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COTIDIANO

Caso Ana Sophia: o que se sabe sobre menina desaparecida em Bananeiras

Ana Sophia Gomes, de 8 anos, desapareceu no dia 4 de julho, após sair de casa para brincar.

Publicado em 15/09/2023 às 8:00 | Atualizado em 14/11/2023 às 18:18


                                        
                                            Caso Ana Sophia: o que se sabe sobre menina desaparecida em Bananeiras
Foto: Arquivo pessoal

No dia 4 de julho de 2023, por volta das 12h, a menina Ana Sophia Gomes, de 8 anos, saiu de casa, no distrito de Roma, município de Bananeiras, para brincar na casa de uma amiga da mesma faixa etária. Aquela foi a última vez que a criança foi vista pela família. De acordo com a Polícia Civil,  Tiago Fontes matou a criança e escondeu seu corpo.

Tiago Fontes, o principal suspeito do desaparecimento da menina, foi encontrado morto em uma área de mata fechada no sítio Camará de Baixo, na zona rural de Bananeiras, em 9 de novembro. A Polícia Civil confirmou a identidade do corpo.

O major Fernando, do Corpo de Bombeiros, disse que as buscas pelo corpo de Ana Sophia foram retomadas no dia 14 de novembro no local onde o corpo de Tiago foi encontrado e no trajeto em que o suspeito fez para ir até o trabalho, utilizando uma estrada alternativa.

O distrito Roma fica próximo à rodovia PB-105,  que dá acesso a Bananeiras.

Trajeto da menina desaparecida


				
					Caso Ana Sophia: o que se sabe sobre menina desaparecida em Bananeiras
Câmeras de segurança registraram menina antes do desaparecimento.Foto: Reprodução/TV Cabo Branco. Câmeras de segurança registraram menina antes do desaparecimento. Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Ana Sophia saiu de casa por volta das 12h para brincar na casa de uma amiga da mesma faixa etária. De acordo com a família, como se trata de um local pequeno, onde todas as pessoas se conhecem, a menina era acostumada a fazer esse caminho.

Câmeras de segurança da rua captaram imagens de Sophia indo até a casa da amiga. Porém, de acordo com o delegado Thiago Cavalcanti, ela não teria permanecido na residência, porque a amiga estava de saída com a família para Solânea.

Segundo a irmã de Ana Sophia, Maria das Graças, as câmeras de segurança captaram Sophia conversando com a amiga e depois retornando em direção à rua onde mora. No entanto, a menina não chegou em casa, portanto,  a suspeita é de que ela tenha desaparecido nesse trajeto. A família oficializou o desaparecimento ainda no dia 4.

Buscas por Sophia

No dia 5 de julho, a Polícia Civil começou a procurar pela menina, com apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Uma força-tarefa foi montada, e as buscas já aconteceram na casa da menina, em imóveis vizinhos, em açudes e nas matas da região. Foram usados cães farejadores, drones, helicóptero, mergulhadores dos Bombeiros e até retroescavadeira para reduzir o volume de um açude.

O delegado Diógenes Fernandes, da delegacia de Solânea, que também acompanha o caso, disse que, por causa do tempo do desaparecimento, a hipótese de homicídio passou a ser considerada. No entanto, há também a possibilidade de um sequestro. O delegado também afirmou que a polícia considera a hipótese de que a menina tenha sido vítima de um crime cometido por alguém próximo.

Um vídeo que mostra uma criança entrando em uma casa, numa rua próxima de onde a menina desapareceu, também foi investigado pela polícia. Não se sabe ao certo se é Ana Sophia na imagem por causa da distância e da qualidade do vídeo. Mas a casa foi toda vistoriada há uma semana e nada foi encontrado. No local e na vizinhança moram outras crianças.

Investigações

Quatro meses depois do desaparecimento, o caso continuava sem solução. A Polícia Civil da Paraíba busca manter sigilo sobre o caso para preservar a eficácia das investigações e pouco diz sobre perícias, suspeitos ou novas pistas da localização da menina. Desde então, não se tem muitas informações sobre o andamento das investigações e o paradeiro da criança ainda é desconhecido.

