Análise: Botafogo-PB volta a jogar bem fora de casa, mas ataque não inspira confiança para o acesso

Belo domina o Paysandu em boa parte do jogo, mas novamente não consegue traduzir a superioridade em vitória. Reativo, time joga melhor longe de João Pessoa

Paysandu x Botafogo-PB pela Série C (Foto: John Wesley/Paysandu)

O Botafogo-PB entrou na partida contra o Paysandu pressionado pela derrota na estreia do quadrangular da segunda fase da Série C. Mais do que jogar bem, precisava pontuar. Fez as duas coisas e manteve o G-2 na alça de mira. O problema é que o ataque segue sendo o calo de Gérson Gusmão e parece não ter solução. O 0 a 0 na Curuzu, segunda-feira (11), foi o 11º jogo dos 20 disputados até aqui que a defesa não foi vazada, mas também foi o 9º em que não conseguiu balançar as redes.

Contra o Papão, o treinador mais uma vez mexeu na formação. Começou com três volantes e deixou Tsunami praticamente como um terceiro zagueiro. Em compensação, Sávio e Luã Lúcio (outra novidade no time) atacavam os flancos. Não é exagero dizer que o time paraibano surpreendeu o adversário, que ficou acuado em boa parte do jogo.

Gerson Gusmão, técnico Botafogo-PB
Gérson Gusmão mais uma vez mexeu no time e foi bem. Só não consegue resolver o problema crônico da falta de gols (Foto: Reprodução / Botafogo-PB)

O time criou. Clayton perdeu uma grande chance no primeiro tempo. E Welton Felipe teve um gol anulado pelo VAR depois das tais linhas tracejadas.

Aliás, diga-se de passagem, Welton Felipe destoa do ataque. Polivalente, joga bem tanto aberto, como dentro da área. É rápido e tem força física para brigar com os grandalhões. Ele é o sopro de esperança que o linha ofensiva possa voltar a produzir alguma coisa daqui pra frente. Mas que tá difícil, isso não é segredo para ninguém.

Em entrevista ao CBN EC, no dia do jogo contra o Paysandu, Gerson Gusmão desconversou sobre tirar algum coelho da cartola. Esse tem nome e está dentro da Maravilha: Bruno Gonçalves. Contratado para ser o homem-gol do Belo na temporada, se machucou antes mesmo de fazer o primeiro jogo oficial. Já está treinando, mas vem sendo tratado como uma joia rara. Talvez para o jogo contra o Criciúma, na abertura do returno do quadrangular.

Bruno Gonçalves, atacante do Botafogo-PB
Bruno Gonçalves pode ser o coelho na cartola de Gerson Gusmão, mas só a partir do jogo contra o Criciúma em João Pessoa (Foto: Pedro Alves / ge)

O próprio Gerson Gusmão reconhece que BG é peça única com as características que quer para avante. A missão é manter o Belo vivo até o provável retorno do camisa 9. Para isso, não pode perder do Criciúma, no Heriberto Hulse, na próxima rodada. O empate ou uma ainda utópica vitória vão manter os paraibanos na briga para os dois jogos em sequência que fará no Almeidão.

O problema, nesse caso, é que o Botafogo-PB tem o DNA de um time reativo. E, nesse caso, dos bons. Mas quando tem que propor a partida, evidencia flagelos e carências que foram notados em toda a Série C. Falta-lhe um camisa 10 e, especialmente um 9 para inspirar novamente a confiança que o acesso é possível.

Quem sabe Bruno Gonçalves e Esquerdinha, outro que está para voltar, não sejam os coelhos escondidos na cartola de Gérson Gusmão.