Para cabeleireiros da SPFW, visual de jogadores vai do ‘careta’ ao ‘cafona’

Nos camarins de desfiles do evento, experts comentam cortes de craques. Kaká tinha de ser fashion para ter ar rebelde, sugere cabeleireiro de Dilma.

Do G1

Em tempos de Copa do Mundo, até os monotemáticos camarins da São Paulo Fashion Week fazem uma (rápida) pausa no debate sobre paetês, silhuetas e paleta de cores para falar de futebol. O esporte venerado pelo Brasil, quem diria, foi assunto na recente temporada de moda – mas muito mais por seu aspecto estético do que pela técnica dos jogadores do torneio.

Nessa linha, entrava em pauta nos bastidores dos desfiles o visual de craques como Kaká, Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e do técnico Maradona. E para os cabeleireiros ouvidos pelo G1, no geral, a coisa não está nada boa. Segundo alguns dos profissionais mais badalados do evento, o look dos atletas varia, salvo excessões, entre "caretérrimo" e "cafona".

“O Kaká bem podia tirar essa franjinha de menino e ter cara de homem. Tá na hora, né? Eu aconselharia ele a pentear o cabelo para trás, usando um gel ou um texturizador para segurar um pouco e ficaria ótimo, certamente”, sugere Mauro Freire, responsável pela beleza do desfile da grife André Lima – que encerrou o evento na última segunda-feira (14).

Celso Kamura, que assina looks dos desfiles de Alexandre Herchcovitch e cuida das madeixas da presidenciável Dilma Roussef, é menos taxativo. “Acho que ele está OK. Tem um cabelo versátil e pode fazer vários looks. Só precisa ser um pouco mais fashion… Mas eu deixaria ele um pouco mais despenteado, mais rebelde.”

Um Kaká mais ousado também seria bem-vindo na opinião de Robert Estevão, cabeleireiro e maquiador de desfiles como o da V.Rom e o da Rosa Chá. “Faria um corte mais moderno no cabelo dele, mas não sei se ele, evangélico e caretérrimo, toparia. Um topete ia dar uma boa melhorada no visual.”

Topete pica-pau e mullet polêmico

Já o português Cristiano Ronaldo teria que perder um “péssimo hábito” para Estevão. “Ai, ele tinha de parar com essa mania de desenhar as sobrancelhas. Isso não é bonito!”, condena o cabeleireiro. “Acho ele um gato e tenho certeza que um cabelo mais comportado e natural iria favorecê-lo.”

Freire também fala mal do visual do meia-atacante. “Este cabelo está terrível. Ele tinha de usar mais comprido, menos marcado e sem este topete pica-pau. Eu deixaria mais cheio dos lados e menos reto em cima. Tá muito quadrado. Um erro.”

O argentino Lionel Messi, ou melhor, seu mullet, dividia opiniões na Bienal. “O mullet é uma coisa engraçada: é polêmico, mas um clássico argentino”, pondera Estevão, que diz que mudaria o corte mesmo sabendo da atração que a mecha extra de cabelos tem entre os portenhos.

Freire é menos tolerante. “Horrível e cafona esse visual. Sabe o que falta nele? Ele-gâ-ncia.” Para o hair stylist, um cabelo mais curto e sem a franja fariam bem ao visual do craque eleito pela Fifa como o melhor do mundo em 2009.

Maradona é poupado

Em meio à acidez dos comentários, o técnico Maradona é poupado. Freire acha que o visual do ex-jogador está bonito e condizente com sua idade.

“É bem atual. Eu não mudaria nada. A barba, o bigode e o cabelo mais bagunçado combinam com a personalidade dele.”

Estevão também pega leve com o comandante do time argentino. “É o menos pior, né? Acho que está bom. Não mudaria nada, até porque não tem muito jeito (risos). O melhor é deixar como está mesmo. Já vi coisas mais assustadoras aqui mesmo na SPFW.”