De acordo com a delegada Maíra Roberta, diligências são realizadas continuamente com o objetivo de solucionar o caso. Ela defende que cabe à autoridade policial que lidera uma investigação zelar pelo sigilo das investigações para preservar todos os envolvidos do caso, seja vítima, família, testemunhas ou pessoas investigadas.
“As diligências que são realizadas no decorrer das investigações não podem ser repassadas em detalhes, sob pena de se tornar uma investigação pública, infrutífera ou ineficaz”, afirmou a delegada.
Em 28 de julho, a Polícia Civil anunciou a criação de uma força-investigativa com 11 agentes que devem atuar exclusivamente nas investigações sobre o desaparecimento de Ana Sophia. São dois novos delegados, um escrivão e oito investigadores. No dia 31 de agosto, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis do distrito de Roma, mas os detalhes sobre o que foi apreendido, nome dos donos dos imóveis e o motivo das buscas não foram divulgados. O homem que teve a casa vistoriada também está desaparecido, segundo a Polícia Civil. O desaparecimento dele passou a ser investigado em 12 de setembro, uma vez que ele não retornou para casa após a vistoria. O homem é conhecido como Tiago Pontes. Conforme Luciano Soares, a polícia ficou sabendo do suposto desaparecimento de Tiago no dia 11 de setembro. Apesar da casa dele ter sido vistoriada, o homem não é considerado investigado, suspeito ou foragido da Justiça, e o sumiço dele está sendo tratado como um desaparecimento. A família dele não formalizou o caso, mas a polícia já iniciou a investigação.
“Imagens de câmeras coletadas em imóveis no centro de Bananeiras já demonstram que ele, após descer de um ônibus próximo à mata da UFPB, se dirigiu ao centro de Solânea, a poucos metros, de forma que ele também já foi visto no centro de Solânea, porém não retornou ao seu imóvel. Ele estava sozinho, o que aparentemente demonstra que o desaparecimento ocorreu de forma voluntária”, disse o delegado.
Mais recentemente, a polícia pediu a prisão temporária de Tiago Fontes Silva Rocha por homicídio qualificado no caso Ana Sophia. Tiago teve casa vistoriada pela polícia e pouco depois desapareceu. O suspeito está sumido desde o início do mês.

Depoimentos

De acordo com o delegado Thiago Cavalcanti, familiares e testemunhas já foram ouvidos pela Polícia Civil. No entanto, a partir do dia 10 de julho, novos depoimentos passaram a ser agendados pela Polícia Civil na tentativa de encontrar algumas informação que leve até o paradeiro da criança. Trata-se de depoimentos de pessoas que podem contribuir com informações do trajeto de Ana Sophia.
A mãe de Ana Sophia teve o material genético coletado pelo Instituto de Polícia Científica no dia 15 de agosto. De acordo com o delegado Diógenes Fernandes, a coleta de DNA é um procedimento padrão em casos de desaparecimentos, e tem o objetivo de auxiliar na investigação.
Mais de 100 pessoas do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil estão empenhadas nas buscas pela menina, além da ajuda de moradores.

Vídeo mostra Ana Sophia entrando na casa de suspeito

Em coletiva de imprensa realizada no dia 22 de setembro, a Polícia Civil informou que uma perícia constatou que Ana Sophia entrou na casa de Tiago Fontes, no dia do desaparecimento, e não foi mais vista após isso. Conforme o delegado Aldrovilli Grisi, a polícia iniciou a investigação do desaparecimento refazendo os passos que a criança fez no dia 4 de julho de 2023. “Ela foi até a casa de uma amiga, às 12h34, e foi registrada saindo deste imóvel, por motivos alheios à vontade dela, e retornou para casa. Era comum da rotina dela fazer este trajeto, e às 12h36 é registrada a passagem dela em frente a um mercadinho, descendo a rua principal de Roma” explica. Com esses dados, a polícia conseguiu traçar um ponto zero do desaparecimento, o trecho da rua. Ao ouvir moradores da região, os delegados conseguiram identificar que ela continuou a descer a rua, por cerca de 150 metros, exatamente no trecho onde fica a casa do investigado. “Ela é vista por uma testemunha, uma amiga do colégio, no último ponto da rua, exatamente nos 15 metros que compõem a frente da residência do suspeito. Depois disso ela não é mais vista. Temos outras quatro testemunhas, que moram após a casa dele, que não a viram naquele dia”, diz Aldrovilli.

Durante a investigação, a polícia conseguiu um terceiro vídeo relacionado ao desaparecimento de Ana Sophia. Neste vídeo, é possível ver um vulto de uma pessoa entrando em um imóvel. De início, os delegados explicam que não foi possível determinar em qual imóvel o vulto entrava, nem quem era a pessoa. A partir do vídeo, perícia constatou que Ana Sophia entrou na casa de Tiago Fontes Silva da Rocha no dia 4 de julho de 2023, e não foi vista mais depois disso.


