Prefeitos invadem Brasília e pedem R$ 4 bilhões para socorrer municípios

Gestores da Paraíba participaram de ação da campanha “Não Deixem Os Municípios Afundarem”

Brasília – Prefeitos fazem passeata na Esplanada dos Ministérios após encontros com parlamentares em busca de apoio federal para as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Prefeitos invadem Brasília e pedem R$ 4 bilhões para socorrer municípios
Prefeitos fazem passeata na Esplanada dos Ministérios após encontros com parlamentares em busca de apoio do governo federal

“Não tem jeito, tem que ajudar os prefeitos”. Esta foi a palavra de ordem que acompanhou os cerca de mil prefeitos que deixaram as salas do Senado Federal para se concentrarem e manifestarem suas demandas de frente ao Congresso Nacional, nos gramados da Praça das Bandeiras. A manifestação, que ocorre nesta quarta-feira ( 22) faz parte da Mobilização Municipalista em Brasília, capitaneado pela Confederação Nacional de Municípios e federações de prefeitos que cobram a liberação de R$ 4 bilhões por parte do governo federal.

A mobilização compõe a campanha “Não Deixem Os Municípios Afundarem”, e para ilustrar a realidade municipal, o movimento municipalista alocou um barco inflável no mesmo gramado. E os prefeitos fincam no mesmo chão um barco de papel, em ato simbólico à grave crise que enfrentam, que deixa as finanças municipais prestes a naufragarem.

Famup

O presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, revelou que, dentre as pautas, a principal e a mais esperada pelos gestores municipais está o Auxílio Financeiro aos Municípios (AFM)- que deve ser dividido por todos as Prefeituras nos mesmo moldes que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Cerca de 60 prefeitos paraibanos participam da mobilização.

“Os nossos prefeitos com a corda no pescoço e esperam que o governo libere cerca de R$ 4 bilhões. Os municípios estão em crise financeira e não têm mais como manter a folha de pagamento de pessoal em dia. “Os prefeitos não sabem mais o que fazer diante da crise e a única saída foi recorrer a Brasília”, explicou Tota Guedes.

Barco afundando

Por sua vez, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, disse que a ” nossa situação está representada naquele barco. Não podemos deixar os municípios afundarem”. Em seguida, falou aos prefeitos para que se mantenham unidos para mostrar às autoridades a crítica situação dos Municípios. “Se tem uma crise no Brasil, ela não foi feita pelos Municípios”, frisou o líder do movimento.

Ele ainda reivindicou um tratamento igualitário entre os Entes da Federação. “Que Federação é essa que trata o governo do Estado diferente daquele que está lá na ponta?”, indagou ele.
Diversos parlamentares municipalistas compareceram à manifestação e fizeram uso da palavra, quando se comprometeram com a pauta do movimento e confirmaram o as ações em prol da derrubada do veto ao Encontro de Contas. “É assim que vocês fazem as coisas acontecerem. Nós temos um acordo para a derrubada do veto hoje”, contou o senador Wilder Morais (PP-GO).

“A crise coloca como um momento decisório o pacto federativo”, discursou o deputado Bebeto (PSB-BA).

Os presidentes das entidades estaduais também movimentaram o público com suas falas poderosas. Eles reforçaram a importância de se mobilizar. “Nós não temos que fazer movimento dentro de salas com ar condicionado. Temos que fazer na rua”, afirmou o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Eures Ribeiro.