Clubes paraibanos não conseguem organizar quadro de sócios

Até mesmo clubes tradicionais e de grandes torcidas, como Botafogo, Treze e Campinense ou não possuem ou possuem quadros de sócios bastante modestos.

Se todos os dez clubes paraibanos que vão participar da 1ª divisão do Campeonato Paraibano de 2012 reunissem seus sócios adimplentes e aptos a votar nas próximas eleições internas em um mesmo estádio, o grupo não lotaria nem mesmo o Estádio Mangabeirão (do Auto Esporte), que tem capacidade para 800 pessoas e está entre os menores estádios da Paraíba.

Até mesmo clubes tradicionais e de grandes torcidas, como Botafogo, Treze e Campinense ou não possuem ou possuem quadros de sócios bastante modestos, bem diferentes do tamanho de suas respectivas torcidas. O curioso é que em alguns casos são as próprias diretorias que não têm interesse em aumentar o número de “associados patrimoniais”e consequentemente seu colégio eleitoral.

Até times pequenos como o Flamengo Paraibano, que funciona como clube-empresa e tem em sua diretoria apenas seis integrantes, não demonstra interesse em montar um quadro de sócios. Neste aspecto, pequenos e grandes lançam os mesmos tipos de campanhas para angariar os chamados sócios-torcedores, que recebem desconto na compra de ingressos, têm o direito de participar de promoções, mas não são chamados para participar das decisões do clube e não têm direito a voto.

Dentre os chamados clubes grandes, o caso mais desesperador é o do Botafogo. O clube tinha aproximadamente 180 sócios adimplentes, mas que simplesmente deixaram de contribuir com o clube desde a última crise interna que culminou com a renúncia coletiva da então diretoria executiva.

O clube promete procurar novamente estes sócios, para que eles voltem a contribuir, mas pelo menos a princípio não existe um projeto para ampliar este número.

“O avião caiu e a caixa preta ainda está sendo aberta”, justificou o vice-presidente Ricardo Prado, ponderando que apenas projetos para resgatar o “sócio-torcedor” estão sendo pensados.

Os grandes de Campina Grande, Treze e Campinense, vivem momentos relativamente mais organizados do que o rival pessoense, mas mesmo assim não pensam em ampliar a relação de sócios. Na última eleição da Raposa, por exemplo, realizada menos de um mês atrás, apenas 170 sócios tinham direito a voto.

O presidente do Campinense, William Simões, é mais um que se empolga com a figura do sócio-torcedor e, igualmente aos demais, praticamente descarta a possibilidade de se aumentar o número de sócios votantes.

“Vamos massificar uma campanha para aumentar o nosso número de sócios-torcedores, e estes terão acesso a um projeto mais audacioso, que prevê descontos nos jogos, mas também em redes de farmácias e em casas de shows”, comemora o presidente reeleito.

Mas rapidamente avisa que todo este projeto não deve mexer no quadro de sócios. Ele alega que para isto o Conselho Deliberativo precisaria aprovar uma mudança no estatuto, mas que ele “duvida muito” que aconteça. “Este projeto não mexe no nosso quadro de sócios patrimoniais. Apenas uma assembleia geral poderia dar direito a eles votarem nas eleições internas do Campinense. Mas acho pouco provável que isto seja aprovado”, confessa, dizendo em contrapartida que pretende em 2012 anistiar as dívidas dos sócios antigos inadimplentes para que estes retornem ao cotidiano rubro-negro. (Especial para o JP)