) e mostram que as mulheres ganham em média R$ 1.823, enquanto os homens recebem R$ 2.023.

Na Paraíba, 611 mil mulheres estão trabalhando e 96 mil estão desocupadas. A pesquisa também aponta que 956 mil mulheres estão fora da força de trabalho, o que significa que elas não estão procurando emprego. 

As mulheres negras também recebem menos, representando 72,5% das pessoas que ganham até um salário mínimo. A porcentagem é superior à média geral do estado, sendo 67% das paraibanas pagas com a mesma quantia. Em comparação, o número de mulheres não negras e que recebem um salário mínimo é de 58,2%.

Em relação a informalidade, as mulheres paraibanas representando 60,3% e apenas metade das mulheres contribuem para a previdência social, sendo 51%.

Desigualdade é maior no plano nacional

A diferença salarial entre homens e mulheres brasileiras é ainda superior que a registrada na Paraíba. Segundo a pesquisa, homens recebem em média R$ 2.909 e mulheres  R$ 2.305, representando uma diferença de 21%.

A pesquisa também afirma que 42,6 milhões das brasileiras estão ocupadas, 5,3 milhões são desocupadas e 41,8 milhões estão fora da força de trabalho. Outras 2,3 milhões estão desalentadas, ou seja, gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar porque acham que não vão encontrar.

Em todos os setores de trabalho as mulheres recebem menos do que os homens, com destaque para o serviço doméstico onde são 91% dos ocupados e ganham 20% menos. O setor de educação, saúde e serviços sociais também se destaca, com 75% dos ocupados do sexo feminino recebendo um salário 32% menor.