STJD condena dirigentes e árbitros da PB denunciados na ‘Operação Cartola’

Entre os condenados estão dirigentes do Campinense e do Botafogo.

Foto: Divulgação
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Julgamento aconteceu nesta quarta-feira (14) no STJD, no Rio Janeiro

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) decidiu na tarde desta quarta-feira (14) condenar 17 envolvidos em um esquema de corrupção no futebol paraibano. Cinco dirigentes foram “banidos” de atividades relacionadas ao futebol no estado, outros três acusados foram condenados com suspensão mais multa e nove árbitros estão proibidos pela Justiça de apitar partidas profissionamente. O julgamento aconteceu em dois turnos, na manhã iniciando às 10h e tarde iniciando às 14h no plenário do STJD, no Centro do Rio de Janeiro.

O STJD anunciou apenas que os cinco dirigentes foram “banidos do futebol”, no entanto, ainda não detalhou o que significa exatamente isso em termos de impedimentos ou punições para cada um que recebeu a sentença nesta quarta. Todos os condenados foram apontados pela Polícia Civil da Paraíba e Ministério Público do Estado como sendo integrantes de uma organização criminosa que manipulava resultados de partidas.

O julgamento do Ex-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues, foi adiado e o pleno do STJD decidiu que o processo deve ser colocado em pauta novamente na próxima quinta-feira (29).

STJD condena dirigentes e árbitros da PB denunciados na 'Operação Cartola'

Veja abaixo a lista de condenados pelo STJD e respectivas punições:

Punição: banidos do futebol paraibano e multados

Breno Morais de Almeida – Ex-diretor de futebol do Botafogo da Paraíba (condenado a pagar uma multa no valor de R$ 90 mil);

José Willian Simões Neto – Ex-presidente do Campinense Clube;

Marinaldo Barros – Ex-procurador geral do Tribunal de Justiça Desportiva e do Futebol na Paraíba – TJDF-PB (condenado a pagar multa de R$ 30 mil);

Lionaldo dos Santos – Ex-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva e do Futebol na Paraíba – TJDF-PB (condenado a pagar multa de R$ 30 mil);

José Renato Albuquerque Soares – Ex-presidente da Comissão Estadual de Arbitragem do Futebol da Paraíba (condenado a pagar multa de R$ 50 mil).

Punição: Suspensão 540 dias e multa de R$ 30 mil

José Freire da Costa (Zezinho Botafogo) – Ex-presidente do Botafogo da Paraíba;

Guilherme Carvalho do Nascimento  (Novinho) – Ex-vice presidente do Botafogo da Paraíba;

Francisco Sales Pinto Neto  – Ex-diretor executivo do Botafogo da Paraíba.

Punição: Proibidos de apitar partidas de futebol profissional

Adeilson Carmo Sales – árbitro da Federação Paraibana de Futebol – FPF;

Antônio Carlos Rocha – árbitro da Federação Paraibana de Futebol – FPF;

Antônio Umbelino – árbitro da Federação Paraibana de Futebol – FPF;

Éder Caxias – árbitro da CBF

Francisco Santiago – árbitro da Federação Paraibana de Futebol – FPF;

João Bosco Sátiro – árbitro da CBF;

José Maria de Lucena Netto – auxiliar da CBF;

Tarcísio José de Souza – auxiliar da Federação Paraibana de Futebol – FPF;

Josiel Ferreira – auxiliar da Federação Paraibana de Futebol – FPF.

Operação Cartola

O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) denunciou à Justiça, na segunda-feira (3), 11 pessoas, entre elas dirigentes dos clubes Botafogo da Paraíba e Campinense, pelos crimes investigados na Operação Cartola.

A operação foi deflagrada pela Polícia Civil em abril deste ano e desarticulou uma organização criminosa por falsidade ideológica e manipulação de resultados no futebol profissional da Paraíba.

O grupo foi dividido em duas denúncias, que foram distribuídas à 4ª Vara Criminal de João Pessoa. A primeira denúncia se refere a crimes cometidos no âmbito do Botafogo-PB e tem oito pessoas como alvo, e a segunda, com três denunciados, é relativa ao Campinense.

Os denunciados foram acusados de praticar ilícitos, como fraudes em documentos, em sorteios dos árbitros a serem escalados nas partidas dos jogos, e na própria arbitragem para beneficiar seus clubes.

As investigações têm por objetivo apurar crimes cometidos por uma organização composta por membros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e dirigentes de clubes de futebol profissional da Paraíba.