Cartola: Justiça revoga cautelar e autoriza que réus frequentem estádios na Paraíba

No despacho, indeferiu os pedidos de restituição de bens apreendidos dos réus.

Foto: Divulgação/Sejel-PB

A Justiça da Paraíba revogou na terça-feira (10) as medidas cautelares que impediam os 17 réus investigados na Operação Cartola, que investiga resultados manipulados no futebol da Paraíba, de frequentarem estádios e partidas de futebol. Com a decisão, tomada pelo juiz José Guedes Cavalcanti Neto, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, além da presença liberada nos estádios, os réus também podem voltar a frequentar tribunais desportivos e sedes dos clubes.

No despacho, indeferiu os pedidos de restituição de bens apreendidos, formulados pelas defesas dos réus Amadeu Rodrigues Silva Júnior e José Araújo da Penha. A decisão teve por base dispositivo legal que prevê que antes de transitar em julgado a sentença final,  as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.

Apesar da decisão judicial ter sido adotada para todos os 17 réus do processo, ela acaba não sendo efetiva para três deles, que ainda cumprem medidas cautelares referentes a outro processo, também oriundo da Operação Cartola. O ex-vice-presidente de futebol do Botafogo-PB, Breno Morais, o ex-presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), José Renato, além do ex-árbitro auxiliar Tarcísio José, o Galeguinho, seguem impedidos de frequentar estádios e instituições desportivas.

Operação Cartola

Deflagrada no início do ano passado, depois de oito meses de investigação, a ‘Operação Cartola’ apura crimes referentes à suposta manipulação de resultados de jogos do Campeonato Paraibano de Futebol. Pelo menos 80 pessoas foram investigadas pela Polícia Civil e estariam ligadas ao esquema. As fraudes dos resultados dos jogos teriam sido cometidas por uma organização com integrantes da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB), dirigentes de clube de futebol profissional da Paraíba e árbitros.

Nessa Ação Penal foram denunciados pelo Ministério Público da Paraíba 17 pessoas, acusadas de exercerem, junto à entidade desportiva Botafogo Futebol Clube, de maneira organizada, condutas fraudulentas para obter vantagem econômica e manipular resultados de jogos. Figuram como réus Amadeu Rodrigues da Silva Júnior, Breno Morais  Almeida, Lionaldo dos Santos Silva, Marinaldo Roberto de Barros, José Renato Albuquerque Soares, Severino José de Lemos, Genildo Januário da Silva, Adeilson Carmo Sales de Souza, Antônio Carlos da Rocha, Antônio Umbelino de Santana, Eder Caxias Meneses, Francisco de Assis da Costa Santiago, João Bosco Sátiro da Nóbrega, José Maria de Lucena Netto, Tarcísio José de Souza, Josiel Ferreira da Silva e José Araújo da Penha.