Palocci nega a Moro ter pedido doações via caixa 2 para campanhas do PT

Ex-ministro diz que pedia recursos acreditando que iriam tratar da melhor maneira.  

 O ex-ministro Antonio Palocci disse nesta quinta-feira (20) que nunca pediu doações via caixa 2 para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele depôs hoje ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na condição de réu no processo a que responde no âmbito da Operação Lava Jato.

Em seu depoimento, Palocci contou que foi procurado em períodos eleitorais por tesoureiros do partido, que lhe pediam para conversar com empresários colaboradores das campanhas a fim de conseguir mais doações. “Evidentemente, eu pedia recursos das empresas acreditando que elas iriam tratar isso da melhor maneira possível”, ressaltou.

Apesar desses pedidos, o ex-ministro garantiu a Moro que nunca chegou a operar ou a acompanhar o andamento das contribuições de campanha: “Eu não era tesoureiro, não fazia parte da arrecadação, não acompanhava esse tema”.

Acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido propina para articular contratos entre a Petrobras e o Grupo Odebrecht, Palocci negou que tenha atuado para beneficiar a empreiteira. Ele também disse desconhecer a quem se refere o apelido “italiano”, que aparece nas planilhas de doações da empresa. O MPF afirma que a alcunha se refere ao próprio ex-ministro.