Brigas: a marca de Monteiro

Invasões de fazendas, rompimentos e disputas familiares pela Prefeitura Municipal vêm desde o início do século XX na cidade. 

O projeto Eleições 2012 do Jornal da Paraíba chega à sua quarta cidade para mostrar um panorama das principias dificuldades que a população enfrenta. O próximo prefeito terá grandes desafios em Monteiro, principalmente na parte de geração de emprego e valorização da sua área rural. Sua história política sempre foi conturbada. Desde o início do século XX já havia registros de episódios como invasões em fazendas e rompimentos entre grupos de famílias, tiroteios e mortes. Na época, além de Santa Cruz, os Neves, Bezerra de Menezes e os Feitosa foram famílias que dominaram a política local. A exemplo de vários outros municípios, a democracia se restabeleceu em Monteiro no ano de 1947, quando Sebastião César de Melo foi eleito como primeiro prefeito com votação popular. As eleições na cidade tiveram momentos marcantes, como ter pai e filho disputando a prefeitura de Monteiro, no ano de 1988, quando surgiu um novo adversário na política monteirense.

Esse novo adversário foi o médico Francisco Nóbrega, chamado pela população de doutor Chico. Alexandre da Silva Brito também foi pré-candidato, e seu filho, Evaldo Brito, tentou ser sucessor do pai, mas este não permitia em hipótese alguma outro candidato do seu partido a não ser ele mesmo. Com isso, Evaldo foi para outro partido e colocou seu nome como pré-candidato, desistindo da pré-candidatura para ser vice com Nilo Feitosa.

Alexandre Brito foi prefeito por três vezes em Monteiro, mas não fez grandes obras. Seu foco era o assistencialismo. Nilo Feitosa tinha carreira política como deputado, mas quem ganhou as eleições daquele ano foi o médico doutor Francisco, que depois de eleger seu sucessor, cometeu suicídio. Monteiro fica a 319 km da capital, é o maior município em termos de território com 986.351 km².

A partir desse momento, foi traçado outro cenário na política local. Surgem novas lideranças. O que não mudou foram as brigas dos candidatos pela prefeitura. Uma das eleições mais atuais e muito marcante foi a disputa entre Carlos Batinga e Raul Formiga, em 1996. Batinga venceu seu rival. Em 2000, a cena se repetiu e Batinga, mais uma vez, venceu o pleito.

De acordo com Fred Menezes, um dos estudiosos da política monteirense, um fato que até hoje intriga a população foi o momento em que os dois rivais se aliaram no mesmo partido (PMDB). “Até hoje a população não entende esse fato”, declarou. Mas como na política tudo (ou quase tudo) é possível, não é de estranhar que duas pessoas que se alfinetam hoje, amanhã se tornem aliadas.

Nas eleições de 2008, para prefeito, Batinga e Formiga se aliaram para reeleger a então prefeita da época, Maria de Lourdes Aragão. No entanto, eles acabaram derrotados por Ednacé Henrique, que este ano tenta a reeleição. Para Menezes, a atual prefeita tem grande aceitação da população, mas terá de enfrentar uma forte batalha para se reeleger.

Três pré-candidatos já lançaram seus nomes: Juraci Conrado (PTB), Djaci Aleixo (PP) e Carlos Batinga (PSC), principal liderança da oposição.