POLÍTICA
"Caguei pra CPI". Quem disse foi Bolsonaro. É esse o presidente brasileiro. Você se orgulha dele?
Publicado em 09/07/2021 às 7:51 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:50
Há alguns anos, não dava para imaginar que a palavra "caguei" entraria no título de um conteúdo jornalístico.
Hoje pode.
O uso está liberado por grandes jornais como a Folha de S. Paulo.
Deve ter sido depois do "foda-se" do general Augusto Heleno, que acreditávamos, equivocadamente, que seria o elemento de contenção das loucuras do presidente Jair Bolsonaro.
Ou, então, após aquela reunião ministerial de abril de 2020.
Bolsonaro não tem limites, a democracia brasileira, jovem e frágil, está em risco, e as instituições não fazem nada.
Mas vamos ao "caguei" do presidente.
"Fiz um número dois para a CPI".
Ou até: "Fiz cocô pra CPI".
Não. Não seria Bolsonaro.
O verdadeiro Bolsonaro é: "Caguei. Caguei pra CPI".
Em sua live das quintas, foi assim que se referiu ao questionário a ele enviado pela CPI da Covid.
Foi assim que disse que não responderá às perguntas.
Tenho vergonha do nosso presidente. Digo "nosso" porque é nosso mesmo. Não teve - jamais teria - o meu voto, mas não há outro.
Foi eleito legitimamente por quase 58 milhões de brasileiros.
Tenho vergonha quando vejo Bolsonaro dizer "caguei pra CPI", em absoluto desprezo pelas instituições e por suas ferramentas legais.
Tenho vergonha quando vejo um cineasta como Spike Lee, presidente do júri do mais importante festival de cinema do mundo, o de Cannes, dizer, numa coletiva de imprensa, que o presidente brasileiro é um gângster.
E tenho medo que esse homem possa permanecer no poder para além de 2022.
Pela legitimidades das urnas ou pela força das armas.
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