				
					Caso Ana Sophia: o que se sabe sobre menina desaparecida em Bananeiras
A partir de vídeo, perícia constatou que Ana Sophia entrou na casa de Tiago Fontes Silva da Rocha no dia 4 de julho de 2023, e não foi vista mais depois disso

“Detectamos a necessidade de realizar um exame pericial e uma equipe de peritos auxiliada por um perito federal se deslocou até Roma e, com as técnicas adequadas, conseguiram determinar a altura e a velocidade média do vulto, além do imóvel em que esta pessoa entra”, contou Aldrovilli Grisi.

Conforme o delegado, os peritos conseguiram determinar que Ana Sophia tinha 1 metro e 28 centímetros de altura. Utilizando técnicas de perícia, os dados do vídeo mostraram que a pessoa que entra na casa tem entre 1 metro e 20 centímetros e 1 metro e 40 centímetros, com a média de 1 metro e 30 centímetros.

“Com base no último ponto onde Ana Sophia foi vista na segunda imagem que tínhamos dela, e na velocidade média da pessoa vista entrando na casa no terceiro vídeo, determinamos o minuto e o segundo exato em que ela deveria passar em frente a residência dele, e foi exatamente o minuto e o segundo em que o suposto vulto entrar no imóvel. Com base em evidências técnicas e científicas, e em conclusões lógicas e matemáticas, temos hoje a certeza de que a menina entrou na casa do suspeito e não saiu mais”, falou o delegado.

A casa de Tiago foi alvo de buscas e apreensões, feitas pela Polícia Civil em agosto de 2023. Conforme os delegados, não há indícios de que o corpo da menina estaria enterrado no local. “Não existe quintal ou terra nua na casa, é tudo coberto por piso, cimento ou concreto, e pela lógica dos fatos, a dinâmica de como tudo aconteceu, acreditamos que a criança foi retirada de lá após ser morta. Não podemos revelar mais que isso para não prejudicar a investigação”, completou Aldrovilli.

Corpo do principal suspeito é encontrado


				
					Caso Ana Sophia: o que se sabe sobre menina desaparecida em Bananeiras
Tiago Fontes é o único suspeito do desaparecimento de Ana Sophia. Tiago Fontes é o único suspeito do desaparecimento de Ana Sophia
O corpo encontrado em avançado estado de decomposição em 9 de novembro, na zona rural de Bananeiras, no Brejo da Paraíba, é de Tiago Fontes, suspeito do desaparecimento da menina Ana Sophia, afirma a Polícia Civil. Tiago Fontes, o único suspeito do desaparecimento da menina Ana Sophia, no distrito de Roma, em Bananeiras, estava foragido da Justiça e estava desaparecido desde o dia 11 de setembro, quando saiu de casa e foi visto andando pelas ruas da cidade de Solânea, município vizinho a Bananeiras, onde suspeito e vítima moravam. A informação de que o corpo encontrado numa área de mata fechada no sítio Camará de Baixo foi confirmada por fontes da Polícia Civil à TV Cabo Branco. O corpo de Tiago Fontes foi encontrado junto de uma garrafa de bebida alcóolica e uma cama feita com capim, numa área de mata fechada, por trabalhadores rurais, em avançado estado de decomposição.

