Ex-senador é indiciado por usurpar função pública

Borges comanda desde janeiro um chamado "governo paralelo" no Amapá, que vem realizando obras como casas e acessos rodoviários.

O ex-senador Gilvam Borges (PMDB) foi indiciado ontem pela Polícia Civil do Amapá sob suspeita de usurpação de função pública. Adversário político da família do atual governador, Camilo Capiberibe (PSB), Borges comanda desde janeiro um chamado "governo paralelo" no Amapá, que vem realizando obras como casas e acessos rodoviários.

Antes do indiciamento, o ex-senador foi ouvido pelo delegado Leandro Totino, titular do Núcleo de Operações e Inteligência da Polícia Civil do Amapá. Segundo a Polícia Civil, Borges não respondeu nenhuma das perguntas feitas pelo delegado.

O político havia sido intimado a comparecer na delegacia na semana passada, quando o Ministério Público do Amapá pediu à polícia que investigasse as ações do chamado "governo paralelo".

Segundo a polícia, a pena por usurpação de função pública varia de três meses a dois anos de prisão e inclui até multa. O inquérito agora vai seguir para o Ministério Publico, que deverá decidir se oferece denúncia à Justiça, pede mais apurações à polícia ou mesmo o arquivamento do inquérito.

Procurado pela reportagem, Borges classificou o indiciamento como "tentativa de coerção".

"Não tenho orçamento, poder de polícia. O governo paralelo funciona como uma ONG, uma associação civil. Não faço nada antes de informar o governo eleito. Como posso estar usurpando função pública?", disse Borges.

Borges já teve outro atrito com a polícia desde o lançamento do "governo paralelo". No último dia 12 de janeiro, o ex-senador foi preso pela Polícia Militar quando liderava uma equipe de operários que construía, sem licença ambiental, um acesso rodoviário em Macapá.

À época, Borges ficou detido por algumas horas em uma delegacia.