Três paraibanos conquistam nota máxima em matemática no Enem 2020

Para o trio, tempo curto é o maior dos desafios para chegar à maior das notas.

Luiz Henrique está entre os três paraibanas que conquistaram nota máxima
Três paraibanos conquistam nota máxima em matemática no Enem 2020
Luiz Henrique está entre os três paraibanos que conquistaram nota máxima

Três paraibanos tiraram a nota máxima na prova de matemática do Enem 2020, naquela que é considerada por muitos como a mais temida do concurso. Trata-se dos estudantes Luiz Henrique Pereira e Danillo Fernandes e do professor Ronaebson Ferreira, que realizaram a prova e fizeram 975 pontos (de um total de mil), ficando bem acima da média nacional de 520,73. Um desempenho que, segundo os próprios autores da façanha, exigiu muito estudo, é bem verdade, mas principalmente uma rotina de trabalho que é comparável a de um atleta. O tempo curto, afinal, é o maior dos desafios.

Luiz Henrique Pereira, de 19 anos, explica o tamanho do problema que o estudante tem que enfrentar: 45 questões de matemática e mais 45 questões de ciências da natureza num curto intervalo de tempo. De forma que, para ele, trata-se de uma experiência extremamente exaustiva. “Eu sempre tive facilidade na área de exatas, mas isso não é o suficiente”, explica, dizendo que uma prova dessas exige, acima de tudo, “muita atenção”.

A preparação, então, lembra a de um maratonista. Estudos diários e ininterruptos. Nos primeiros meses de 2020, com a quarentena em curso, o trabalho era em casa. A partir de outubro, contudo, com a reabertura, Luiz Henrique disse que alugou uma cabine de estudos no bairro de Miramar, em João Pessoa.

“É um ambiente exclusivamente voltado para o estudo. Você paga uma mensalidade e aluga uma cabine exclusiva para si, com isolamento acústico, ar-condicionado, internet. Eu chegava às 9h e só saía às 22h, todos os dias. Fazia uma pausa de duas horas para almoço e mais uma hora para jantar. O resto era concentrado nos estudos”, destaca.

Ao todo, eram dez horas diárias de preparação. “A vantagem de uma cabine de estudos dessa é que lá estão todos focados. Não existia distrações”.

Durante o ano, sua rotina semanal incluía a realização de um curso extensivo de todas as disciplinas, um outro isolado em matemática e ainda simulados regulares que se aproximavam daquilo que ele encontraria no dia da prova. Tudo em nome de regular bem o tempo para cada questão.

Preocupação parecida tinha Danillo Fernandes, também de 19 anos. Ele frequentava o mesmo local de Luiz Henrique e tinha a sua própria cabine de estudos. Ele é outro a dizer que o conhecimento em si chega a ser algo coadjuvante para atingir a nota máxima.

“A prova do Enem é muito boa porque você não precisa de um conhecimento extremamente amplo em matemática, mas você precisa ter consciência do tempo”, opina Danillo.

Três paraibanos conquistam nota máxima em matemática no Enem 2020
Danillo fala da dificuldade de controlar o tempo

Para ele, nem todo mundo que sabe matemática conquista uma boa nota porque, ao se distrair por algum motivo no dia da prova, comete erros, estoura o tempo que possui a disposição para responder todas as perguntas. “Ter essa nota é muito recompensador”, comemora.

Ainda assim, mesmo creditando à organização de seu tempo o sucesso obtido, ele admite ter uma relação próxima com a disciplina. “Sempre fui fã de matemática, sempre gostei”.

Enfim, o professor Ronaebson Ferreira ratifica o discurso dos estudantes. “Essa prova exige muita concentração, muita estratégia”, resume, dizendo-se orgulhoso pela feito conquistado pela Paraíba.

“Três pessoas da Paraíba tirando a maior nota de matemática do Brasil é algo que nos enche de orgulho e de esperança de que podemos fazer a diferença”, comemora.