Motoristas de ônibus de João Pessoa realizam paralisação nesta quinta

Categoria não aceita reajuste proposto pela classe patronal.

Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Motoristas do transporte público de João Pessoa realizam uma paralisação das atividades na manhã desta quinta-feira (3). A categoria reivindicava a volta integral de benefícios. A paralisação começou por voltar das 5h terminou às 7h, com os motoristas retornando aos trabalhos.

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) informou que não foi notificada sobre o assunto e lamentou os transtornos à população. A secretaria também informou que deve intermediar soluções para garantir a circulação de ônibus na capital.

A paralisação dos motoristas aconteceu em duas garagens de ônibus, localizadas nos bairros José Américo e nas Três Lagoas, e segundo a categoria, cerca de 800 profissionais participaram. Algumas linhas circularam pela cidade durante o movimento.

Na quarta-feira (2), o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur-JP) realizou uma mesa redonda com a classe patronal para debater as demandas pedidas pela categoria e foi oferecido um reajuste de 4% no salário além do aumento no valor do vale alimentação, sendo oferecido um vale de R$ 400 para os motoristas, R$ 200 reais para os ficais e R$ 100 para os demais cargos da categorias.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas, Ronne Nunes, a categoria reivindica um reajuste no salário, a volta dos benefícios integrais do vale alimentação, para todos os cargos da categoria, reajuste na comissão e carga de trabalho. Ainda sendo o presidente, houve uma redução de R$ 800 no salário dos profissionais e a categoria defende a reposição desta perda e reajuste de pouco mais de 10% para correção pela inflação oficial.

“Estamos pedindo 100% do INPC (no reajuste salarial) e a volta do que foi retirado dos motoristas. Estamos pedindo a volta do vale alimentação de 600 reais e unificar esse vale para toda a categoria”, disse.

De acordo com o presidente do sindicato, antes da pandemia, o vale alimentação ofertado era de R$ 600 reais, mas foi reduzido pela metade, sendo pago R$ 300 e, na reunião realizada na quarta, foi definido o reajuste de aumento para R$ 400, o que não foi aceito pela categoria.

“É uma forma de protesto. É uma paralisação pacífica. Aqui é todo mundo trabalhador e não aguentamos mais sofrer”, explica.

Além do reajuste no vale alimentação, a categoria reivindica melhor pagamento de comissões. Segundo a classe, com a retirada dos cobradores, os motoristas passaram a ganhar uma comissão para dirigir e cobrar. Inicialmente, essa comissão girava em torno de R$500 a R$550 reais, mas atualmente, essa comissão não chega a R$ 80 reais, segundo o sindicato dos motoristas.

Além dos valores dos salários e vale alimentação que pedem reajuste, a categoria também questiona a dupla jornada e falta de reconhecimento.

“Hoje tem duas pegadas e dois horários. O motorista sai de casa antes do amanhecer e só retorna para sua casa à noite, não tem mais vida social com a sua família. Estamos buscando o direito do trabalhador”, finaliza.