Cartaxo diz que será candidato em 2022, elogia Lula, exclui aliança com bolsonaristas e faz críticas a João e Cícero

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Cartaxo diz que será candidato em 2022, elogia Lula, exclui aliança com bolsonaristas e faz críticas a João e Cícero
Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

O ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), de volta ao debate político, afirmou, em entrevista ao Conversa Política, que será candidato nas eleições do ano que vem. Sem cargo definido, ainda  (governador, senador, deputado federal).

Pesam na decisão, as articulações, eventuais alianças, conjuntura nacional e as “novas” regras eleitorais analisadas no Congresso. Nos próximos meses, segundo ele, a decisão será anunciada.

Não titubeia, no entanto, na hora de fazer um afago e mirar as críticas em três alvos, um nacional e dois paraibanos.

O afogo

O gesto mais amigável e direto, por enquanto, é endereçado ao ex-presidente Lula, virtual candidato à presidência pelo PT. Cartaxo, ex-petista, elogia o ex-presidente, as políticas públicas adotadas quando ele comandava o país e, mesmo sem admitir, deixa claro que é ao lado de Lula que quer estar ano que vem, em qualquer disputa.

As críticas

As críticas são duras à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Eu não tenho a mínima possibilidade, a menor condição de votar na reeleição do presidente Bolsonaro. Ele não tem tempo para governar. Ele não tem tempo para fazer gestão. Todo dia é um passeio de moto, um passeio de carro e um entrevista polêmica, é um acusação. Ele não tem projeto de governo para implantar no país”, afirmou.

No plano nacional, não acredita nas ascensão de uma terceira via. “Cada dia que passa se torna mais inviável. E há uma tendência cada vez maior de polarização”, ressalta.

A reprovação a Bolsonaro, inevitavelmente, o afasta de uma lado da oposição a João Azevêdo: aquela que tem bolsonaristas-raiz e bolsonaristas moderados, capitaneada pelo pré-candidato a governador, Romero Rodrigues (PSB).

Nesse grupo, mesmo sem fala explícita, Cartaxo não parece estimulado a se juntar.

João Azevêdo

Por sua vez, também não o aproxima do governador, alvo de duras críticas. Segundo ele, Azevêdo prometeu obras estruturantes, mas, em dois anos e meio de governo, não concluiu nenhuma e pergunta sobre a rede de Upas, o Polo Cabo Branco, o Centro de Convenções de CG. “Não saíram do papel”, cravou.

Cícero Lucena

Na entrevista, o maior tempo é destinado a apontar os problemas da gestão do atual prefeito da capital, Cícero Lucena. Com conhecimento de causa, depois de oito anos de administração, afirma que deixou obras encaminhadas, recurso em caixa, projetos prontos apenas para executar, mas, segundo ele, o atual prefeito “vive” de anunciar pacotes e procurar problemas na gestão dele para justificar a incapacidade de avançar . “Não tem resultados práticos, só discurso e pacotes”, afirmou.

Cartaxo usou como exemplo a entrega dos 192 apartamentos no Vista Alegre 2, no Bairro das Indústrias, que já estavam prontos e a atual gestão, segundo ele, demorou 6 meses para entregar.

Largo de Tambaú e Programa João Pessoa Sustentável

O ex-prefeito rebate críticas feitas a obra do Largo de Tambaú e nega que tenha demorado na execução do Programa João Pessoa Sustentável que, de acordo com ele, era um projeto complexo, que a gestão comandada por sua equipe conseguiu viabilizar, entregou  com dinheiro em caixa e ações prontas para serem executadas.

Terceira via estadual 

Longe da oposição bolsonarista e crítico do governador, parece que Cartaxo aposta numa espécie de terceira via estadual, mais à esquerda, com apoio do ex-presidente Lula.

Uma matemática que precisa incluir ainda o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), a preço de hoje inelegível, mas o mais fiel dos lulistas paraibanos. As contas não são simples e por isso é difícil ousar fazer previsões. Por enquanto é só acompanhar os sinais.

Para finalizar, afirma que a história política e o legado dele deixado na prefeitura de João Pessoa, o fortalece para ir para a disputa em 2022. O ex-prefeito destaca, ainda, que ele saiu de prefeitura com uma aprovação alta, rejeição baixa, e isso demonstra todo potencial eleitoral. Além de tudo, destacou que há pesquisas internas que o colocam no segundo lugar numa disputa para o governo do estado.

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