Palestra vai discutir os riscos que uma ‘pandemia de fake news’ provoca nas eleições de 2022

Eliara Santana é pesquisadora sobre desinformação e democracia e realiza palestra em João Pessoa em agosto. Inscrições já estão abertas e são gratuitas.

Eliara Santana pesquisa desinformação e democracia

Já estão abertas as inscrições para um evento que tem como objetivo discutir a desinformação, a democracia e o letramento midiático (habilidade para compreender como funcionam as mídias e os produtos informacionais) com vistas às eleições gerais de outubro. Trata-se de uma palestra da professora Eliara Santana, que vai ser realizada em João Pessoa, na sede do Ministério Público Federal, no dia 4 de agosto, e que vai refletir sobre uma “pandemia de fake news” que afeta o Brasil e outros países do mundo.

Eliara Santana é pesquisadora do Observatório das Eleições e da Democracia da Universidade Federal de Minas Gerais e atualmente realiza estágio de pós-doutoramento sobre o sistema de informação, as estruturas da desinformação e o papel do letramento midiático no Brasil, tendo como foco o fenômeno do bolsonarismo. A pesquisadora é também do Grupo de Pesquisa Mídia e Opinião Pública nas Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba.

O evento ocorrerá na sede do Ministério Público Federal (MPF) e pretende discutir com o público paraibano o fenômeno da desinformação, que tem atingido as democracias em diversos países, prejudicando o debate público por meio de manipulação e intolerância político-ideológica.

Eliara é jornalista e doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC de Minas Gerais, com foco na análise do discurso. Sua tese de doutorado, que analisa o Jornal Nacional no período que vai do impeachment da presidente Dilma Rousseff à eleição de Jair Bolsonaro, acaba de ser publicada em livro, sob o título “Jornal Nacional: um ator político em cena”.

Inscrições e cartilha

A palestra de Eliara Santana na sede do MPF é gratuita e aberta a todas as pessoas que se interessem pelo tema, principalmente representantes de segmentos da sociedade atingidos pelo fenômeno da desinformação. Para participar, basta preencher o formulário de inscrição.

Os primeiros inscritos receberão a cartilha “Desinformação: ameaça ao direito à comunicação muito além das fake news”, produzida pelo Coletivo Intervozes em 2019, justamente para discutir o impacto desse fenômeno na política e na vida social.

A preocupação sobre desinformação tem mobilizado esforços no Brasil, na Colômbia, nos EUA, na Índia, na França, na Nigéria e em diversos países. Entretanto, a palavra “fake news” lida mal com a complexidade de um problema maior que o simples julgamento sobre a verdade ou a falsidade de um conteúdo.

Ciente disso, o Intervozes, que tem acompanhado a questão em uma perspectiva de defesa do direito à comunicação, considera que a chave da questão é a desinformação. Na cartilha, o Intervozes retoma as discussões sobre as origens das “fake news”, impactos na política e na liberdade de expressão e apresenta possíveis saídas para esse problema.