Suspeito pesquisou por decomposição e ocultação de cadáver

De acordo com a Polícia Civil, Tiago pesquisou em seu aparelho celular sobre estágio e decomposição de corpo humano e ocultação de cadáver, horas depois do desaparecimento de Ana Sophia e instantes antes das buscas serem iniciadas. Em entrevista coletiva concedida pela Polícia Civil nesta terça-feira (14), o delegado Aldrovilli Grisi, que investiga o caso, explicou que Tiago Fontes pesquisou sobre vários casos de desaparecimentos de criança que envolvem morte e estupro. Ainda de acordo com o delegado, Ana Sophia está morta e o corpo está oculto. “Não estamos trabalhando com achismos, estamos trabalhando com certezas. Hoje temos certeza que Tiago Fontes assassinou Ana Sophia. Não existe a possibilidade dela estar em outro local. Ela está ocultada”, disse o delegado Aldrovilli Grisi. Um dia após o desaparecimento de Ana Sophia, Tiago Fontes começou a realizar buscas na internet, através de seu aparelho celular, sobre estágio e decomposição de corpo humano e ocultação de cadáver. De acordo com a Polícia Civil, a cronologia das pesquisas no celular de Tiago Fontes foram:
  • 5 de julho – 7h37 – pesquisa sobre decomposição de corpo humano;
  • 6 de julho – pesquisa o caso da criança Júlia, da Praia do Sol, que foi encontrada num poço assassinada pelo padrasto. Alguns dias depois, ele usa como critério de pesquisa “corpo uma semana após a morte”;
  • 25 de julho – pesquisa sobre estágios de putrefação
  • 28 de julho – pesquisa quanto tempo um fio de cabelo perde a capacidade de ser identificado por um DNA – preocupado com a ocultação de vestígios.
De acordo com o delegado Aldrovilli Grisi, Tiago Fontes arquitetou a morte e ocultação do corpo de Ana Sophia, e no dia do desaparecimento da menina ele saiu mais cedo do que o habitual para trabalhar e, nesse período, saiu para ocultar o corpo de Ana Sophia.
“Ele [Tiago] coloca o carro na garagem, o que não costumava acontecer. Lavou a garagem. Ele saiu com o carro numa rota distinta ao normal, com o corpo de Sophia já dentro do carro. Saiu para o trabalho por uma rota oposta na contramão. Por uma estrada de barro, numa época climática adversa. Saiu do trabalho antes. Ele teve 1h30min para ocultar o corpo”, explicou o delegado.
Durante a investigação e coleta de depoimentos, o delegado Aldrovilli Grisi informou que Tiago Fontes ficou próximo de confirmar que matou Ana Sophia em três momentos, contudo, recuou em confessar o crime e se colocou no lugar de vítima.
“Ele [Tiago] ficou perto de confessar [ter matado Ana Sophia] por três vezes o crime quando foi interrogado. Mas não o fez. Ele chegou a dizer: ‘eu não tenho o corpo’. Ele fez uma postura de vítima, mas só existe uma vítima: Ana Sophia”, explicou o delegado.
Segundo o delegado Aldrovilli Grisi, que investiga o caso, a “motivação real [da morte de Ana Sophia] está enterrada com Tiago Fontes” e que o suspeito tinha um relacionamento indireto com a menina, mesmo que ele tenha negado a convivência, mas a Polícia Civil disse que há provas testemunhais.
“Ele tinha conhecimento da rotina da família de Ana Sophia. E aí vem os detalhes, corroborados em depoimentos, de um olhar, de uma cultura injusta com a mulher, a cultura do desvirginamento da criança, um olhar cruel, de um objeto. Com as afirmações que ele mesmo falou, sobre a atividade sexual dele na delegacia, nos leva a supor que se trata de uma crime de cunho sexual”, disse Aldrovilli Grisi.

Cronologia da morte e ocultação do corpo de Ana Sophia

4 de julho 
  • 17h50 – No final da tarde, a esposa de Tiago Fontes chega em casa com o carro e ele sai para trabalhar
  • 18h08 – Tiago chega no trabalho em um condomínio em Bananeiras. A Polícia Civil monitorou oito idas ao trabalho do suspeito, e no dia do crime ele mudou a rota de ida ao trabalho.
5 de julho
  • 4h – Ainda no trabalho, Tiago Fontes começa a realizar pesquisas sobre estágio e decomposição de corpo humano e ocultação de cadáver.
  • Entre 5h e 5h08 – Tiago Fontes sai do trabalho, mas não volta para casa pela rota habitual
  • 6h52 – Tiago Fontes chega em casa
De acordo com a Polícia Civil, Tiago Fontes ocultou o corpo de Ana Sophia em dois momentos, de forma provisória, e na janela de tempo em que saiu do trabalho para casa, num tempo de 1h52, ocultou o corpo da menina de forma definitiva.

Buscas pelo corpo de Ana Sophia

O Corpo de Bombeiros da Paraíba retomou nesta terça-feira (14) as buscas pelo corpo de Ana Sophia, em Bananeiras. Segundo o comandante Fernando, do Corpo de Bombeiros de Guarabira, as equipes iniciaram as buscas no local onde o corpo de Tiago foi encontrado. A suspeita da equipe é que o corpo da menina esteja em uma local úmido, por causa das pesquisas que o homem realizou na internet sobre corpos em decomposição. “Vamos refazer buscas em poços, cisternas e mananciais. A população que souber um lugar que a gente não tenha visualizado, souber de algum poço escondido na mata, trazer pra gente pra podermos ir até o local”, pediu o comandante. Segundo o comandante Paiva Neto, as equipes devem trabalhar inicialmente em uma área de 100 metros e cães farejadores já estão no local procurando por vestígios de ocultação de cadáver.
Paiva Neto também disse que outro ponto que as equipes devem realizar buscas é no trajeto em que Tiago Fontes fez para ir até o trabalho, utilizando uma estrada alternativa.
Imagem

Redação Jornal da Paraíba

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