POLÍTICA
Após duelo com Collor, Janot tem indicação aprovada por senadores
Após mais de 10 horas de sabatina na CCJ e 'duelo' com Collor, Plenário aprova recondução de Janot à PGR.
Publicado em 27/08/2015 às 8:00
O Plenário do Senado aprovou, ontem à noite, a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para mais um mandato à frente do Ministério Público. O seu nome foi referendado por 59 votos a favor, 12 contrários e uma abstenção. A votação em plenário durou apenas sete minutos. Nenhum senador quis discutir a indicação antes do início da votação. Janot assume seu segundo mandato a partir de 17 de setembro.
Antes, Janot foi sabatinado por mais de 10 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na comissão, ele recebeu 26 votos favoráveis e apenas um contrário.
Durante a sabatina, Janot defendeu a legalidade da operação 'Lava Jato' e disse que nunca viu nada tão grande. O procurador também negou que tenha aceitado fazer parte de um "acordão" entre a PGR (Procuradoria-Geral da Republica), a presidência da República e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para poupar alguns políticos com o intuito de garantir a governabilidade no Congresso.
No momento mais esperado, dos questionamentos do senador Fernando Collor (PTB-AL), o procurador-geral enfrentou diversas acusações, como a de ser um "catedrático em vazar informações". O senador fez outras quatro ponderações: disse que Janot advogou para a empresa Orteng em processo contra os cofres da Petrobras; que contratou uma empresa de comunicação sem licitação e, depois, contratou seu diretor para ser secretário de comunicação da PGR; que alugou um imóvel sem alvará para a PGR; e que deu abrigo a um parente "contraventor".
Enquanto Janot respondia, Collor chegou a interrompê-lo e, segundo senadores que assistiam, sussurrou as ofensas "calhorda" e palavrões.
Janot pediu ao presidente da CCJ, senador José Maranhão (PMDB-PB), que lhe assegurasse a palavra, e falou duramente com Collor: "Vossa Excelência não me interrompa então". O procurador-geral negou ser um "vazador contumaz" e se definiu como "discreto".
Comentários