Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA
A prefeitura de Areia, no Brejo paraibano, e a Associação de Turismo de Areia (Atura) se envolveram em uma nova polêmica, que tem dividido opiniões entre os moradores da cidade. O imbróglio de agora teve início após a entidade instalar faixas educativas, estimulando o turismo responsável na cidade com uso de máscara.
As faixas foram fixadas pela Atura em alguns pontos do município, tanto na zona rural, quanto no núcleo urbano, na semana passada. Não demorou nem 24 horas e a prefeitura mandou retirar todas elas. Segundo representantes da Atura, retiraram até uma que estava no campus da UFPB, área federal em que a prefeitura não poderia intervir.
A confusão foi armada. No fim de semana, moradores passaram a questionar a postura da prefeitura nas redes sociais, em especial pessoas ligadas ao comércio e o setor do turismo. Alegam que a ação tem como objetivo tentar impulsionar o turismo local, tão afetado pela pandemia e sem qualquer apoio da gestão municipal.
Sem autorização
A prefeitura, por sua vez, alega que as faixas foram retiradas, temporariamente, por afronta à legislação municipal que exige “prévia comunicação à prefeitura e efetiva licença para fazê-lo”. Nesse requerimento, é necessária a indicação da natureza do material de confecção, a indicação dos locais em que serão colocados ou distribuídos os cartazes ou anúncios, as dimensões; as inscrições e o texto e as cores empregadas. O que não teria sido feito pela Atura.
O procurador do município, Rodrigo Rabello, disse que a Atura será notificada ainda nesta segunda-feira (28) para decidir se ainda querem colocar as faixas ou se vão desistir e recolher o material, que está na Secretaria de Infraestrutura.
Rodrigo afirmou que a prefeitura tem interesse em auxiliar na campanha, desde que não afete a estrutura paisagística do município. Também explicou que a faixa retirada na UFPB estava na área externa, em terreno do município. “Estamos à disposição do diálogo para resolver da melhor maneira, não nos indispomos contra a iniciativa”, reiterou.
Outra polêmica
Esta não é a primeira vez que a gestão municipal e as entidades do turismo local entram em disputa por questões paisagísticas na cidade. A primeira envolveu a colocação de vasos nas calçadas históricas. Eles foram retirados após decisão judicial, que entendeu eles estavam instalados em área tombada como patrimônio histórico da cidade.
O paisagismo realizado pela Atura, no entanto, era considerado ponto forte do turismo e considerado uma marca registrada de Areia.
Com o devido respeito às instituições e pessoas, e a título de reflexão:
TODOS os gestores municipais e estaduais foram autorizados a efetuar ações envolvendo verbas dos cofres públicos sem a necessidade de licitações. Em nome do enfrentamento à Covid19. É estranho alegar necessidade de consultar a prefeitura se o investimento é da Atura, a qual busca, com esse tipo de ação Desonerar o erário e contribuir para com a economia do município. Turismo é indústria sem chaminés, gera emprego e renda e foi o setor mais afetado nestes tempos de restrições sanitárias. Por outro lado, uma cidade bonita, acolhedora e exemplo de união entre o empresariado e população, tenho a impressão de haver algum tipo de “contramão” na gestão, capaz de APENAS travar o crescimento da economia e desvalorizar o Turismo Receptivo. Apesar de ser a Capital Paraibana da Cachaça, egos não podem se embriagar de um poder com data de vencimento. Ideal seria o Executivo areienses oferecer flores e convidar para uma conversa de boas energias. Mesmo porque a sociedade civil não tem o poder da caneta, mas tem o peso das escolhas … Sou Marcos Ivan de Carvalho, jornalista especializado em Turismo, ME0091.207/SP
“A primeira envolveu a colocação de vasos nas calçadas históricas. Eles foram retirados após decisão judicial, que entendeu eles estavam instalados em área tombada como patrimônio histórico da cidade” Poste de cimento gigantescos colocados por todo centro da cidade, não modificou a paisagem e deixou os pontos turísticos feios, as calçadas sem acessibilidade. Dois pesos e duas medidas. Mas empresa grande e de capital financeiro maior ainda Energisa.