Colesterol atinge 754 mil na PB

Especialistas alertam sobre os perigos do colesterol, que em excesso, pode desencadear diversos problemas cardiovasculares.

No ano passado, 20 paraibanos morreram por dia, devido a doenças de coração. Foram registrados 7.154 óbitos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e, deste montante, 1.923 foram vítimas de infartos. Entre as causas mais comuns das mortes estão os níveis elevados de colesterol, um grave problema de saúde que não apresenta sintomas e afeta crianças e adultos. Nesta quarta-feira é Dia Nacional de Combate ao Colesterol.

A SES não possui estatísticas oficiais sobre a quantidade de paraibanos que possuam colesterol alto, atualmente. No entanto, a Sociedade Paraibana de Cardiologia estima que a anormalidade faça parte da vida de 754 mil pessoas nos 223 municípios do Estado. Destes, 145 mil estão em João Pessoa. Para os especialistas, a situação é motivo de preocupação, já que o colesterol em níveis elevados pode provocar infartos ou derrames cerebrais

Segundo o cardiologista Fábio Almeida de Medeiros, diretor da Sociedade Paraibana de Cardiologia, o colesterol é um tipo de gordura produzida naturalmente pelo organismo que gera benefícios ao corpo humano e atua principalmente na fabricação de hormônios e na proteção do sistema nervoso. No entanto, em excesso, pode obstruir as artérias do coração e do cérebro.

“Existem dois tipos de colesterol: o HDL, considerado bom. E o LDL, visto como ruim. Enquanto o primeiro é essencial à saúde humana, o segundo produz danos sérios e causam infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). A incidência aumenta em pessoas que já tenham outras doenças, como diabetes, obesidade, hipertensão e ainda façam uso de cigarro e de bebidas alcoólicas”, adverte o especialista.

Juntos, os casos de infartos e AVCs são as primeiras causas de morte, no país, e matam mais que as doenças provocadas por tumores, acidentes de trânsito e crimes violentos. Segundo o Ministério da Saúde, o infarto é responsável pelo óbito de sete brasileiros a cada 30 minutos. São 125 mil vítimas por ano. O mais impressionante é que parte dessas pessoas nem desconfiava que tinha complicações cardíacas. “O colesterol alto não apresenta sintomas. Em muitos casos, a pessoa só descobre o problema quando está sofrendo infarto ou AVC”, destaca Fábio Medeiros.

Os cuidados com os níveis do colesterol podem começar na infância, caso a criança seja obesa, como explica o cardiologista Fábio de Medeiros. Nessa situação é preciso que os exames sejam feitos com regularidade de, pelo menos, uma vez por ano.

Já nos casos em que a pessoa tem parentes que já sofreram infartos ou AVC, o exame deve ser feito a partir dos 20 anos de idade, no mínimo, uma vez a cada 12 meses. “As doenças de coração estão aumentando em virtude do estilo de vida das pessoas”, observa o médico.